Depois de deixar Sky Hanks, minha colega de apartamento, na cafeteria onde ela trabalhara, estaciono meu Audi na esquina da Constance Billard, me preparando mentalmente para o meu último primeiro dia de aula.
Penso em quantas vezes passei pelo portão onde estou agora, e o entusiasmo embrulha-me o estômago. Não é uma sensação positiva. Longe disso. Na verdade, eu meio que anseio pelo término definitivo desse ciclo infernal em minha vida. Mas como eu ainda não escolhi a faculdade que irei cursar, como a maioria dos alunos exemplares da Constance, terei que desfrutar do pouco tempo que tenho para me dedicar e definir o meu futuro porque agora eu dependo totalmente disso.
Até alguns meses atrás, eu nunca havia sentido a necessidade repentina de provar aos meus pais a capacidade e competência que tenho de tornar-me importante e respeitável, sozinha. Mas, de repente, ser prestigiada por ser filha dos Cannes, como se apenas esse sobrenome fosse capaz de tornar-me notável e valorosa, fez com que eu desejasse desesperadamente sair debaixo de suas asas, usando todo o dinheiro de minha poupança para alugar um apartamento no Brooklyn.
E saber que eu não precisava mais convencer o chofer a mudar de rota, o que acontecerá diversas vezes, ou ter que implorar pelo silêncio dos empregados e seguranças quando eu saíra às escondidas, ou simplesmente dar satisfação de minha vida a eles, fez com que uma pontinha de euforia surgisse dentro de mim, encorajando-me ainda mais a ir em busca de minha liberdade e fazer bom uso do momento para me encontrar e ter reconhecimento por quem eu realmente sou.
Solto um suspiro, tentando conter o sorriso que cresce em meus lábios ao recordar-me da sensação que sentira naquele dia, e paro exatamente onde estou quando percebo a presença de Thomás Connor no degrau em minha frente, sentado de maneira desleixada.
Ele encara-me nos olhos, e lança o seu quase infalível sorriso de canto em minha direção.
— Bom dia, Kendall.
— Estava bom até você aparecer — exclamo, forçando um sorriso amistoso.
Thomás ri, mas não responde de imediato. Ao invés disso, ele ergue-se do chão com um único impulso e aproxima o seu corpo do meu.
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D.KRESTH
RomancePara ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios. Kendall Cannes era quente c...