Toda a atmosfera estava envolta de algo que eu conhecia, mas que já não me encantava mais.
Os olhos azuis de Megan acinzentaram-se como o céu que abraçara toda Nova York por semanas, enquanto as palavras que saíram de seus lábios rasgavam-me o peito como os raios ensurdecedores que competiam com a tempestade em seu tom de voz.
— Você é igual ao seu pai, Nolan. — Ela despejou, com os lábios trêmulos quase encostados em meu queixo, fazendo-me ranger o maxilar com uma força ardilosa. — Ou talvez esteja tornando-se ainda pior.
Eu mantive o semblante impassível enquanto perscrutava o seu rosto que de repente tornara-se irreconhecível.
— Você sabe que isso não é verdade — acusei, engolindo em seco o gosto amargo que umedecera os meus lábios.
— Verdade? — Megan ri, descrente. — Você se quer sabe o significado dessa palavra, Nolan?
Meu estômago apertou-se e eu recuei por um momento quando suas palavras chocaram-se contra a parte interna de meu peito e um desconforto quase insuportável instalou-se ali.
Eu nunca a vi desse jeito.
Tão fria e cruel.
— Meg — eu enfim abri os lábios, somente para fechá-los novamente quando dedos gélidos tocaram-me o braço.
Eu não precisei virar-me para saber quem era.
— Megan, você está sendo inconveniente — Phoebe interferiu-me, posicionando-se em minha frente. — Podemos resolver isso a sós, não acha?
Todos estão nos observando atentamente, mas eu não dou a mínima. Muito menos Megan.
Nada disso é sobre eles.
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D.KRESTH
RomancePara ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios. Kendall Cannes era quente c...