v i n t e e o i t o

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A morte de Paul D

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A morte de Paul D.Kresth teve repercussão por toda Nova York, até mesmo nos jornais, de um modo consideravelmente exagerado. O que, na verdade, era de se esperar, diante da importância que tivera por todos que o conheceram em grande parte de sua vida, mesmo que ele tenha sido somente e verdadeiramente reconhecido no momento em que souberam de sua partida.

Eu inclinei-me até a beira da cama no instante em que outra reportagem começou e tateei o controle remoto, apressando-me para trocar o canal antes que Nolan saísse do banheiro. Mas cessei os meus movimentos, debruçando-me sobre os cotovelos ao perceber que o mesmo estava apoiado no batente da porta, encarando a televisão com o olhar vazio e indecifrável.

— Não é como se o mundo inteiro já não soubesse disso — ele disse, simplesmente. — E você não vai conseguir evitar que eu saiba sobre o que todos estão especulando enquanto inúmeros repórteres estão acampando na entrada do seu prédio esperando que eu me pronuncie sobre a triste morte de meu pai.

Imediatamente, sinto todos os músculos de meu corpo tencionarem assim que seus olhos encontram os seus, mas eu apenas permaneço em silêncio, observando-o pacientemente. E quando ele não prossegue, eu não hesito.

— Eles não são os únicos que querem saber o que está passando pela sua cabeça desde o que aconteceu naquela noite.

Seu ponto de adão sobe, e desce, quando Nolan engole em seco e desvia rapidamente a sua atenção do meu rosto, fingindo se preocupar com a toalha de banho que rodeia seu corpo.

— Não quero falar sobre isso, anjo.

E é o suficiente para que eu solte um longo suspiro, sentindo-me frustrada.

Então, com a expressão séria, mas não tão inexpressiva quanto antes, Nolan dá passos lentos em minha direção — quase como se não quisesse mover o peso de seus próprios pés — e curva o seu corpo para frente, afundando suas mãos no colchão de modo que faz todos os músculos de seus braços flexionarem ainda mais.

D.KRESTHWhere stories live. Discover now