Para ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios.
Kendall Cannes era quente c...
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Sky balança a cabeça, legitimando o seu julgando sobre mim. E tudo que ela diz, é: — Você deveria procurar no dicionário o significado de responsabilidade afetiva.
Eu não respondo, ao invés disso, aperto o cigarro entre os lábios e dou início ao processo de inalar a nicotina para sentir-me menos culpada. No entanto, sinto-me ainda pior. O que, por impulso, me faz segurar o cigarro entre os dedos e, com uma força considerável, apagá-lo em uma escassa poça d'agua que se acumulou no parapeito da sacada.
De repente, ouço Sky suspirar.
— Em algum momento, você terá que contar a ele sobre você e Thomás Connor — ela diz, encarando-me enquanto sopra a cafeína fumegante da xícara em suas mãos.
— Talvez, não.
— Sério? — a pergunta sai de seus lábios em um tom nada hostil.
Eu dou de ombros.
— Sério, Sky — respondi, impaciente. — Além do mais, é uma estultice remexer no passado sabendo que poderia prejudicar o futuro.
Seu silêncio é tudo que ouço por segundos.
— Se você o ama, fará a escolha certa. Mas, se estiver incerta em relação a seus sentimentos, infelizmente e, provavelmente, irá perde-ló.
Não consigo respondê-la.
Eu coço as sobrancelhas com outro cigarro entre os dedos, prestes a acendê-lo. Em minha mão esquerda, seguro o isqueiro com os dedos trêmulos pela necessidade de inalar a nicotina. Contudo, acabo mantendo-o apagado quando sinto um nó se formar em minha garganta.
— Chéris, é quase onze e meia — Noah nos interrompeu, com metade do rosto entre o vão das grandes janelas de vidro e, tão de repente quanto apareceu, ele sumiu por de trás das cortinas acinzentadas.
