Eu afrouxo a gravata em meu pescoço com uma das mãos, sentindo-me sufocado no instante em que adentro a mansão e me deparo com as milhares de pessoas que ocupam o salão principal com trajes exuberantes e sorrisos artificiais, querendo apenas dar meia volta e sair dali o mais rápido possível. Mas considerando o fato de estar sendo praticamente arrastado pelas mãos firmes de Kendall que cercam o meu braço direito, obrigando-me a mover os meus pés que repentinamente congelaram no degrau de entrada, a impotência de pensar em uma desculpa boa o suficiente para convencê-la de que devemos simplesmente ir embora por ainda estar tentando compreender o que estou realmente fazendo aqui, me impede de recuar.
— O bom filho ao lar sempre retorna. — Phoebe exclamou, assim que posicionou-se em minha frente com um sorriso presunçoso tomando forma em seus lábios avermelhados. — Estou contente por vê-lo, Nolan.
Eu analisei o seu rosto e não contive-me em soltar um riso nasalar como resposta.
— Considerando o fato de que você praticamente implorou para que eu viesse, nós não deveríamos fingir tanta comoção.
Phoebe silenciou-se por um momento, parecendo estremecida pela frieza intencional que ressoou de minhas palavras. Mas quando seus olhos desviaram dos meus e caíram sobre Kendall, ela se recompôs abruptamente, retorcendo os cantos de sua boca com desdém.
— E quanto a você, Kendall Cannes, sua presença é sempre um desprazer.
Com os lábios curvados em um sorriso angelical, tudo que Kendall respondeu-lhe, foi: — A recíproca é verdadeira.
Phoebe abriu os lábios para insulta-lá novamente, mas os fechou rapidamente quando eu semicerrei meus olhos em sua direção, exalando o ar de superioridade que costumava afeta-la mais do que imaginar-se sem Louis Vuitton, Gucci ou então caindo na desgraça do empobrecimento — o que para ela seria como a morte ou sua própria ruína.
— Engula esse seu veneno natalino com uma bela dose de champanhe, Phoebe — exclamei, antes de dar-lhe as costas e virar-me para Kendall, dobrando-me em sua frente com uma das mãos estendida em sua direção e a outra para trás, com o dorso encostado em minhas costas. — Me concede uma dança, anjo?
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D.KRESTH
RomancePara ele, Kendall Cannes era a própria reencarnação do diabo. Suas íris esverdeadas arrancavam sua lucidez e o atraíam para o obscuro. Mas com um sorriso angelical ela camuflava a maldade e a perversidade em seus lábios. Kendall Cannes era quente c...