Harry Potter e o véu da morte - Fanfic

Capitulo 9 - o mundo sombrio

Harry sentiu o barco se movimentar e conseguiu dar uma ultima olhada nos seus amigos antes de ser tomado por uma densa nevoa. Seus pelos se arrepiaram quando uma voz grave e profunda começou a falar:

Se existe uma passagem pelo rio sombrio,
Ela é para aqueles que finalizam seu chronos
Como das águas nascem os filhos cheios de vida e estio
Nas águas também perecem até os que vieram dos mais altos tronos

Não tente deter a força deste dia,

pois nem portas de aço e dura rocha

Poderão vencer do Tempo a tirania

Que já decidiu o momento para apagar essa tocha

Se entrares por esse caminho não haverá volta

Esse portal de mão única não permite desistência

Em cada um dos cinco rios haverá uma escolta

E nenhuma delas por ti terá clemência

Antes de mim coisa alguma foi criada

Exceto coisas eternas e eterno eu duro

Em minhas águas finalizam-se toda e qualquer estrada

Começa agora sua viagem pelo rio escuro

Harry olhou para os lados mas a voz não tinha um dono visível. Dentro daquele barco iam, ele, Draco e as Harpias que estava plantadas à frente como estatuas de barcos piratas

O rio era estreito, da largura exata do barco. Dos dois lados era possível ver arvores densas que formavam um paredão de folhas verde escuro. O ar era pesado e lúgubre. Eles passaram por uma queda d'água que se parecia com uma cachoeira formando uma fina e transparente cortina. Ao sentir a água tocando seu rosto Harry ficou sonolento, todo o seu corpo ficou pesado e fraco fazendo o cair, ele ate tentou resistir mas seus olhos teimavam em fechar como se houvessem dois grandes pesos sobre eles.
Harry imaginou que estava sonhando, sons angustiantes tomaram seus ouvidos e um calor sufocante tomou seu corpo ressecando sua garganta e o deixando sem ar. Ao abrir os olhos ele percebeu que não era um sonho, e rapidamente se lembrou de onde estava. O rio antes estreito tinha se divido em cinco grandes canais e o barco estava parado aguardando aprovação para seguir, os sons angustiantes vinham de criaturas que se remexiam dentro das águas com aparência enlamaçada e escura. No outro canto do barco Draco já acordado emitia um som estrangulado e seus olhos arregalados transpareciam o terror que estava sentindo. Quando viu que Harry o olhava ele encontrou sua voz e disse:
- O que é isso Potter? Que brincadeira é essa?
- Não sei onde estamos Draco, se é isso que está me perguntando. - respondeu Harry seco.

Harry observou que cada um dos cinco caminhos que ele via adiante eram diferentes.
O primeiro era tomado por águas esverdeadas e ladeado por espinhos, o som de gritos angustiantes vinha dele.
O segundo rio era acinzentado e de onde Harry estava era possível ver criaturas peroladas sobrevoando todo o espaço acima dele como fantasmas. Eles formavam uma nuvem cor de pérola e soltavam lamentos sofridos.
O terceiro era vermelho e borbulhante somente o aspecto das suas águas já dava a sensação de medo e dor.
O quarto era um rio calmo, com águas azuladas e não emitia nenhum som, somente o silêncio.
O quinto e último rio era o mais bonito de todos e tinha águas cristalinas e convidativas. Era também o único que tinha uma especie de portão que controlava o acesso.
A Harpia Celeno se moveu e andou lentamente em direção a Harry quando estava bem perto disse:

- O nosso trabalho aqui terminou, trouxemos os tripulantes e vamos voltar para a floresta.

- O que vai acontecer agora? - perguntou Harry

- Cada um de vocês seguirá pelo rio que lhe couber.

- Por esse rio não será possível voltar? - perguntou novamente Harry

- Ninguém nunca voltou, nem por esse rio, nem por outro lugar... Respondeu Celeno baixando a cabeça e se virando.

As outras duas Harpias levantaram voo e antes de Celeno ir com elas virou e disse:

- Sinto muito você vir antes do tempo necessário senhor Harry Potter. Eu volto aqui a cada nova lua. Boa sorte com sua busca.

- Onde eu poderia encontrar uma pessoa que se perdeu no véu da morte? - gritou Harry enquanto Celeno já levantava vôo.

- Isso depende de como ele estava se sentindo durante a travessia. - respondeu Celeno já distante, suas asas batendo forte e então as três sumiram no horizonte escuro.