Harry Potter e o véu da morte - Fanfic

Capitulo 21 - Escolha um nome

Harry se sentia muito bem, após uma boa noite de sono e algumas horas de diversão com o cachorro ele estava muito bem disposto. A conversa do dia anterior com o senhor grisalho não chegara em nada. Ele era muito simpático, educado mas não falava coisa com coisa. Disse que não podia dizer seu nome e nem onde estavam e que Harry deveria descobrir por conta própria as coisas que esquecera.

- Como o senhor se chama? - perguntou Harry

- Pode me chamar como preferir - respondeu ele divertido.

- Então vou chamá-lo de professor, porque está me ensinando a ter paciência! - disse Harry virando os olhos.

- Eu não posso interferir na sua jornada meu caro. - Disse-lhe o velho em tom sério.

Mas como haveria uma jornada se ele não sabia para onde deveria ir, de onde estava vindo e qual era seu objetivo? Harry se olhou no espelho e viu seus cabelos grisalhos e olhos enrugados. Era tão estranho se olhar e não reconhecer o próprio rosto. Ele examinou a si mesmo de perto, procurando detalhes que pudessem dar a ele uma pista de quem ele era. Encontrou uma fina cicatriz na testa em formato de raio. Ao tocar nela uma clarão tomou sua mente e um turbilhão de memorias surgiram em uma velocidade que chegou a doer sua cabeça. As imagens passaram correndo na sua mente enquanto Harry tentava associa-las a algo. Rostos de pessoas, um castelo em chamas, ruínas, um cemitério, uma cobra, criaturas negras esvoaçantes, um cão preto caído no chão e por ultimo a moça ruiva que ele ja tinha sonhado. Harry respirou fundo se esforçando para não esquecer nada. A imagem do cachorro preto martelava em sua mente, talvez ele fosse a chave para a suas respostas naquele lugar. Harry olhou para o cão dormindo no tapete, ele se parecia com o cão da memória, mas não era o mesmo, ou será que era? Ele saiu apressado da cabana e encontrou o professor que estava sentado no pier olhando tranquilamente para o horizonte.

- Professor o cão preto, ele está aqui há muito tempo? - perguntou Harry se sentando ao lado dele.

- Ele chegou aqui no mesmo dia que você. - respondeu ele após uma breve pausa.

Harry ficou decepcionado, ele esperava conseguir informações sobre o cão para ver se assim conseguia ter mais alguma lembrança. Mas se ele chegou lá no mesmo dia não haveria muito o que saber sobre ele.

- Eu não sei como devo chamá-lo, o que você acha Harry? - perguntou o professor tirando Harry de seus pensamentos.

- Ah... Não sei... - respondeu Harry pensando.

- Escolha um nome de acordo com as características dele... - disse o professor se levantando e saindo.

Harry ficou irritado, ele tinha tantas coisas para descobrir e pensar e o professor estava preocupado com o nome que ele escolheria para o cão. Ele repassou as lembranças que surgiram tentando achar alguma pista. As imagens eram como borrões e isso era muito desesperador e angustiante. Os latidos do cão o tiraram dos seus devaneios e ele foi ao encontro dele que pulava e brincava com um graveto pedindo atenção de Harry.

- Você quer brincar amigo? - perguntou Harry.

O cão pulou de animação e se colocou em posição quando Harry pegou o graveto.

- Vá buscar Peludo! - disse Harry atirando o graveto.

Peludo não! Ele pensou enquanto o cão corria e trazia o graveto de volta.

- Você é muito rápido, podemos te chamar de Speed? - disse Harry atirando o graveto novamente.

O cão buscou e devolveu pra ele. Se sentou e coçou a orelha olhando para Harry.

- Como eu deveria te chamar hein? - Harry disse e se abaixou fazendo carinho na cabeça do cão que latiu em resposta.

- Você é grande, esperto, carinhoso e preto. Black? Posso te chamar de Black? - disse Harry

O cão pulou em Harry derrubando o pra trás e lambeu todo o seu rosto. Harry riu dizendo - Pare Black!
E então como um turbilhão, novas imagens apareceram em sua mente. Harry se sentou abruptamente lembrando de tudo! Sirius Black! Ele se levantou e correu para a cabana, enquanto as lembranças apareciam em sua cabeça como um trailer de um filme. Uma cabana no meio do mar, Hagrid levando-o para o beco diagonal, os amigos Rony e Hermione, Hogwarts, Sirius, Gina, casamento, filhos... Tudo! Ele se lembrou onde estava e o que viera fazer agora ele precisava saber quanto tempo lhe restava.
Harry chegou na cabana a procura do professor, entrou correndo e vasculhou cada canto daquela cabana mas não encontrou ninguém, quando estava saindo da cabana para procurá-lo ele passou na frente do espelho e viu sua imagem. Seu rosto não estava mais velho e seus cabelos voltaram a ter a cor negra. Ele era o Harry que se lembrava. Antes de sair ele notou um pequeno bilhete na mesa embaixo dos dos objetos de madeira entalhados á mão.

Caro Harry,

Espero que há essa altura você já tenha descoberto por conta própria o que faz aqui e por onde continuará sua jornada. O rio fez um belo trabalho com você e confesso que pensei que talvez você realmente nunca se lembraria. Mas ao vê-lo chamar o belo cão pelo nome certo eu soube que você continuava aquele rapaz que segue a sua intuição e chega na resposta necessária. Meu trabalho aqui se encerrou e eu voltarei para a tranquilidade das terras gloriosas daqueles que lutaram pelo bem e pela justiça e merecem ser lembrados.
Foi adorável poder revê-lo (mesmo que você não estivesse na sua melhor forma)
Se tiver dúvidas fale consigo mesmo eu acho isso extremamente útil e tenho certeza que encontrará a resposta.

Carinhosamente
Professor D.