Capítulo 25 - O caminho sem fim

250 37 15
                                    

Harry seguiu caminhando pela estrada com o cão em seu encalço e muita esperança de que estava chegando ao seu objetivo. Mas sua animação não durou muito. Após algumas horas de caminhada ele começou a ter impressão que estava andando em círculos porque a estrada não mudava de aparência e não dava sinal de que o fim dela chegaria tão logo. Volta e meia ele olhava para as casas e os quintais e via coisas muito parecidas ou iguais o que reforçava a sensação de estar passando infinitamente pelo mesmo lugar. A noite chegou e nada tinha mudado. Harry ficou preocupado pois seu tempo estava apertado e ele não tinha ideia de quanto ainda faltava para chegar ao labirinto então resolveu chamar em uma das casas para pedir informações.
Ao tentar acessar o jardim da primeira casa que avistou ele percebeu que havia algo que impedia sua passagem. Não era algo visivel, era como se houvesse uma magia de bloqueio que não o deixava passar. Ele tentou em mais duas outras casas, dos dois lados da rua e teve o mesmo efeito. Só então percebeu que talvez aquela paisagem pudesse realmente ser só uma imagem repetida para confundir sua mente.
Ele arrancou um galho de uma das árvores e jogou para o cão que foi buscar o e trouxe de volta para ele. Harry repetiu esse movimento diversas vezes, jogando dos dois lados , sempre na direção das casas, na esperança de encontrar uma passagem por elas dessa forma. Seu braço estava cansado de tanto movimento repetitivo e ele não sabia como o cão ainda não tinha cansado da brincadeira.
Harry jogou mais uma vez e dessa vez ao ir buscar o cão desapareceu entre duas casas.
Harry correu naquela direção procurando o ponto exato em que o cão tinha entrado. Ele tentou algumas vezes até conseguir finalmente passar pela brecha invisível que o levou para uma floresta incrivelmente vermelha, como o casal tinha dito para ele.
Não eram só as flores das árvores que eram vermelhas. O tronco das árvores também eram de um tom bordô e o chão estava tomando por folhas cor de sangue o que dava vários tons de vermelho para o ambiente. A imagem era bela e assustadora. Todo aquele vermelho remetia a sangue e destoava muito com a estrada da qual ele saira minutos antes.
Harry olhou em volta entre as árvores era possível ver uma pequena linha de água que seguia entre as árvores. O cão não estava ali e Harry chamou por ele mas não obteve resposta. Ele seguiu a água percebendo que ao longo do caminho ela ia aumentando de largura e quantidade, mais a frente era um pequeno rio e no final do caminho Harry se deparou com uma cachoeira que desaguava em um lago redondo e fundo.
Agora ali olhando aquele lago escuro e fundo, Harry sabia que precisaria passar por eles subir a montanha e chegar ao outro lado onde encontraria o labirinto.
Nadar naquelas águas escuras seria perigoso e irresponsavel, mas a subida pelo pé da montanha era ingrime e difícil. Harry desejou ter o barco novamente para poder atravessar rapidamente aquele lago. Seu tempo estava perto do fim e ele precisava chegar o mais rápido possível até o labirinto.
Ele começou a subir a montanha, as pedras se soltavam e caiam em seu rosto, seus pés escorregam e em alguns pontos o limo cobria a pedra deixando ela mais lisa e perigosa. Quanto mais Harry subia, mais ele sentia o cansaço em seu corpo. E ele começou a pensar em quanto tempo estava naquele lugar sem descanso, sem comida, sem água, só poderia ser algo mágico pois em outras condições ele já teria sucumbido e morrido. Mas naquela escalada a sensação era de que a magia havia se esvaído e Harry começava a sentir o peso dos dias sem alimento e descanso cobrar o seu corpo.
Cada passo para o alto era um sacrifício enorme e exigia de Harry toda sua força de vontade. Ao olhar para baixo e ver aquele lago de águas escuras ele chegou a desejar estar ali só para poder beber um pouco de sua água. Sua mão tocou o chão reto e isso significava que Harry tinha chegado, ele só precisava de mais um impulso para alcançar o topo da montanha e continuar sua busca. Mas o cansaço tinha tomado conta dele e por mais que desejasse seu corpo já não respondia mais aos comandos que se cérebro dava. Ele se sentiu tonto, segurou com uma mão em um galho que estava preso na montanha para não cair para trás, mas sabia que não aguentaria muito tempo naquela posição. Em alguns segundos ele perderia a consciência, cairia no lago fundo e se afogaria.
Harry olhou para cima, seu destino tão próximo e tão inalcançável. Entretanto antes de fechar os olhos e perder a consciência ele sentiu uma mão segurar a sua e puxa-lo para cima. E então tudo ficou escuro.

Harry Potter e o véu da morte - FanficOnde as histórias ganham vida. Descobre agora