capítulo 27 - Pressão

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Hermione jogou todos os papéis que estavam em sua mesa no chão em um acesso de raiva do qual se arrependeu em seguida. Ela teria que pegar tudo de volta e arrumar depois.
A pressão de ser ministra da magia nunca a incomodou, ela até gostava dos problemas e desafios que tinha resolver no dia a dia. Mas agora as coisas estavam diferentes. Com o desaparecimento de Harry Potter a pressão aumentou significativamente. Todos os dias ela e sua assistente respondiam centenas de corujas, muitas solicitações de entrevistas estavam sendo negadas e pra piorar os estudos sobre o véu da morte não estavam tendo evolução.
Para completar ela tinha acabado de receber a notícia que o Macusa estava abrindo um processo para proibir as pesquisas sobre o véu e solicitando sua destruição. Isso foi a gota d'água para Hermione. Mesmo após tantas viagens e tantas conversas diplomáticas eles conseguiram intervir no seu ministério com a alegação de que era um risco iminente para toda a comunidade bruxa. Por esse motivo a sala de mistérios estava lacrada por tempo indeterminado e oficiais do Macusa a guardavam dia e noite.
Seu cargo estava em risco, sua credibilidade fragilizada e seu amigo perdido sem que ela pudesse fazer muita coisa para ajudar.
Hermione se largou na poltrona esticando os pés e massageando as têmporas com os dedos para tentar aliviar o stress. Com os olhos ainda fechados ela se pegou pensando em Harry. Como ele estaria? Será que ainda estava vivo? E sem que ela percebesse em seguida já estava pensando em Draco. Hermione e ele  sempre se odiaram desde a época da escola mas após ele perder sua esposa ele passou a procurá-la. No início ele vinha com desculpas de assuntos oficias mas depois de um tempo começou a se abrir com ela. E ela começou a entender o que se passava em sua mente e coração. Hermione chegou a acreditar que poderiam ser amigos até o dia em que ele decidiu se declarar para ela. Um dia após a briga no quadribol na casa de Harry, Draco foi até o ministério dizendo que queria se desculpar.

- Eu não queria causar confusão. Não deveria ter falado da família Weasley. Quero me desculpar. - disse Draco ao entrar na sala.

- Não é para mim que deve falar isso. - respondeu Hermione lendo uns papéis.

- Eu sinto muito raiva, o tempo todo. E me sinto só, sem Astoria. Não é fácil cuidar sozinho de Scorpio, ele é muito diferente de mim. Meu filho gosta muito mais dos Potter e Weasley's do que da própria família. - falou Draco se sentando em frente a Hermione.

Hermione levantou os olhos dos documentos e respondeu calmamente:

- Draco você precisa deixar o passado para trás e tentar se conectar com seu filho. Vocês só tem um ao outro. Se você mostrasse esse seu lado para todos tenho certeza de que poderíamos ser amigos.

- Eu não quero amigos por piedade! - respondeu Draco amargo.

- Você nunca saberá o que é amizade se não deixar as pessoas te conhecerem de verdade. Deixe esse orgulho de lado e seja mais acessível! - retrucou Hermione.

- Eu não quero que ninguém me conheça - respondeu Draco virando os olhos

- Eu que sempre te odiei consigo conversar com você agora que te conheço, acredito que para os outros não será tão difícil. - disse Hermione cruzando os braços.

- Me odiou? Porque? - perguntou Draco

- Ora! Você quer que eu enumere?
Você sempre foi preconceituoso, grosseiro e mal educado. Pra começar... - respondeu Hermione contando nos dedos

- Hermione, eu... eu nunca me permiti pensar assim. Mas vendo você agora, realmente acredito que não há diferenças entre os sangues. Astoria tentou me ensinar isso, e você está me mostrando. - disse Draco se levantando para sair do escritório

- Finalmente você está deixando de ser um baba... - começou a responder Hermione brincalhona mas Draco a interrompeu beijando-a.

Hermione não esperava por isso, e empurrou Draco com muita raiva.

- Você está louco? - gritou Hermione

- Eu me desculparia, mas não me arrependo. Eu gosto muito de você! - respondeu Draco com um sorriso de lado.

- Saia da minha sala! - disse Hermione abrindo a porta

- Hermio...

- Saia! Agora! - Vociferou ela novamente.

Draco passou pela porta lentamente procurando as palavras mas não teve coragem de dizer.

Hermione sentiu muita raiva dele, ela não acreditava em sua audácia de beija-la a força. Ela também sentia culpa pois não teve coragem nem oportunidade de contar esse episódio ao Rony. Um dia após isso acontecer eles se encontraram na floresta e Draco e Harry desapareceram. Ela nunca tinha guardado um segredo de seu marido e isso a estava atormentando. Hermione odiava ter que dar o braço a torcer mas afinal Rony estava certo de ter ciúme de Draco, mesmo que ela não percebesse, ele realmente estava com outras intenções.
Ela estava tão absorta em seus pensamentos que não ouviu quando a porta abriu e Rony entrou. Ele a viu recostada na poltrona, andou calmamente até ela e a beijou assustando-a.

- Oh Céus Rony! Que susto! - disse Hermione abrindo os olhos aterrorizada.

- Nossa! Porque está tão assustada? - perguntou Rony surpreso com sua reação.

Hermione se endireitou na poltrona e sentou com as costas retas e as mãos nos joelhos. O momento havia chegado, ela teria que contar a ele.

- Ron, senta aqui. Precisamos conversar. - disse Hermione olhando séria para o marido.

Harry Potter e o véu da morte - FanficOnde as histórias ganham vida. Descobre agora