Capítulo 19 - Alasca

15 5 0
                                    

Saímos da cafeteria zoando um com o outro. Estávamos tentando nos conhecer melhor, e acho que estava dando certo, estávamos a muito tempo sem brigar. Isso com certeza é um recorde. Entramos no carro, e coloquei uma música para distrair. Sim, ele tem carro, e eu só fui descobrir agora.

- Tem certeza de que este caro não é roubado? - ela diz, ao fechar a porta.

- Absoluta pulguinha. Agora fecha a boca, que vamos procurar lugares para nosso primeiro álbum.

Estávamos a muito tempo na estrada, era umas quatro da tarde. O silêncio era agradável, nada muito constrangedor. Queria perguntar mais sobre sua vida, sua família, porque quis ser fotógrafo, e porque usar as mesmas calças pretas todos os dias.

- Posso te fazer uma pergunta? - digo, olhando para ele.

Cásper: Acabou de fazer uma - ele diz rindo. E que sorriso.

Eu: Porque é tão... misterioso? - me viro de lado, para poder olhar melhor seu rosto.

Cásper: Não tenho muita coisa para contar sobre isso. Não sou misterioso, apenas não sou igual a todo mundo que fala da vida para qualquer pessoa que vê.

Eu: Isso não vale. Você nunca mencionou seus pais, ou de como veio parar aqui.

- Você não fala da sua família, porque eu tenho que falar da minha? - é, ele estava meio certo. Mas como não desisto fácil...

- Minha família é muito rica - ele revira os olhos - Não me orgulho disso, mas gostaria de ter nascido em uma família mais simples e, que me desse mais amor. Meus pais são separados desde dos meus quinze anos. Minha mãe é empresaria e, meu pai viaja atrás de negócios. Ano passado eu tive uma briga feia com a minha mãe, nunca tínhamos brigado, mas dessa vez foi preciso, ela queria que fizesse medicina, e meu pai engenharia, mas no final meu pai acabou aceitando, já minha não. Então como ela não iria me dar a passagem para vir para cá, eu comecei a trabalhar, estudava até de madrugada, e consegui vir para cá. Agora sua vez.

- Agradeço muito por ter me contado, mas não vou contar nada - ele diz, revirando os olhos. Idiota.

- Tudo bem! Alguma hora você vai falar - dou um soco de leve em seu ombro.

- Se você soubesse, nunca mais olharia na minha cara - ele diz em tom de decepção.

- Para de falar assim Cás, até parece que matou alguém - dou risada, para tirar a tenção que ficou no ar.

- Pois é! - ele ri também. Ele entra em uma estrada cheia de árvores, e estaciona logo em seguida - Chegamos - ele diz saindo do carro.

- O que estamos fazendo aqui? Você não vai me matar né?

- Não mesmo, vamos tentar relaxar para que possamos começar, aqui perto tem um riacho, pode tomar banho lá se quiser – ele só pode estar brincando comigo.

- Está brincando comigo? Não trouxe roupas, toalhas, muito menos cobertores, caso você não saiba a noite faz frio.

- Eu já havia planejado isso - ele vai até o porta-malas, e abre o mesmo - Trouxe comida, cobertor, toalhas e tudo que precisamos. Agora é só relaxar.

- Você é doido! Como conseguiu roupas minhas?

- Victória me ajudou, trouxe filmes também.

- Você é muito romântico - digo chegando perto dele - Sua... sua namorada vai ter sorte - digo tímida, mas quando percebo o que eu falei... - Não! Não foi isso que eu quis dizer! É que isso tudo é... - sinto um impacto, de corpo com corpo e, vejo que estou nos braços.

Be Free - seja o que você nunca foiWhere stories live. Discover now