Capítulo 52 - Alasca

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Ao chegar na rua de Cásper, peço ao motorista que me ajude levá-lo até a porta de casa. O mesmo aceita e me ajuda.

- Obrigada moço, pegue isto aqui - dou o dinheiro do táxi, e mais um pouco por ter me ajudado.

- Que isso moça, não posso aceitar isso tudo não - o taxista diz.

- Eu insisto - depois de tanto insistir, o moço acaba pegando, e indo embora. Entro na casa de Cásper e coloco ele no sofá. Será que o pai dele vai aparecer? Tomara que não. Pego minha bolsa e começo a procurar meu celular, quando finalmente acho, ligo para Liam e torço para que ele atenda, não irei aguentar carregar Cásper até o chuveiro. No primeiro toque...

Alô, Alasca é você?... Sou eu, Liam preciso da sua ajuda... Pode falar, aconteceu algo?... Sim, eu entrei em um bar para ir ao banheiro e comecei, ouvir barulhos, e quando eu cheguei perto, era o Cásper, ele estava vomitando muito, até vomitou em mim... Alasca ele está bem?... Eu não sei, ele está desacordado e parou de vomitar... Se acalme, eu e Victória estamos indo para aí...

Algumas horas depois, a porta se abre e nela estavam Liam e Victória Liam vai até Cásper, e Vic vem até a mim.

- Você está bem? - ela pergunta, se sentando no sofá.

- Estou sim... só preciso que ele acorde, por favor - digo, colocando minha cabeça entre as pernas.

- Eu vou levar ele para o chuveiro, ele está ardendo em febre, podem preparar uma cama?

- Claro, acho que tem cobertores aqui - vamos até o quarto de Cásper e procuramos algumas cobertas. Ao terminar, voltamos a sala e esperamos Liam sair do banheiro.

- Você está bem? Quer que eu faça algo para a gente comer? - Victória pergunta.

- Não amiga, obrigada... Eu só quero ele aqui, com a gente - digo, com cansaço saindo evidente de minha voz.

- Benjamin não veio com você? - ela pergunta, se sentando comigo no sofá.

- Não, acredita que ele iria pegar no meu braço e me tirar de lá a força, ele não queria ajudar. Eu disse que não quero ver a cara dele, pelo menos não hoje.

- Eu não sei o que Cásper tem na cabeça - Victória diz, com raiva.

- Nos encontramos no restaurante hoje - Victória me olha surpresa.

- Mas você não estava com seus pais e Benjamin?

- Ele trabalha de garçom lá, ele que anotou os pedidos e entregou também - digo, arrependida.

- Seus pais não falaram nada? Benjamin não fez nada? - ela perguntou.

- Ele começou a provocar, mas Cásper não deu muita bola, ou pelo menos tentou. Minha mãe chamou ele de incompetente por não parar de olhar para mim, e meu pia tentou ser gentil.

- Meu deus Ala, você fingiu que ele não existia.

- Foi errado eu sei, mas se minha mãe ficasse sabendo, ela me humilharia.

- Não estou lhe julgando amiga, você pensou em você primeiro, não tem nada de errado nisso. Mas agora é Cásper que está passando dos limites.

- Estou com medo que ele tente algo - digo, com medo.

- Ele nã...

- Ele já está na cama, agora só amanhã mesmo - Liam entra na sala interrompendo Victória sem querer.

- Acho melhor eu ir tomar um banho, estou cansada - digo levantando do sofá.

- Tem roupas dele no armário, pode vestir.

- Obrigada Liam, boa noite para vocês.

- Boa noite amiga.

Vou até o quarto de Cásper e procuro alguma roupa. Consigo achar uma calça de moletom e uma blusa. Entro no chuveiro e molho meu corpo inteiro, não sei como, mas um peso muito grande saiu das minhas costas. Não consigo explicar, só sei que é muita pressão, trabalhos para entregar no fim do ano, namoro sem amor, amando em segredo. O fim do ano está chegando, e não sei como passou tão rápido. Tantas coisas acontecendo, e eu nem sei se pude amadurecer...

Acabo meu banho, e saio indo em direção ao quarto onde Cásper dormia calmamente. Vou no outro quarto, e vejo que Liam e Vic estão deitados também. Volto ao quarto e me sento do lado de Cásper, acaricio seus cabelos que com o tempo ficaram enormes. Seus olhos tinham tantas confusões quando o vi. E agora estão fechados e calmos igual ondas de praia.

Pego mais um cobertor para me cobrir, e como seus braços estavam esticados, me deito sobre um deles nos cobrindo. Tudo naquele momento fazia sentindo, eu em seus braços. Nada mais importava...  

Be Free - seja o que você nunca foiWhere stories live. Discover now