Capítulo 23 - Alasca

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- Olá senhor Scoot - Liam diz, olhando um homem que aparentava ter uns cinquenta e cinco anos. Sua cara não era uma das melhores. Mas também ele tinha os olhos de Cásper, só que mais... tristes.

- O que está fazendo aqui garoto? Não está vendo que estou ocupado? - olho para suas mãos e vejo que estão cheias de sangue, parece que bateu em alguém. Logo me vem a memória que o senhor do bar disse, "Sim mocinha", para a pergunta se Cásper havia bebido. Cásper pode ter apanhado!

- O senhor bateu nele! - digo rapidamente. O velho dá uma risada, e logo empurro ele, para me dar passagem para entrar. Nojento. Como a casa só tinha um andar, procuro entre todos os cômodos, até que vejo uma porta entre aberta e logo entro, segundos depois chega Victória e Liam aparecem.

A cena em minha frente era de partir o coração, Cásper estava jogado no chão com uma garrafa de bebida em sua mão. Vou até ele e, tiro a garrafa de sua mão, seus olhos estavam roxos e sangrando, o mesmo parecia não ter notado minha presença e não ligava se sua garrafa estava sendo retirada de seus braços.

- Liam me ajuda! - Liam vem até mim e, Victória tenta me afastar, mas resisto um pouco.

- Ala vem comigo, deixa eles conversarem - a mesma diz.

- Não... Vic eu deixei ele assim, eu! Ele precisa de mim! - imploro a ela.

- Alasca, por favor saia daqui! - Liam ordena. Olho, mas uma vez para Cásper que ainda está caído no chão. Então resolvo sair, Victória sai junto comigo e fecha a porta.

Não sabia onde estava o pai dele, mas queria matá-lo por fazer isso. Mas o que não entendo, é como Cásper apanhou do pai, ele é muito forte e Cásper não deixaria isso acontecer.

Se passaram uns trinta minutos, mas parecia uma eternidade. Mas logo a porta se abrem mostrando Cásper desacordado, Liam estava com ele nas costas, mas logo eu e Vic ajudamos a carregá-lo até o carro. Colocamos ele no banco de trás comigo em seu lado, pego sua cabeça e com cuidado coloco em meu colo, Liam e Victória vão na frente acelerando com o carro. Como a casa de Liam estava mais perto do que a faculdade, fomos direto para lá.

Quando finalmente chegamos a casa dele, Cásper ainda estava desacordado, então tiramos ele do carro e colocamos ele no sofá, Victória foi usar o banheiro e só ficou eu e Liam na sala, olhando para Cásper.

- Ele estava acordado quando chegamos? - pergunto, e ele concorda com a cabeça - Ele disse alguma coisa durante aquele tempo?

- Disse - Liam fala, sem estender o assunto.

- Me diga Liam, por favor! - imploro ao mesmo - Eu não queria que isso acontecesse - falo com medo.

- Ele apenas disse que não queria ver você, depois repetiu tudo que você disse e, apagou - meus olhos estavam pesados e embaçados, eu estava me sentindo um lixo por faze-lo passar por isso. Mas a culpa não era só minha, eu só não queria fazer ele me odiar.

- Vou embora - pego meu casaco e vou indo até a porta, mas antes me viro para ele e digo - Liam - digo com a voz embargada. O mesmo se vira para mim - Quem é Verônica?

- Na hora certa ele vai te falar - abro a porta e saio indo para a faculdade. Pelo menos ainda tem ônibus.

Quando chego a porta do meu quarto, não consigo me aguentar em pé de cansaço. Mas como nada é fácil...

- Onde estava até essa hora da noite? - Carla estava no corredor, havia me esquecido que hoje era dia dela vir aqui.

- Aconteceu algumas coisas, só pude chegar agora, me desculpa.

- O nome desse problema é Cásper, senhorita Alasca? - pergunta ríspida.

- Qual seu problema com Cásper inspetora? Por acaso vocês tiveram algo, e por ele ter lhe metido o pé na bunda, está com ciúmes? - ela me olha surpresa e logo dá uma risada.

- Você está doida menina? Antes de você, tive vários alunos e um deles foi o senhor Scoot, havia vários boatos de que ele era problemático de carteirinha, alguns diziam que ele já havia roubado, outros disseram coisas piores. E sabe de uma coisa? Não duvido nada. Então pela última vez... se quiser sair dessa sem ser machucada, pare de falar com ele - nada daquilo era verdade, Cásper podia ser qualquer coisa, mas roubar, matar, ou até coisa pior... ele não faria isso. Ninguém o conhece como eu conheço. Ele pode nunca mais querer falar comigo, mas ele é incrível, em vários sentidos diferentes. 

Be Free - seja o que você nunca foiWhere stories live. Discover now