Capítulo 59 - Cásper

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Eu nunca pensei diretamente na morte, mas após ver tudo em minha volta se quebrando, comecei, aderir a ideia.

Ao acordar, vejo que Alasca não estava ao meu lado, mas ao olhar em cima da gaveta, vejo um bilhete escrito a mão.

"Estou indo terminar com Benjamin, quero ficar com você Cás. Com amor, Alasca"...

Alasca... não deveria ter feito isso, não deveria ter parado sua vida por mim. Eu nunca mereci algo de você, mas a pesar de tudo, eu lhe amo com todas as minhas forças.

Arrumo minhas roupas, deixo meu trabalho a onde ela iria achar. Pego folha e caneta e saio de casa. Ao acelerar o carro, penso muito bem se era isso que eu queria. Viver ao seu lado para sempre, seria uma escolha muito arriscada. Mas deixá-la viver sua vida sem erros seria algo sem erro.

Eu estava horas na estrada, e der repente um temporal desaba sobre a estrada. No meio do caminho penso em desistir, mas quando penso nela tudo volta ao antes. Não posso deixar que ela cometa mais erros por minha culpa.

Estaciono no meio das árvores, e saio do carro em meio aquele temporal. Vou até a margem do rio, que havia até alagado a ponte, fazendo com que a mesma desaparecesse. Olho para aquele lugar atentamente. Foi onde a trouxe pela primeira vez.

Volto ao carro para poder escrever, já que a chuva estava me impedindo...

Após ter escrito tudo, a chuva parecia estar pior. Eu saio do carro com meus olhos inundados de lágrimas, e vou andando até o rio... lentamente. Minha vida se passa como um filme em minha cabeça, desde dos meus primeiros passos, até agora. Minhas calças já estavam sendo cobertas pela água, a ponte já havia desaparecido, e só havia água, dor e solidão...

Quando chego a uma parte do rio onde não se sentia mais o fundo, senti que era a hora, era hore de ser livre. Me sentir capaz de tudo, amar e ser amado... é algo que poucos tem, mas que muitos se descobrem ao tê-lo.

Eu achei minha Verônica, mas a machuquei e fiz dela alguém que não era. E isso não tem perdão...

Me jogo no rio, e deixo as correntezas me levarem, a chuva não parava, e meu corpo foi se entregando pouco a pouco, até afundar em meio ao rio... 

Be Free - seja o que você nunca foiWhere stories live. Discover now