Capítulo 48 - Cásper

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Hoje era sábado e eu havia passado a noite no carro, minhas costas estavam doendo, e meu coração estava sem vida. Como hoje eu não teria folga, então iria para o trabalho, olhei o celular para ver se tinha alguma mensagem de Alasca, mas não havia nenhuma, só várias ligações perdidas de Liam. A tempos não converso com ele, nem contei sobre meu pai, muito menos sobre Alasca.

Chego ao restaurante uma hora em ponto, coloco meu uniforme e vou entender os clientes. Hoje está merda está lotada, bando de gente rica que se acha melhor que os outros.

Atendo algumas mesas e logo depois vou almoçar, pelo menos tentar, a fome é o que menos me preocupa nesses últimos dias. Como não consigo comer nada, deixo a comida de lado e volto para o meu trabalho.

- Tem alguma mesa para atender? - pergunto a Felipe, um colega de trabalho.

- Tem aquela família ali - ele aponta para quatro pessoas, e como não prestei atenção, me prontifiquei a atender.

- Eu vou lá... - quando vou chegando mais próximo a mesa, avisto uma senhora loira e um senhor branco dos olhos escuros, já o casal em sua frente não conseguia ver quem eram, mas quando eu chego ao lado da mesa... - Boa tarde...

Quando meus olhos encontram os dela, o meu mundo se fecha para tudo e todos, seus olhos assustados e confusos se juntam ao meus, tristes e quebrados, que percebo o quão perdido estou...

- Então garçom, não vai fazer seu trabalho? - paro de olhar Alasca e me volto para aquele filho da puta. A senhora e o senhor sentados à frente ficam me olhando, e quando olho para os olhos da senhora, na hora sei que são os pais de Alasca, e ela está apresentando eles para Benjamin.

- Vamos incompetente, faça seu serviço! Pare de olhar para minha filha - minha mãe diz, ríspida.

- Não fale assim com ele. Moço, pode por favor nos atenda - o homem que parecia ser pai de Alasca falou com educação. Já sabemos de quem Alasca puxou a educação, da mãe é que não foi.

- Claro senhor - digo engolindo o choro e a falta de ar que tomou meu corpo - O que irão querer?

- Meu amor, diga o que quer – Benjamin pergunta a Alasca, que parecia apavorada demais.

- Eu, eu vou querer - a mesma gagueja e pega o cardápio - Pode ser massa, é, massa com molho vermelho.

- Seri... - tentei perguntar se queria com almôndegas, mas o idiota me interrompeu.

- Ela já disse, você é surdo? - ele diz, olhando para mim com raiva. Ele ficaria sem essa carinha de metido a besta, quando esfolasse ela no chão quente.

- Genro, não seja rigoroso como o moço, ele deve ser novato. Peça logo o que quer - o senhor diz.

- O mesmo que Alasca, por favor - ele diz, sem olhar em minha cara.

- Quero uma salada com cogumelos e... uma peça pequena de salmão ao molho de ervas - a mãe pelo visto se preocupa com o corpo e, com que os outros irão pensar. Puta merda, Alasca.

- Pode me trazer o tradicional, por favor - o pai dela pede, anoto tudo, e me viro para sair da mesa.

- Cásper... - quando meu nome sai de sua boca, me viro em sua direção rapidamente - Onde é o, toalete, por favor - ela pergunta. Ela sabia onde o banheiro ficava, ela sabia muito bem.

- Primeira porta a sua frente, senhorita – ela continua, olhar em meus olhos e tenta dizer algo que faça sentido, mas não consegue.

- Obrigada... - a mesma se levanta da mesa, e sai andando até o banheiro, o qual ela sabia onde ficava.

- Com licença, irei pedir os seus pedidos - saio dali rapidamente, indo até a cozinha. Porra, porra, porra. Minha vontade era de jogar tudo no chão. Ah que merda! 

Be Free - seja o que você nunca foiTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang