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Noah Urrea

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Noah Urrea.

Os segundos viraram minutos, os minutos viraram horas, as horas viraram dias e esses dias se tornaram infinitos.

Aquela ideia, aquela proposta. Tudo isso ainda martelava na minha cabeça.

Eu não tive tempo para sentar, tomar uma taça de vinho e assimilar tudo na minha mente, por isso, sempre esses pensamentos tomavam alguns minutos do meu dia e eu ficava tentando entender o que estava acontecendo e o que fez meus pais chegarem a essa ideia sem noção.

A oferta em si era boa, mas o que ela trazia junto me desanimava. E eu realmente não sei se estaria disposto a enfrentar um casamento falso por isso.

Chego no trabalho e já encontro o meu pai em frente ao seu computador. Entro em silêncio para que ele não percebesse que eu havia entrado ali, mas não funcionou muito.

— Bom dia filho. — Aperto os lábios.

— Bom dia pai. — Coloco a minha bolsa no chão e sento-me em minha mesa.

Enquanto ligo o computador e checo as mensagens em meu celular, percebo que meu pai continuava me encarando. Levanto meu olhar até o seu e arqueio uma sobrancelha, pedindo uma explicação.

— Queria conversar com vo... — O interrompo.

— Vai voltar a bater nessa tecla? Acho que a Sina deixou bem claro que não aceitaria isso.

— Sua mãe foi na D Cosmetics hoje tentar conversar com ela. — Aperto minha mão na minha coxa direita para não acertar um soco na mesa.

— Desnecessário. — Digo ríspido.

— Eu pensava assim também. Até ler o contrato. — Me curvo na mesa em sua direção. Meu pai entende o meu olhar curioso e prossegue — Eu sei que a primeira impressão em relação a esse acordo soa assustador, mas, quando você analisa bem, você percebe que é tranquilo. — Apoio meu queixo na mão — É de um ano, mas isso não significa que vocês devem estar juntos o tempo todo. Cada um continua levando sua vida normal, morando em sua respectiva casa, seguindo com o seu trabalho, e vocês só precisariam aparecer juntos nos eventos. — Meu pai joga um monte de papel grampeado na minha mesa — Leia, é o contrato.

Mesmo receoso, seguro aquilo em minhas mãos. Na primeira folha, havia nossos nomes e descrevia que ali era um contrato de casamento. Viro a página e encontro algumas informações explicando o que era um contrato de casamento e como ele funcionava. A cada linha que eu lia, sentia meu coração bater mais forte.

As próximas duas páginas eram as cláusulas do contrato. Algumas eram importantes, outras aceitáveis e algumas absurdas. Eu precisaria levá-lo para casa e analisar minuciosamente, mas faria isso com Sina.

Em resumo, o contrato não parecia ser um bicho de sete cabeças como eu imaginei. Claro que algumas coisas ali precisariam ser reavaliadas e modificadas, mas isso era o de menos. A oferta que nos era dada era de encher os olhos, era algo perfeito tanto para mim quanto para Sina.

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