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Sina Deinert

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Sina Deinert.

Estava tomando o meu delicioso chá de camomila, em mais um dia da minha jornada do autoconhecimento, quando me deparo com uma frase em um livro. "Aqueles que sabem tudo, mas desconhecem a si próprios, são absolutamente carentes".

Aquilo chegava a ser assustador de tão verdade que era. Eu acreditava que estava à par de tudo que acontecia ao meu redor, achava que aquelas pessoas que estavam comigo já eram o suficiente, mas descobri que eu era uma desconhecida de mim mesma, de que era carente da minha própria companhia.

Eu só sabia sobre mim o que as pessoas me falavam, mas eu não sabia se aquilo de fato era real ou não. Quando passamos a nos conhecer, temos uma visão diferente de si próprio e do que está em nossa órbita. Eu iria me descobrir, conhecer os meus gostos, qualidades e defeitos.

Tenho certeza que assim iria estar pronta para entrar em um relacionamento com alguém bom suficiente para aquilo que eu era.

A semana passou propositalmente lenta, e eu estava prestes a entrar em colapso. Entrei no modo automático, e no trabalho dava apenas bom dia e falava o necessário com as pessoas. Eu estava me sentindo pressionada e sobrecarregada por meus pais que estavam sempre tocando no assunto do casamento. Por mais que eu tentasse fugir disso, eu era encurralada por todos os lados.

Decidi que hoje quando voltasse da academia iria me dedicar 100% a mim mesma. Iria preparar um jantar, iria tomar um banho de banheira com todos os sais relaxantes possíveis, iria relaxar na minha cadeira de massagem e me entupir de chocolate assistindo alguma série. Eu tinha que começar a curtir minha própria companhia, tinha que ver que momentos como esses também são dates, só que comigo mesma.

Não que eu não gostasse de ficar sozinha, mas era diferente. Eu costumava depositar minha alegria e meus bons momentos nas pessoas, e estar em casa sozinha era algo... Okay. Eu ficava sozinha, mas imaginando que alguém — Baylor, de preferência — estivesse ali comigo dividindo aquele momento. Eu gostava de dançar pole dance, mas dançava me imaginando fazendo um show para alguém, e não porque gostava daquilo.

De todo modo, há males que vem para o bem. Baylor é um exemplo.

Eu passei a perceber que teria que começar a me curtir — literalmente — sozinha quando deixamos de transar, e eu tive que me virar com um vibrador. Mas, só hoje percebi que esse tempo todo não estive sozinha, pois eu tenho a minha própria companhia.

Depois de um dia estressante e desgastante no trabalho, cheguei a conclusão de que eu merecia uma noite de autocuidados, uma noite para relaxar e esquecer os problemas por alguns minutos.

Chego em casa e vou direto para o quarto, tirar essa roupa que estava me sufocando e vestir minhas roupas da academia. Calço meu tênis, amarro meus cabelos em um rabo de cavalo e pego a toalhinha. Mando uma mensagem para Heyoon que já estava saindo de casa e pego a chave do carro no sofá.

Business | noartWhere stories live. Discover now