História Oculta [ObiRin]

Capítulo 21 - Nada Mais De Medo!

Rin POV:
Sou uma criança, tenho 12 anos, estou usando roupas ninja - uma camisa preta, um mini-short preto e uma blusa branca. Estou correndo num longo corredor, perseguida por vários ANBU mascarados.

Eu odeio máscaras.

Eu os odeio mais.

Encontrei uma menina que se parecia exatamente comigo, exceto por ela ter um cabelo curto de menino e usar um vestido branco rasgado e manchado de vermelho.

O vestido estava cheio de sangue.

Essa menina sou eu.

Ela estava com medo, chorando. Eu tentei alcançá-la, alcançar a mim mesma, mas não consegui.

De repente, minha outra eu caiu num buraco negro e Danzō apareceu atrás de mim.

- Você sempre ajudou as pessoas, ficou com elas quando precisaram de você, curou uma grande quantidade delas. É patético, não é? E agora que você mais precisa deles, você se encontra sozinha! - ele exclamou.

- MENTIROSO! - gritei. Foi por ele ter escondido minha existência que eles não me ajudaram.

- Agora, é certo que ninguém mais se lembra de você. Rin é apenas uma parte do passado que nunca vai voltar. Você está destinada a viver uma vida de pesadelo, onde você sempre tem de fugir. Todas as pessoas que já te chamaram por aquele nome são apenas uma memória! - disse Danzō de novo.

- NÃO! - gritei irada, mas Danzō não estava mais lá.

Um flash das pessoas que conheci apareceu na minha cabeça.

Eles falavam comigo, esperei que dissessem meu nome, apenas para ouvi-los dizer - Ayame - ou outra identidade que eu mesma lhes dei.

Até Kakashi me chamou por esse nome.

- Você lhes deu esse nome. Você, você mesma, quis isso! - disse Seto, o principal cirurgião que me torturava.

- Não, não, não, não! - continuei dizendo, escondendo meu rosto nas minhas palmas.

Ajoelhar e cobrir meu rosto foi tudo que pude fazer contra minha incapacidade de parar ou chamar aquelas pessoas, aquelas pessoas que um dia foram parte da minha vida. Eu os chamei, mas não havia mais voz.

Em breve, Nohara Rin, aquela menina sorridente que costumava ser eu, vai desparecer também.

"Eu não quero desaparecer". Minha voz se rasgou.

- Meu nome não é Ayame, por favor, alguém me escute! - implorei, mas ninguém me ouviu.

- Foi você quem nos deu esse nome! Você fez isso, por isso ninguém consegue te ouvir! - disse eu mais jovem me olhando sem emoções no rosto.

- Moriyama Ayame?! Um nome muito fofo, significa "Os lindos olhos da floresta da montanha", mas você demorou. Presumo que seja muito difícil encontrar uma identidade falsa - disse Tobi.

Meus olhos se arregalaram sem acreditar no que eu acabara de ouvir.

Ele me ouviu.

Alguém me ouviu, ele nos ouviu, disse à minha versão mais nova que ficou chocada antes de desparecer.

- Rin, Rin, acorda! Por favor! - ouvi uma voz preocupada chamar meu nome, era meu verdadeiro nome, meu primeiro e único.

Acordei sem fôlego. "Isso foi um pesadelo?" pensei.

Ter pesadelos não era incomum para mim, mas foi a primeira vez que terminei daquele jeito. Eu tive esse sonho milhões de vezes, mas eu sempre terminava sozinha, desaparecendo das memórias.