História Oculta [ObiRin]

Capítulo 36 - Menina Vazia!

Flashback:

Já se passou um ano desde que o casal Nohara morreu. Kageochi nunca acordou e Danzō entendeu que o poder que ele procurava não existia.

Naquele dia, Rin passou o tempo todo chorando alto como um bebê, até que um ANBU cortou sua garganta para fazê-la calar a boca e a selou em sua cela.

Desde aquele dia trágico, as coisas nunca mais foram as mesmas. A morena havia perdido a alegria da vida, a vontade de viver. Tudo o que ela fez foi morrer por sua aldeia a fim de salvá-la, e o que ela recebeu em troca foi não sentir Obito novamente. Mesmo se ela percebesse que foi apenas sua imaginação, ela ainda preferiria isso à realidade. E o pior de tudo era seus pais serem torturados e depois mortos, tendo uma vida de pesadelo.

No final, ela não deu ouvidos ao pai, que pediu que ela curasse a mãe, nem à mãe, que pediu para ela não perder a alegria da vida.

Ela não cumpriu nenhuma promessa. Partiu todas elas.

E foi então que ela começou a se odiar.

Rin mal perdeu a noção, ela não era feita para nada disso.

Hoje é seu aniversário de treze anos. Como presente, ela ficou trancada no quarto, com medo de tudo, esperando que o ANBU viesse buscá-la.

A porta se abriu e os Anbu dos infernos apareceu. A morena se ajoelhou se escondendo atrás da cama, abraçando os joelhos e respirando com dificuldade.

Os Anbu perceberam que ela mudou bastante. Antes da morte de seus pais, ela não agia assim. Ela era capaz de enfrentá-los, mesmo que estivesse com medo e tudo, mas ela não costumava se esconder como um rato.

Porém essa não foi a única coisa que mudou nela. Seu cabelo tinha crescido muito, sua franja estava escondendo os olhos e a parte superior do rosto; estava um pouco bagunçada, mas ainda reta devido à beleza de seus cabelos.

--- Vem aqui! --- exigiu um deles entrando na sala.

A criança assustada não se mexeu e ficou olhando para eles, com os cabelos cobrindo o rosto, sabendo que sua expressão havia ficado difícil.

Os Anbu não se espantaram com a reação dela. Como sempre, ela não conseguia falar.

Sim, depois daquele incidente, Rin nunca mais disse uma única palavra. Ninguém nunca a ouviu falar.

Em seus momentos de tortura, rumores dizem que quando ela estava sofrend bastante, tudo o que viram foram algumas lágrimas em suas bochechas sob seu cabelo castanho, bagunçado mas bonito. Enquanto isso, sua boca se abria ligeiramente como se ela gritasse mal, mas em nenhuma vez eles ouviram sua voz novamente.

Seus grandes olhos cor de chocolate acinzentados e lindos perderam toda a luz e vida. Eles ficaram vazios.

Ela viu sua franja crescer, esconder a testa e os olhos.

Os Anbu levaram a criança para a sala de cirurgia, sem dizer uma única palavra. Ela sempre tentava criar uma distância entre eles, mas quando eles a seguraram, ela não opôs resistência. Ela ficou olhando para eles sob seu cabelo bagunçado. Mesmo os talentosos e insensatos Anbu achavam ela meio assustadora às vezes.

Assim que chegaram, jogaram a menina no chão, chamando a atenção dos cirurgiões da sala.

A adolescente se levantou lentamente --- as mãos abaixadas, como se ela não pudesse usá-las --- e olhou para os cirurgiões, sem vida. Sua longa franja a cobrir o rosto, seu vestido branco de meia manga que perdeu a cor devido à sujeira e sangue, rasgado.

-- Ela é muito assustadora, não é? -- disse Anabe para Akito, o recém-chegado cirurgião.

O dito jovem, Akito, olhou para a menina, em choque. Ele foi chamado aqui para estudar a imortalidade com Danzō, mas ele nunca teria pensado que seria numa menina, e ela parecia jovem, ainda mais jovem do que ele.