Capítulo 28

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Caminhei pelo exterior da prisão, com a catana na bolsa, nas minhas costas

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Caminhei pelo exterior da prisão, com a catana na bolsa, nas minhas costas. Olhei o pátio, cheio de zumbis, amaldiçoando o Governador para sempre. Não tinha sido fácil eu, Rick e os caipiras voltarmos na prisão, mas tinhamos conseguido. Pior que, por enquanto, tinhamoperdido o pátio.
Parei junto da porta, olhando. Vi Carl partilhando do outro lado. Ele me acenou e eu acenei de volta, sorrindo. Ele parecia muito mais crescido.
- Não podemos baixar a guarda.
Olhei para o lado e vi Rick. Assenti.
- É... Não iremos baixar. - Falei. - Só não concordo com a presença do Merle.
Rick riu. - Condição do Daryl.
Mordi meu lábio e assenti. - É, eu sei. Já é ótimo ter ele de volta.
Rick tocou no meu ombro. - Daremos um jeito.
Toquei na mão dele. - Sempre damos.

Subi no poleiro, caninhando até minha cela, mas depois voltei atrás. Parei na porta da cela do lado da minha e cruzei os braços sobre o peito.
Daryl estava lá, em cima da cama, mexendo nas flechas.
Me olhou. - O que foi?
- Ainda não tinha conseguido dizer nada mas... É bom ter você de volta.
Ele deu de ombros. - Hum.
Sorri. - Pensei que nunca mais iria voltar.
- Porquê?
Dei de ombros e entrei na cela, encostando na parede e colocando as mãos atrás das costas.
- Você tinha o Merle.
Daryl olhou as flechas e depois me olhou de novo. - E você estava certa sobre ele. Ele é meu irmão mas... Esse grupo...
- É familia. - Terminei.
Ele assentiu.
- Confesso que não tinha saudades do Merle. - Falei.
Ele riu junto comigo e depois percebi que ele ficou me olhando, com aquele olho azul fixo em mim. Parei de rir e olhei ele. Daryl mordeu o lábio.
- É bom estar aqui de novo. - Ele falou.
Fiquei olhando ele. Claro que era bom ter ele ali de novo. Eu me sentia melhor sabendo que ele estava bem e... Daryl me fazia sentir segura, de algum modo. E sim, eu me preocupava com o caipira.
Saí de perto da parede e estiquei meu braço na sua direção. Ele olhou minha mão e depois para mim.
- Vem, vamos falar com o Rick. Precisamos ver como iremos lidar com o pátio de novo. - Disse eu.
Daryl me seguiu para fora da cela.
Chegando no andar de baixo, me aproximei de Beth, vendo que Judith estava acordada. Sorri e estiquei meus braços. Beth me entregou a garotinha, enquanto Daryl falava com Michonne, Rick e Hershel.
Sorri para a bebê, tocando no seu nariz e fazendo carinho no seu rosto.
Percebi Merle olhando o irmão e Rick, escutando a conversa e só nesse momento me apercebi que não estava tão longe dele assim.
Ele pareceu perceber também, para meu grande horror.
- Aí cunhadinha, você leva jeito. - Ele colocou os braços nas grades e sorriu. - Quando você e meu irmãozinho vão me dar sobrinhos, hein?
Olhei ele, pensando se matava ou dava uma surra. Mas aí lembrei da bebê nos meus braços e esqueci tal ideia.
- Vai para o inferno, Merle.
Ele riu. - Já estamos todos, cunhada.
- E para de me chamar esse nome! - Falei. - Não sou sua cunhada!
- Ah, mas eu sei que é. Você até salvou meu pai.
Eu ia virar as costas para ele, mas parei e o olhei de novo. Como ele sabia? Era impossível! Um cara comoo Merle não.... E aí algo se iluminou na minha mente. Merle não lembrava, mas Daryl sim, e tive certeza de que fora Daryl a relembrar o irmão. Suspirei.
- Era meu trabalho. Mas nesse momento, meu trabalho é matar caipiras como você!
Virei costas e saí de perto dele. Que homem mais irritante.
Algum tempo depois, eu tinha acabado de entregar Judith para Beth, para a bebê comer, quando Carl entrou na prisão, chamando todo mundo.
- É a Andrea.
Peguei uma arma e saí junto com Daryl, Merle e Rick.
Carl tinha razão, Andrea estava entrando no pátio, com um zumbi como animal de estimação.
- Mas aquela diaba não morreu? - Perguntei mais para mim mesma do que para alguém em especial, mas escutei Daryl rir atrás de mim, enquanto nos aproximamos.
Rick mandou ele ajoelhar, enquanto Merle voltava a trancar o portão. Ficamos olhando a floresta, mas não tinha ninguém atrás dela. Rick mandou ela entrar na prisão.
Toquei no seu braço enquanto a seguiamos.
- Tem certeza? Pode ser armadilha.
Ele assentiu uma vez. - Concordo com você, mas só saberemos se falarmos com ela.
Concordei e segui eles para dentro.
Me mantive calada, do lado de Daryl, junto de uma mesa, escutando Andrea. Eu nunca gostei dela, e esse sentimento não parecia ter mudado.
Revirei meus olhos passado algum tempo e não resisti.
- E como podemos ter certeza? - Perguntei. - O seu namorado entrou aqui, matando e destruindo tudo.
- Ele disse que vocês atiraram primeiro.
Eu ri. - Foi isso que ele disse para você nessa noite? Ma cama dele?
Daryl deu um tapinha no meu ombro, mas vi um sorriso pequeno no canto da sua boca.
- Eva. - Disse Rick.
- Quê? É verdade, tá na cara que ela é namorada dele.
Andrea começou a perguntar pelos outros membros do grupo e chegou em Shane.
Encarei ela. - Eu matei ele.
Ela me olhou, chocada. - O quê?
Dei de ombros. - Ele virou.
Ela olhou o chão.
Odiava relembrar aquele momento mais vezes do que minha cabeça já me obrigava. Não iria ser aquela loira a me botar no chão de novo.
Depois de um tempo, Rick decidiu deixar ela ir.
Ficamos na rua, enquanto Glenn ia buscar um carro para Andrea, e Merle ficava no portão. Olhei ela se afastando.
Andei até Rick e cruzei os braços.
- Acha boa ideia? E se era esse o plano? Ela vir aqui para ver se tinha alguma forma de eles entrarem sem serem detetados?
Rick me olhou e colocou um braço em cima do meu ombro. - Eu sei. Não se preocupa, vamos ficar de olho. Nada vai acontecer, não vamos permitir.

Já dentro da prisão, Beth, sentada junto de uma fogueira, começou a cantar de novo. Entreguei a mamadeira para Carol, que me sorriu e me afastei, em direção a Daryl, Rick e Hershel.
- Levarei Michonne e Carl, ele está pronto. - Disse Rick.
Cheguei no ponto em que ele falava sobre uma patrulha. Parei do lado do arqueiro.
- Você, Daryl, segura as pontas aqui. Deixei o Merle ficar por você, mas se ele fizer alguma coisa, a culpa será sua.
Daryl assentiu. - Fechado.
- Isso aqui ficará por sua conta, amanhã.
- Pode deixar. - Respondeu ele.
Rick me sorriu.
- Você ajuda ele, certo?
Assenti e sorri. - Claro.
Eles se afastarame fiquei do lado de Daryl.
- Beth vai salvar o mundo cantando?
Daryl me olhou e me empurrou, devagarinho, com seu ombro.
- Cala a boca. Todo eles gostam de ouvir ela.
Ri e empurrei ele. - Tava brincando.
- Pfff. - O caipira esticou a mão e mexeu no meu cabelo, me deixando toda descabelada.
Dei um tapa na mão dele e depois fiquei olhando o grupo. Ninguém podia chegar perto daquele pessoal. Era minha família, mesmo que o babaca do Merle estivesse ali também. Mas... Esse eu poderia entregar para os lobos.

 Esse eu poderia entregar para os lobos

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