Capítulo 84

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Eva:

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Eva:

- Eva.
Balancei a cabeça, sentindo ela um pouco mais leve e o calor na minha pele também tinha diminuído. A dor na minha perna melhorara, mas ainda continuava doendo.
- Eva.
Abri os olhos. De novo, não.
Ele me deu um sorriso enorme, como se fosse o homem mais feliz do mundo, com aqueles olhos negros brilhando. Fechei os olhos e sorri.
- Você também? - Falei.
Ele gargalhou. - Você tem de sair daí, louca. Cadê a Eva que eu conheci na estrada? Cadê a garota que não desistia nunca?
- Isso era antes de eu saber que desistir era mais fácil.
- Lembra do que o Dixon falou? Desistir é fácil.
Abri os olhos de novo e sorri. - É, ele disse. Você poderia estar vivo, T-Dog, mas desistiu, lembra? Eu disse que podia matar aqueles zumbis.
Ele deu de ombros. - Eu já estava ferido. Eu iria morrer.
- Daríamos um jeito.
- Não, não daríamos. - Ele falou. - Eu já estava morto. Além disso, foi melhor assim, pois o olhar que Daryl me lançava de cada vez que me via com você... Eu não iria aguentar muito tempo sem levar uma flechada na cabeça.
Tive de rir, mas isso provocou dor e tentei parar. - Daryl nunca faria isso, T.
- Hum, hum, sei. - T-Dog segurou minha mão. - Agora me faz um favor, e acorda. Tem um plano para terminar e todo mundo precisa de você. Todas as vidas contam. Daryl precisa de você!
- Mas eu....
- Acorda, Eva. Acorda, louca!

Abri os olhos e dessa vez eu estava num lugar diferente. Fechei de novo e depois abri.
Eu estava em uma cama, minha perna estava enfaixada e tinha um curativo no meu braço. Olhei em volta, eu conhecia aquele lugar.
De repente, a porta abriu e Jesus entrou, parando quando me olhou. Ele sorriu e se aproximou da cama.
- Eva! Você voltou.
Franzi o cenho. - Voltei de onde? O que... - Depois algo se iluminou na minha mente. - Daryl!
Ele tocou na minha mão e sorriu.
- Ele está bem, foi em Alexandria. Mas está tudo bem. Daryl te trouxe para cá.
Lembrava de tudo: o ferimento, a horda... as pessoas mortas falando comigo.
Olhei Jesus.
- Tenho de sair daqui.
- Nem pensar! Você ainda não pode andar, além disso, levou uma transfusão de sangue. Não vai sair daí.
- O quê? Quem fez isso em mim? De quem é o sangue que tenho no meu corpo?
- Maggie fez. O sangue é meu.
Abri muito os olhos. - O quê?
Jesus deu de ombros. - Daryl não era compatível.
Passei a mão pelo cabelo, suspirando.
- Preciso sair. Temos de derrotar o Negan.
- Estamos tratando disso, Eva. Não se preocupe. - Ele me sorriu. - Nesse momento, sua preocupação deverá ser em se recuperar. Além disso, eu prometi ao Daryl que você não iria sair dessa cama e que nada aconteceria com você.
Fiz um sorriso ladino. - Você e Daryl?
Ele sorriu e deu de ombros.
Suspirei e vi aqueles olhos azuis me olhando. Mordi meu lábio.
- Obrigada, Jesus.
- De nada. Você é minha amiga, mais como uma irmã, nunca deixaria você morrer.

Atualidade (dias depois):

Saí do trailer, mancando ainda, e apertando as luvas. Desci as escadas, uma de cada vez, me apoiando, e finalmente cheguei no chão.
Olhei Hilltop. Tinha Salvadores presos ali, e Gregory estava no meio deles. Algo tinha dado errado, eu simplesmente sabia.
Andei até mais na frente e logo Jesus aparece, se colocando no meu caminho e não me deixando avançar mais.
- Você deveria esta descansando. - Falou, bravo comigo. - Ainda não está recuperada!
Revirei os olhos. - Não estou cansada. Estou ótima.
- Está mancando.
- Ah, qual é, Jesus? Não vou ficar no trailer para sempre e você sabe disso.
- Não te dei meu sangue para você ficar bancando a bravinha aqui. - Sorriu.
- Me deixa. - Olhei os prisioneiros. - O que aconteceu? Me fala tudo.
Jesus explicou o que aconteceu, me levando e sentando nas escadas da mansão. Ouvi cada palavra. O Santuário tinha sido cercado, exatamente como previamos. Os postos avançados tomados, mas isso eu sabia, tinha estado lá. Ele tinha feito prisioneiros, contra a vontade de todo mundo ali, principalmente Maggie.
- E tem mais. - Ele me olhou com a preocupação no rosto.
Estremeci. - Fala.
Jesus suspirou antes de falar. - Negan e os Salvadores conseguiram escapar do Santuário, com a ajuda de Eugene. Ontem de noite nós iamos ajudar Alexandria, mas fomos obrigados a voltar. Neill está morto e eles tinham Jerry.
Franzi o cenho. - O quê? Mas... - Depois lembrei de uma coisa. - Daryl está em Alexandria.
Jesus assentiu. - Negan ia para lá. O único local seguro agora é aqui.
Levantei e Jesus me imitou, mas segurou meu braço.
- Você não pode fazer nada.
- Me solta! É minha casa, minha família! É o Daryl!
- Você sabe como eles são! Vão sobreviver!
Balancei a cabeça. - Negan já matou nossa gente antes!
- Eva, eu...
- Jesus! Maggie!
Olhamos o cara que estava guardando o portão e nos aproximamos, com Jesus me apoiando para eu conseguir andar.
Quando o portão se abriu, vi meu grupo, com Daryl na frente, carregando Judith.
Ele parou de anda quando me viu, como se não esperasse me ver.
Larguei Jesus e tentei correr até ele, mas não consegui, e fui mancando mesmo.
Daryl me abraçou com o braço que tinha livre e depois me olhou, segurando meu rosto.
- Pensei que estivesse recuperando. Desacordada.
Sorri. - Estou ótima.
- Deveria estar na cama. - Falou Jesus.
Daryl me olhou e eu dei de ombros, fazendo carinho no rosto de Judith.
Mas aí olhei o grupo e de novo para o caipira.
- Cadê Rick, Michonne e Carl?
Daryl olhou o chão e eu soube que algo terrível tinha acontecido.
- Daryl?
Ele me olhou, com um olhar triste.
- Aquele é o Siddiq. - Indicou um cara que eu não conhecia. - Carl foi mordido quando trazia ele para Alexandria.
Senti o sangue me abandonar e meu corpo gelar. A senti a mão de Jesus no meu braço, me impedindo de cair. As lágrimas ameaçavam cair pelo meu rosto.
- Onde está ele?
Daryl mordeu o lábio. - Ele... Carl não sobreviveu. Rick e Michonne ficaram com ele, estava péssimo.
- O quê? Não... - Balancei a cabeça. - Não, não é possivel! O Carl... - Ergui as mãos e deixei elas cairem de novo. - Não! - Gritei.
- Eva...
Sacudi a mão de Jesus, chorando feito criança. Daryl deu um passo na minha direção mas eu dei um para trás, soluçando.
Carl estava morto? Meu menino estava morto? Nunca mais iria ver ele?
- Hey... - Fez Daryl.
Neguei com a cabeça e me afastei do grupo, mancando até o trailer.
Queria sumir, queria ver o Carl, embalar ele nos braços e dizer que tudo ficaria bem.
Sentei na cam e chorei, nem ligando para quando a porta abriu e alguém entrou.
Daryl sentou na minha frente e tocou no meu rosto. Deixei que ele me abraçasse, mas isso só provocou mais lágrimas. Depois ele me afastou um pouco e tirou algo do bolso, me entregando.
Era um papel dobrado, com meu nome escrito com a letra do Carl.
Olhei Daryl e ele me fez um sorriso pequenininho.
Limpei as lágrimas, mas elas caíam novamente, e abri a carta...

WarriorWhere stories live. Discover now