Capitulo 9

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Hershel deixou a gente ficar na fazenda até Carl se recuperar, mas aí soube que Rick fez algum tipo de acordo com ele para ficarmos mais tempo.
Meus dias eram passados na floresta, com Daryl ou sem ele, procurando Sophia. Mas até agora nada.
Nesse dia acordei e saí da minha tenda, guardando a katana na bolsa e olhando a fazenda, cheia de vida e sol.
- Bom dia, "spanish".
Olhei para o lado e vi T-Dog, sorri.
- Bom dia. Eu não sou espanhola, meu pai era, não eu. Eu nasci em Nova Iorque.
Ele me entregou café, acabado de fazer e eu fiquei olhando ele. Deu de ombros.
- Carol que mandou te entregar, pela procura da menina.
Balancei a cabeça, confirmando e bebi um gole, enquanto via Daryl se aproximar, puxando um cavalo. Sorri.
- Dixon, sabe que é para você andar sobre o cavalo e não por baixo?
Daryl fez cara feia para mim e eu e T-Dog rimos.
- Acordou engraçadinha hoje? - Falou. - Vem?
- Sim, mas irei andando. Prefiro.
Ele ficou me olhando e depois concordou.
- Pelo menos posso levar você até meio do caminho.
- Fechado.
Entreguei a chávena a T-Dog e subi no cavalo, depois de Daryl.
- Cuidado vocês dois. - Falou ele.
- Claro, não se preocupa.
- Eva!
Olhamos para trás e vi Glenn correndo na nossa direção.
- Vou na cidade, precisa de alguma coisa?
Pensei por alguns minutos e depois neguei.
Daryl saiu dali, me levando com ele. Era estranho como se tornara tão fácil conviver com o caipira. Ele sempre pareceu distante e fechado... Na verdade era uma das minhas pessoas favoritas naquele apocalipse.
Quando já estávamos bem dentro da floresta, Daryl parou o cavalo e eu desci. Ele me olhou, com aquela expressão que eu já conhecia. Ele parecia um pouco nervoso.
- Você fica bem? - Perguntou.
Retirei a katana da bolsa e olhei ele. - Claro. Te vejo na fazenda, Dixon. - E me afastei.

Caminhei durante horas, continuando de onde tinha ficado no dia anterior. Cada dia que passava sem achar a menina, eu achava que já não procurávamos uma pessoa viva, mas nunca que eu iria dizer isso para ninguém. Mas secretamente, eu sabia que Daryl pensava o mesmo.
Matei um errante que apareceu do nada.
Horas depois sentei no cimo de uma árvore, estava cansada, mas não podia parar. No final da tarde cheguei na casa que Daryl tinha falado e vi um flor branca, a cherokee rose, e sorri. O caipira levara duas no dia em que estivera ali. Deu uma a Carol, para dar esperança pela Sophia, e deu outra para mim, coisa que me deixou confusa, mas adorei a flor.
Olhei em volta.
- Sophia!
Nada. Apenas silêncio.
Decidi que estava na hora de regressar e caminhei de volta á fazenda. Vi o trailer, com Andrea em cima. Dale me sorriu e indicou a floresta, neguei com a cabeça.
Continuei e Rick se aproximou. - E aí?
Balancei a cabeça. - Nada. - Olhei em volta. - Cadê o Daryl?
Rick me olhou, parecendo confuso.
- Não está com você?
Senti um arrepio e meu coração ficando acelerado. Onde estava o caipira? Ele já deveria ter chegado.
- Errante! - Gritou Andrea.
Olhei para trás, mas o sol estava demasiado baixo. Rick correu na direção do errante, pedindo a Andrea que não disparasse. Shane e T-Dog foran junto. Vi Dale olhando e vi um rifle do lado dele. Fui até lá e peguei  para conseguir ver.
Não era um errante.
- Vou atirar. Eu consigo. - Disse Andrea.
Não tive tempo de dizer nada, Andrea atirou e o "errante" caiu  o chão. Escutei Rick gritar e o rifle caiu da minha mão.
- Eva? - Chamou Dale.
Bufei de raiva, enquanto Andrea descia do trailer, e depois agarrei ela pela blusa e me aproximei, pegando ela de surpresa.
- Eu... Eva, eu não sabia.
- Você é a maior burra que eu conheço! - Gritei. - Não podia ter esperado? É o Daryl, sua idiota! É o Daryl!
Senti as mãos de Dale nos meus braços, mas eu estava tão cheia de raiva que não larguei a loira.
- Me larga, Eva! Eu não sabia!
- É por isso que você não sabe mexer em arma, e ninguém quer saber! Você é um perigo! Uma doida! Eu te odeio!
Agarrei no cabelo dela e logo Dale e T-Dog, que chegara junto da gente, me puxaram para longe dela.
- Tira essa louca de perto de mim. - Disse Andrea.
- Reza, loira, reza para que Daryl não esteja morto. Se não eu mato você! Coloco você no meio de uma horda! - Gritei, tentando socar ela, enquanto T-Dog me levava em direção á casa.
- Ele vai ficar bem, Eva.
- Me solta! - Arranhei o braço de T-Dog,  que me largou, e corri para dentro da casa, entrando no quarto onde Hershel via Daryl.
Ele me olhou. - Você pode esperar na sala. Eu te chamo, não se preocupe.
Não respondi e o médico me sorriu. - Ou pode ficar aí também .
Sentei em uma cadeira, amaldiçoando Andrea ás profundezas do inferno. Aquela louca iria me pagar bem caro se alguma coisa acontecesse com o caipira.
- Reconhece isso?
Olhei Beth, que segurava uma boneca nas mãos. Peguei ela, sentindo meu coração gelar. Olhei o caipira e depois para Beth.
- É a boneca da Sophia.

- Sanchez.
Abri os olhos, nem percebi que tinha adormecido, e vi Daryl me olhando. Dei um pulo e me aproximei dele.
- Oh meu deus, você está acordado.
- Hum. Você ficou aí o tempo todo?
Confirmei e depois sentei na cadeira de novo.
- Você achou a Sophia?
- Não.
- Mas você trouxe a boneca.
Daryl deu de ombros. - Foi só o que achei.
Passei a mão pelo rosto e depois suspirei.
- Eva, vai comer alguma coisa. Sai daqui, está sendo bastante estranho, parece que... Sei lá. - Rosnou Daryl. - Preciso descansar, de qualquer jeito.
Sorri e levantei. - Sei... Você? Nem que fosse atingido por um raio, você descansaria.
Saí do quarto, deixando Daryl, e saí na rua. Caminhei até chegar no nosso acampamento e Rick se aproximou de mim.
- Como está o Daryl?
- Acordou. Está bem, já está até sendo bruto.
Rick riu, tocou no meu ombro e se afastou.
Vi Andrea me olhando e encarei. Se ela falasse alguma coisa eu iria partir para cima dela de novo. Não suportava aquela lá, e muito menos agora.
- Eva.
Dale parou na minha frente e olhei ele.
- Desculpa. - Falei. - Eu sei que você gosta da Andrea...
Ele levantou as mãos. - Não sei o que deu em você, mas você estava defendendo o Daryl, da mesma forma que eu  defenderia a Andrea. Estava no seu direito.
Sorri. - Daryl não é tão mau assim mas... - Revirei os olhos. - Ok, todos nós já quisemos atirar no Dixon.
Dale riu. - Vem, vamos achar uma coisa para você fazer antes de jantar.

Já era noite quando entrei no quarto de Daryl, vendo que Carol estava com ele. Segurei a comida, sem saber muito bem o que fazer. Carol me sorriu e saiu, mas depois voltou e me olhou.
- Obrigada. Pelo que você também está fazendo pela minha menina.
Sorri e ela se afastou.
Entrei e fechei a porta, colocando a comida na mesa de apoio. Daryl bufou.
- Parece que virei criança.
Sentei na cama. - É, parece mesmo. Vai dizer que não quer comer, também?
Ele me olhou torto, mas depois sua expressão mudou.
- Procurei em todos os lugares. Quase morri. Vi Merle....
- O quê? Merle?
Daryl deu de ombros. - Bati com a cabeça quando caí e tinha um ferimento horrivel por conta da flecha. Acho que imaginei coisas.
- Hum. - Respondi.
- Não achei a Sophia.
Mordi meu lábio e olhei ele. - Nem eu. Mas tentaremos de novo.
- Acho que não adianta.
- Vai desistir? - Perguntei.
Daryl ficou me olhando. - Não.
- Eva, posso falar com você?
Olhei a porta e vi Lori. Bufei e segui ela até a rua, bem longe da casa e do acampamento.
Cruzei os braços.
- Não estou com cabeça para falar, Lori. Muito menos com você.
- Eva, por favor, eu preciso falar com você. Eu não sei o que fazer.
Vi Lori chorando e aquilo prendeu minha atenção.
- Lori?
Ela me olhou. - Estou grávida.
Fiquei olhando ela.
- E... acho que esse bebê pode ser do Shane.
Senti meu coração gelar.

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