Capítulo 97

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- E você deixou?
Suspirei, olhando a comunidade.
- É uma criança. Além disso, ele se identifica com ela. E depois tem o  Henry, também.
Escutei ele dando um riso fraco do outro lado.
- Você arranja cada um, hein?
- Cala a boca, imbecil. - Falei, mas sorri.
- Outra coisa, que estive pensando e  agora lembrei. - Ele fez aquela pausa dramática e eu revirei  os olhos. - Porque você fala comigo?
- Porque tudo isso é uma merda e você é um babaca, além disso, matou meus amigos. É como se fosse o seu castigo, me escutar.
Ele riu do outro lado.
- Você já é uma peste, então grávida... Mas podia ser um castigo pior. Mas olha lá, hein? Cuidado com sua saúde. Não fica se estressando porque eu não quero ter nada a ver se você passar mal. Era o que faltava, o caipira me azucrinando por causa da cria dele.
- Vai bancar o médico, agora? Você nunca se importou com ninguém, deixa de besteira.
- É... você tem razão. - Escutei ele suspirar. - Desde a Lucille que eu não me importo com ninguém mesmo. Parece que tudo mudou nessa merda de mundo.
Sorri e apertei o botão do rádio.
- Quê? Vai dizer que antes você não era um babaca?
Ele riu. - Não. Acho que não. Eu era um marido formidável. Apesar de eu achar que ela merecia mais e melhor.
- Credo. - Eu ri mas depois fiquei olhando o nada.
- E o cara que você tinha antes do Dixon? Também era um babaca?
Revirei os olhos.
- Ele era um filho da puta merdoso, que esperou o mundo acabar para me trair com uma amiga, que era a mulher do melhor amigo dele.
Negan riu bastante.
- E acabou morto. Nossa, baixinha, você matou ele, né?
- Fazer o quê? Mas não quero falar sobre isso. Doeu bastante matar ele.
- Mas pelo que percebi, você está melhor com o Daryl.
- Pfff. Você tirou ele de mim, lembra? Ah, não vem com essa conversa de coitadinho e que entende das coisas, não. Ainda te odeio.
- É. Tou vendo.
- Vendo o quê? Aí trancado nessa cela?
- Nada não.
Suspirei. - Vou indo.
- Já? Ia pedir uma pizza e cerveja para a gente fazer maratona de filme de terror.
- Negan, você já fez seu próprio filme de terror. Deixa de querer ser engraçado. Você não é.
- Mas você me protegeu naquele dia.
- Por causa da Judith. Agora chega. Até mais, idiota.
- Até mais baixinha, sonha comigo.
- Nossa Senhora. - Murmurei.
Prendi o rádio no cinto e voltei para junto de Lydia e Henry. Pouco tempo depois, Daryl voltava, falando que era seguro continuar, pois não tinha ninguém por ali.
Segurei a mão dele enquanto caminhamos e ele me sorriu. Era bom ter ele comigo.

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