Capítulo 43

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Daryl:

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Daryl:

Eva continuava dirigindo, seguindo aquele carro estranho, mas sem fazer perguntas. Mas Daryl percebeu que ela ficou estranha depois de um tempo.
- O que foi?
Eva o olhou por dois segundos e indicou a estrada em frente, onde una cidade se erguia.
- Voltamos a Atlanta.
Daryl olhou em frente e viu que ela tinha razão. Merda.
Depois de um tempo, o carro parou e eles ficaram na sombra, dentro do carro deles, observando.
- Estamos com o tanque vazio. - Disse Eva.
- Porque você veio?
Ele sentiu o olhar dela, mesmo antes de olhar para Eva.
- Ora, é a Beth.
- Você fazia gracinha sobre ela salvar o mundo cantando.
Eva sorriu. - É, mas isso não significa que eu queira que ela morra.
Depois Eva tocou no seu braço quando o homem que saiu do carro voltou. Eles seguiram pela estrada, mas dessa vez eles não podiam ir atrás.
- Acharemos um abrigo até amanhecer.
Ela assentiu e saiu do carro, dando a volta e tirando uma faca do cós da calça. Matou o zumbi que tinha na porta e abriu ela. Daryl saiu e Eva fez uma vênia.
- Bem vindo de volta a Atlanta, sr. Dixon.
Caminharam pela cidade, tentando evitar encontros com zumbis. Eva parecia saber para onde ir, e Daryl seguiu ela.
Entraram num edificio grande e caminharam pelos corredores até chegarem num escritório pequeno e apertado.
Daryl olhou em volta enquanto Eva colocava a mesa na frente da porta.
- Você esteve aqui?
Ela o olhou e deu de ombros. - É... Mais ou menos.
- Que resposta é essa?
Ela o olhou. - Trouxe uma família para cá, dois garotos e sua mãe. Não se preocupa, o lugar é seguro.
Caminharam por um corredor apertado até chegarem em um quarto pequeno, mas que tinha uma janela que dava para ver a rua por onde o carro tinha seguido.
Eva colocou a catana na cama de cima e sorriu para Daryl.
- A cama de baixo é sua, é a sua cara.
Daryl olhou para trás e viu um coberto cor de rosa.
- Você é impossivel. - Rosnou ele, se sentando na cama.
Eva ficou na janela e ele ficou observando ela, mas ela continuava lá.
- Vai ficar aí?
Ela o olhou e sorriu. - Primeiro turno é meu.
- Você não disse que era seguro?
Eva suspirou e sentou do lado dele, olhando a janela.
- Sairemos pela manhã.
Daryl viu Eva deitar na cama dele, ficando ali e olhando para sitio nenhum. Deitou para trás, do lado dela.
- Pensei que a cama de baixo fosse minha. - Ele escutou Eva rir. - Sério, porque você entrou naquele carro sem pensar duas vezes?
Eva suspirou. - Eu sabia que você viria, de um jeito ou de outro. Decidi ajudar. Além disso, eu te seguiria até o fim do mundo. Parece que chegamos. - Ela o olhou e depois subiu na cama dela.
Daryl ficou ali um bom tempo com as palavras dela dando voltas na cabeça dele.
O que raio ele fizera para merecer aquela mulher? Nada. Ele não fizera nem era nada. Mas ela estava ali, só porque ele queria salvar a Beth. Ela estava sempre ali, e pior, ela o fazia se sentir bem. Eva não merecia ficar se arriscando por um zé ninguém.

Quando amanheceu, Daryl ficou arrumando as coisas deles nas mochilas até que Eva acordou. Ela sentou na cama, balançando as pernas antes de pular no chão.
- Precisamos de um sitio mais alto.
- Vem, sei como chegar até lá. - Eva saiu do quarto.
- Espera, como você sabe?
- Minha cidade, lembra?
Saíram do edifício e caminharam pela cidade. Daryl deixou Eva ir na frente, vendo como ela parecia saber exatamente para onde ia. Enquanto corriam por uma rua, ele viu ela apontar para o prédio ao lado, para uma janela quase no topo.
- Era meu apartamento.
Daryl olhou, e só nesse momento imaginou como deveria estar sendo horrível para ela. Olhou a janela de novo, não conseguindo imaginar Eva vivendo num lugar assim.
- Ali. - Disse ela.
Daryl espreitou e viu um edifício grande, com uma ponte que ligava a outro edifício. Era alto o bastante para talvez verem os caras.
Ele pegou um monte de papel e botou o fogo, lançando para o meio da estrada, atraindo a atenção dos zumbis.
Fez sinal a Eva e correram, entrando no edifício.
Aquilo era medonho. Tinha uma espécie de acampamento montado no meio do corredor, com zumbis presos dentro de tendas, e espalhados pelo chão.
Eva ficou olhando aquilo e Daryl pegou numa faca e começou a matá-los.
- Vem.
Eva seguiu ele e passaram por uma porta que estava presa com correntes, seguindo por um outro corredor e entrando num escritório grande.
Daryl ficou junto da janela e Eva se aproximou, ficando olhando a rua, cheia de marcas de explosão. Ele olhou ela e viu algo no seu rosto.
- Eva.
Ela o olhou e depois deu de ombros.  - Eu vi os bombardeamentos.
- É... eu sei.
Ela olhou ele e sorriu. - Claro que sabe. Você estava lá.
Daryl ficou olhando pela janela e de repente algo chamou sua atenção.
- Eva! Olha ali!
Ela olhou para onde ele indicava, para a ponte onde estava uma van com cruzes brancas nos vidros. O olhar que ela lançou a ele era tão forte, tão cheio de esperança, que Daryl ficou aturdido por um segundo.
- São eles! Vamos!
Saíram, percorrendo o corredor de novo até chegar na porta. Daryl segurou a porta do corredor para Eva passar. Quando ela passou, ele foi atrás, mas tinha um cara no meio do corredor, com a catana de Eva nas mãos.
- Me dá suas armas.
Daryl ficou olhando ele. Eva não tirava seus olhos do garoto, que continuava segurando sua catana, e ele não sabia o que fazer. Suspirou e deixou a besta cair  no chão.
O garoto pegou, pediu desculpa e saiu dali, soltando uns zumbis que estavam no corredor, dentro de tendas de acampamento.
- Ótimo. - Rosnou ela, tirando a faca. - Agora estamos no meio da cidade, sem armas.
- Daremos um jeito. Vem!
Quando chegaram na ponte não viram ninguém, nem nenhum zumbi. Eva se aproximou da van e abriu uma das portas, Daryl abriu a outra e sentiu a sua mão no seu braço.
- Eu vou. Parece instável e eu sou mais leve.
- É. - Disse ele, mas entrou na van.
Era exatamente por ser instável que ele iria entrar e não ela.
Tinha uma maca lá e Daryl mexeu, vendo umas letras, HGM.
- Eva, o que é HGM?
Ela o olhou. - Hospital Grady Memorial. Deve ser lá que eles estão.
Nesse momento, enquanto Daryl mexia na van, Eva tinha ficado do lado de fora. Nunca que ele iria deixá-la entrar ali, quando aquela merda estava prestes a cair lá em baixo.
- Daryl!
E aquilo foi o suficiente para que ele largasse o que estava fazendo e saísse da van, vendo um monte de zumbis atacando eles. A única maneira era entrar na van. Droga!
- Entra! - Gritou para Eva.
Depois de Daryl fechar as portas ele olhou Eva. - Não temos mais nada além do que já temos.
Ele revirou os olhos. - Sério?
Os dois foram nos lugares da frente e Daryl olhou Eva. - Põe o cinto.
Eva colocou e ele também, mas ele viu que ela olhava a estrada em baixo deles. Como ele fora colocar ela ali dentro?
- Desculpa. - Disse ele, quando a van andou um pouco para a frente.
- Porquê?
- Por te colocar nessa situação.
Ela riu. - Já estive pior.
Daryl pegou a mão dela, apertando.
- Eu disse que te seguiria até o fim do mundo. - Falou Eva.
Daryl ia responder, mas a van caiu da ponte, aterrando com um grande estrondo na estrada em baixo.
Ele olhou para Eva, rezando para que ela estivesse bem, e  viu ela tirando o cinto e abrindo a porta.
Quando ele saiu, já Eva estava na frente da van, com as mãos nos joelhos e olhando o chão. Daryl se aproximou.
- Você está bem?
Eva levantou. - Estou ótima. - Sorriu. - O hospital fica a três quarteirões daqui.
- Vamos procurar um lugar alto e observamos. - Disse ele.
Eva aceitou sem fazer perguntas, sem saber que na verdade, ele queria ter certeza de que ela estava realmente bem para continuar. Não podia perder Eva.
Quando finalmente entraram no edificio e subiram, Eva se aproximou fa janela e sorriu. Olhou para trás, para Daryl. - São eles.
Ele se aproximou e viu que ela tinha razão, tinha duas vans estacionadas junto do hospital.
Daryl pegou suprimentos que tinha  achado e deu um para Eva, se sentando na janela, olhando o hospital.
Aquilo era loucura. Quem realmente importava estava ali, junto com ele, mas Beth precisava voltar para o grupo.
Daryl lançou um olhar a Eva e a viu deitada de costas, em cima da mesa, com uma perna para cima e um braço tapando os olhos.  Ela era mesmo diferente.
- Você vivia mesmo lá?
Eva olhou ele, tirando o braço. Assentiu. - Sim.
- Dale falou algo sobre você ser filha de um capitão...
Eva sorriu. - É, ele era capitão na estação onde eu trabalhava. - Ela sentou na mesa, captando toda a atenção de Daryl. - Sabe, antes de ele morrer, teve um desses dias de levar os filhos para os empregos dos pais. Até aí tudo bem, mas eu não tinha um pai que trabalhava nun escritório. Mas ele me levou de qualquer jeito.
- Seu pai era louco.
Eva riu. - Não, ele queria um filho, mas me teve a mim, então fez tudo o que deveria, mas comigo. Aprendi a jogar bola, a pescar, a brigar com os meninos...
Daryl ficou vendo Eva rindo, e era ótimo. Podia ficar ali o dia todo.
- Mas nesse dia eu soube que seria como ele. Ele me levou mas houve um incêndio em uma casa. Eu fui junto, mas tive de prometer não sair do caminhão. Aquilo estava um caos, com chamas e gente. Tinha um bando de criança na estrada, olhando, e um deles estava mais abalado do que os outros. Chorava. Eu sabia que era a casa dele, não pergunte como, mas eu soube. Ouvi os colegas do meu pai dizendo que a mãe tinha morrido, então saí do caminhão e me aproximei do menino, que era mais velho do que eu e mais forte e mais alto. Eu parei na frente dele, queria ajudar de alguma forma, mas....
- Mas ele te empurrou no chão e você voltou no caminhão. - Disse Daryl.
Eva levantou e se aproximou dele. Daryl sentia um aperto enorme no peito, uma dor horrivel.
- Como você sabe?
Daryl olhou ela, pensando se falava ou não. - Eu era o garoto. Era minha mãe dentro da casa.
Ele olhou o chão e de repente sentiu os braços de Eva abraçando ele, apertando forte.
- Eu não sabia. - Disse ela. - Eu ouvi você falar sobre isso na prisão, mas não percebi que era você.
- Tudo bem.
Daryl abraçou Eva de volta. Ela tinha o estranho dom de acalmá-lo e fazer tudo parecer melhor. Quando ela se afastou, tirando cabelos dos olhos dele, ele ficou olhando ela, mas aí um som veio de fora da sala e eles saíram dali.
- O garoto de novo? - Disse Eva.
Correram atrás dele, com Daryl na frente. O garoto estava encurralado e Daryl avançou sobre ele, jogando no chão e puxando um armário sobre ele, deixando que um zumbi tentasse pegar ele.
Eva apareceu e olhou eles. Daryl deu a catana para ela e pegou a besta, andando pelo corredor.
- Vamos deixar ele? - Perguntou Eva.
Daryl olhou ela, mas de repente viu aquela garotinha de cabelo negro. Suspirou, ergueu a besta e matou o zumbi, tirou o armário e foi quando tudo aconteceu.
- Eles devem estar  vindo. Devem ter escutado o tiro.
Daryl e Eva olharam ele.
- Você os conhece? - Perguntou Eva.
- Viu uma garota loira? - Perguntou Daryl.
- A Beth? Sim eles a têm, foi ela quem me ajudou a escapar de lá.
Eva, que estava junto da janela, olhou Daryl. - Eles chegaram.
- Temos de sair daqui. - Disse o garoto. - Conheço um caminho. É seguro.
Daryl puxou o braço de Eva e correram atrás do garoto, mas quando chegaram na entrada do prédio, Eva foi na frente, saíndo com cuidado e mandando eles esperarem. Mas um carro apareceu e atropelou ela.
Daryl sentiu seu mundo desabar. Tentou sair, mas o garoto o segurou.
- Não!
- Me solta! - Rosnou Daryl.
- Não! Se tem gente que pode ajudar ela, se ela ficou ferida, são eles. Acredite em mim. Ela não vai morrer!
Daryl tentou se soltar enquanto via aqueles homens pegarem Eva e levarem  para longe dele.
- Como entramos, o que precisamos?
O garoto olhou ele. - Muita coisa. Eles têm pessoas e armas.
Daryl assentiu. - Nós também. Você vem comigo.
Daryl pegou uma van e dirigiu de volta na igreja.
Só esperava que Eva fosse forte mais essa vez, porque ele não podia perdê-la. Ele prometera que ficaria de olho e não cumprira a promessa....
Já não era só sobre resgatar a Beth. Ele tinha de tirar Eva de lá.

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