Capítulo 66

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- Eles vão nos achar antes de chegarmos no portão, então seja simpática

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- Eles vão nos achar antes de chegarmos no portão, então seja simpática.
Olhei Jesus, que caminhava do meu lado. Ele disse que estávamos chegando mas parecia demorar uma eternidade.
- Tá dizendo que eu sou antipática?
Ele sorriu. - Não, claro que não. Digamos que... - Ele me olhou. - Seu professor de gentileza te ensinou direitinho.
Revirei os olhos, sabendo de quem ele estava falando.
Um pouco mais na frente escutei algo que me deixou alerta e levei a mão na catana. Senti a mão de Jesus no meu braço e olhei ele.
- Calma. - Ele indicou algo na frente e segui seu gesto.
Tinha dois caras vindo até nós, com dois cavalos. Os homens traziam lanças e uma espécie de armadura preta.
- Eles têm armaduras? - Murmurei.
- Mais ou menos. O Rei é um pouco... especial. Você vai ver. Mas sim, aquilo protege eles. - Jesus se aproximou mais de mim, falando mais baixo. - Tem outra coisa. O Rei ele... bem, ele tem um tigre.
Olhei ele. - Tem o quê?
Um dos homens saiu do cavalo e se aproximou. Era loiro, usava aquelas armaduras e olhou Jesus.
- Jesus, não esperávamos você, problemas? -Depois seu olhar caiu sobre mim e se demorou um pouco. - E sua amiga aí?
- É a Eva Sanchez. Ela quer falar com o Rei.
O loiro o olhou de novo. - Mas é seguro?
- Claro. Eva é de Alexandria.
Percebi que o loiro trocou um olhar com o outro cara no cavalo e fiquei olhando eles, percebendo que não era a primeira ve que eles escutavam aquele nome.
- Vocês já escutaram antes. - Falei, analisando o loiro.
Ele assentiu. - Encontramos umas pessoas de Alexandria. Mas não posso dizer mais nada. - Ele subiu no cavalo e olhou Jesus. - Vai com ele. - Indicou o amigo e depois me olhou, esticando o braço. - Vem comigo. Prometo levar vocês em segurança, estamos muito perto.
Ele sorriu quando viu minha hesitação, mas continuou com a mão aberta e o braço na minha direção.
Suspirei, derrotada, e segurei a mão dele, subindo no cavalo.
- Cuidado com ela. - Falou Jesus. - Se acontecer alguma coisa, o namorado dela te mata sem nem você perceber.
Sorri, pensando que até seria verdade, se Daryl não estivesse no Santuário.

Quando chegamos, vi muros e no topo, junto do portão, tinha guardas. Fiquei olhando, enquanto entrávamos, e depois escutei a voz do loiro.
- Bem vinda ao Reino, Sanchez.
Olhei em volta, não acreditando no que via. Pessoas, plantações, crianças numa espécie de escola, e outras brincando...
- Que lugar é esse? - Murmurei.
O loiro riu, senti sua barriga tremer por baixo das minhas mãos. - É legal, não é?
- Vocês têm frutas, vegetais e... Morgan!
O loiro me olhou por cima do ombro. - Morgan?
- Pára o cavalo!
Pulei do cavalo e corri até Morgan. Ele pareceu surpreso mas me sorriu.
- Morgan? O que você está fazendo aqui?
- Eva. Achei a Carol, mas ela estava ferida e o Rei ajudou a gente. E você?
Balancei a cabeça. - Coisas a falar com esse Rei. Mas... Cadê ela?
Morgan deu de ombros. - Precisa de um tempo sozinha. Não muito longe daqui. Veio sozinha?
Indiquei Jesus, que me olhava, esperando, enquanto os caras dos cavalos se afastavam. Morgan assentiu.
- Bem... Tenho um treino para começar. Não vai embora sem falar comigo.
Assenti, chocada com o facto de Morgan parecer pertencer ali.
Fui até Jesus e ele me sorriu. - Temos de esperar, foram falar para o Rei que estamos aqui.
Assenti, olhando a comunidade. - Que lugar é esse?
Jesus sorriu. - Espera até conhecer o Rei.
Olhei ele, mas não pude falar nada, pois disseram que poderiamos ir. Jesus sabia onde era, então não precisámos de companhia.
Enquanto andávamos, observei as pessoas e continuava chocada com tudo o que eles tinham.
Chegamos junto do que antes fora um teatro e eu parei de andar, vendo Jesus se aproximar da porta e me olhar.
- Um teatro? - Perguntei.
Ele riu. - Como eu disse, ele é... especial.
Começava pensando se teria sido mesmo uma boa ideia ir até ali.
Entramos e segui pelos corredores, sempre com Jesus do meu lado. Olhei cada canto, cada porta, talvez esperando ver algum tipo de ameaça, mas não tinha ninguém ali. Para um Rei, ele não estava muito bem protegido. Mas aí lembrei do que Jesus tinha falado. Um tigre.
Ele parou junto de duas portas e me olhou, com aquele olhar divertido que eu começava a conhecer melhor.
- Pronta?
Assenti e ele abriu, me deixando entrar.
Era uma sala de teatro enorme e descemos pelo caminho de acesso e parámos em frente do palco. Em cima dele, estava um homem sentado num trono, segurando uma corrente. Na ponta dessa corrente tinha um tigre, que me olhou e rosnou. Do outro lado do Rei, tinha um homem armado com uma lança. Fiquei admirando o tigre enquanto Jesus falava.
- É a Shiva.
Olhei o Rei e vi que ele falava comigo.
- Como que...?
Ele sorriu. - Segredo nosso, não é querida? - Ele falou para a tigre e eu achei aquilo esquisito. Bem, eu também falava com cachorros e zumbis... por isso...
- Mas bem, aquele é o Jerry, essa é a Shiva e pode me chamar de Ezekiel. - Ele sorriu. - Amiga de Jesus é nossa amiga também. Ou devo dizer que é um pouco mais do que isso?
Olhei Jesus e vi ele ficando meio atrapalhado e negar com a cabeça. - Não, Eva é só uma amiga, ela não...
O Rei riu alto. - Tudo bem, mas como você não sai do lado dela pensei que... Deixa para lá. Então, Eva, o que traz você aqui?
Olhei Jesus e ele assentiu para mim, me dando força para continuar. Respirei fundo, pelo Daryl, pensei.
- Minha comunidade, Alexandria, foi descoberta pelos Salvadores, mataram dois de nós e levaram meu namorado. Levaram nossas coisas. - Olhei Ezekiel e dei um passo em frente, com Shiva se mexendo um pouco. - Meu líder achou que poderíamos falar com outras comunidades que estivessem passando pelo mesmo.
Ezekiel olhou Jesus e depois de novo para mim. - Querem parar os Salvadores.
Assenti e minhas esperanças começavam a cair por terra.
- Eva, já tive duas pessoas aqui na minha frente, de Alexandria, gostei deles. Bastante. Entendo vossa preocupação e acredite, eu próprio quero muito que os Salvadores sumam, mas... Percebi que estão pensando numa luta e eu não posso fazer isso com meu pessoal. Não posso levá-los para uma guerra.
Suspirei. - Nós e Hilltop não somos número suficiente. Negan não pode continuar fazendo o que faz. Não é justo! Você! Você quem manda aqui, você vê seu povo lutando para ter plantações e tudo mais, e esse cara chega e leva metade? Metade do que custou tanto a vocês para conseguir? Ele leva assim, sem qualquer dificuldade e esforço... Tenho certeza que se eu falar isso para o seu povo, eles irão entender.
Ezekiel ficou me olhando durante muito tempo e depois sorriu. - Gosto de você, sua força é incrível. E compreendo sua luta, sério que sim. Mas...
- Nós temos crianças em Alexandria. - Falei. - Acha justo?
- Eu tenho crianças aqui. Eles nunca entraram e eu não quero dar a eles uma razão para o fazerem. O Reino é um lugar seguro e demorou muito para termos isso tudo, não vou deixar que ninguém destrua isso. - Ele me olhou. - Eles estão procurando você, não estão?
- Não. Negan me quer no Santuário, mas ele tem Daryl, meu namorado.
Ezekiel olhou Jerry e depois para mim.
- Fiquem aqui, se quiserem ir podem fazer isso pela manhã. Irei pensar sobre o assunto. Eva, se quiser ficar, o Reino tem as portas abertas para você, daremos proteção e os Salvadores nunca saberão que está aqui. Pela manhã darei uma resposta para você.
Assenti, que mais poderia fazer?
Olhei Shiva, deitada do lado do trono, me olhando com aqueles olhos felinos. Notei Ezekiel sorrindo e depois escutei a sua voz.
- Acho que ela gostou de você também.
Olhei ele e sorri, um sorriso fraco.
- Irei mandar preparar vossos quartos.
- Não fico longe do Jesus. - Falei. - Se vamos ficar, ficaremos juntos.
Olhei Jesus e ele deu de ombros, parecendo surpreso com minha atitude. O Rei sorriu e assentiu. - Que seja então, mas pensava que eram amigos.
Encarei ele e Ezekiel riu. - Já entendi. Mas não precisa se preocupar, ninguém vai fazer mal pra você.
- É... Já escutei isso antes. - Rosnei.
- Então podem ir, irei ter com vocês num minuto. Bem vinda ao Reino, Eva.
Saí junto com Jesus e olhei ele. - Que cara louco.
Ele riu. - Mas ele é legal. E gostou de você.
Bufei, enquanto andávamos. - Estou ficando farta que gostem de mim.
Ele riu e colocou um braço sobre os meus ombros. - Quem mandou você ser irresistível, gatinha?
Empurrei ele no peito, mas meus lábios formaram um sorriso. - Cala a boca, Rovia.
Ele retirou o braço. - Você vai gostar do Reino e Ezekiel irá pensar no seu problema, já é mais do que eu achei que faria.

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