Warrior

Capítulo 37

- Acorda bela adormecida! Temos de sair daqui!
Abanei o braço de Glenn para que ele acordasse.
A gente tinha saído do ônibus depois de ele me ajudar a pará-lo. Glenn queria achar a Maggie e eu o Daryl, então voltamos na prisão mas não achamos ninguém e Glenn, que ainda não estava totalmente recuperado, apagou.
Ele me olhou e depois puxou sua arma, que estava sendo pega por zumbis e levantou.
- A Maggie?
Balancei a cabeça. - Não vi ninguém, só zumbis. Vamos lá dentro, pode ter restado alguém. Você consegue?
Glenn assentiu e abri a porta que dava acesso ao nosso bloco.
Levava a catana na mão, enquanto Glenn levava uma lanterna e a sua arma. Percorremos os corredores e entramos no bloco C. Não tinha ninguém.
Parei junto das escadas do poleiro e olhei em volta.
- Vou na minha cela. - Falou Glenn. - Precisamos de levar coisas.
Assenti e subi na minha, passando pela de Daryl e voltando atrás. Entrei e fiquei parada. Onde estava o caipira? Será que tinha sobrevivido? Sentei na cama dele e chorei.
Eu pensava que iríamos ficar ali um bom tempo, que poderíamos sobreviver atrás daqueles muros. Eu vi a cadeirinha da Judith, coberta de sangue. Tudo tinha dado errado. E agora não restava mais ninguém, só eu e Glenn, mas eu não podia dizer isso para ele. Tinhamos de continuar.
Limpei as lágrimas e fui na minha cela, pegando uma mochila. Coloquei uma faca no cós da calça e outra nas botas. Voltei na de Daryl e procurei uma faca que ele tinha escondida na cama dele, ninguém sabia desse facto, só eu. Peguei e levei comigo.
Desci do poleiro e vi Glenn na sua cela, chorando também. Decidi dar um tempo para ele e procurei nas outras celas, até que ele voltou para junto de mim, com uma mochila e uma das armaduras dos zumbis que acharamos no início, na prisão. Me deu.
-Toma. Temos de sair daqui.
Neguei. - Não. Usa você. Eu não preciso.
- Eva...
- A gente vai achar eles. Eu sei que sim. Não pode ser só a gente. - Menti. - Eles saíram, tenho certeza.
Glenn me olhou mas acabou assentindo.
Saímos e Glenn abriu a porta, já com a armadura colocada. Me olhou e eu peguei a catana com força.
- Te dou cobertura. Eu abro o caminho.
Ele assentiu e eu fui na frente, matando zumbis. Vi Glenn ficar preso e voltei atrás, colocando minha raiva na lâmina da catana e matando eles. Puxei Glenn  e corremos, mas aí ele parou e segurou meu  braço. Olhei para onde ele mostrava e vi uma garota. Uma garota que tinha vindo com o Governador.
Fomos até ela, que nem se mexeu, e apontei minha catana no pescoço dela, enquanto Glenn tirava sua arma e via que estava cheia. Olhei ele.
- Eu não atirei. - Ela disse.
- Porquê? - Perguntei.
Deu de ombros. - Percebi que ele estava mentindo.
Glenn me olhou de novo. Eu não queria fazer aquilo, não queria levar ela com a gente, mas acabei suspirando e baixando a catana.
- Isso vai dar merda. - Murmurei para ele.
Glenn estendeu a arma para ela e ela nos olhou, confusa.
- Vem com a gente. Precisamos de ajuda.
- Mas...
- Precisamos de ajuda.
Ela assentiu e pegou a arma e a faca que Glenn deu a ela.
- Vou na frente. - Falei.
Glenn improvisou uma granada e lançou num dos carros, que começou ardendo e esperamos que os zumbis se afastassem. Assim que era seguro, abri a porta e saímos. Cortei a cabeça de zumbis e corremos no portão. Glenn abriu e saímos em direção á floresta.
Caminhamos durante um bom tempo, com Glenn falando com a garota, que agora sabíamos que se chamava Tara. Eu ia na frente, escutando ela falar sobre a irmã e em como ela não conseguiu resistir aos zumbis.
Revirei meus olhos. A mentira que eu falara, estava começando a desaparecer da minha mente. Eu sabia que nunca iriamos achar nossos amigos. Eles estavam mortos, quase certo. Mordi meu lábio. Eu não iria achar Daryl e Glenn não iria achar Maggie.
Chegamos na estrada, junto de um carro quebrado. Não tinha ninguém ali.
- Eles saíram, tenho certeza. - Falou Glenn. - O ônibus saiu.
Apontei mais na frente, onde estava o ônibus parado e um monte de corpos mortos no chão.
Olhei em volta, me sentindo encurralada. Tinha zumbis se aproximando. Comecei respirando muito rápido e senti a mão de Glenn me tocando, mas me afastei, chorando.
- Eva, a gente vai achar eles.
- Não vamos, Glenn. Eles se foram. Nunca vamos achar.
- Você não pode acreditar nisso. Sobrevivemos até agora, passamos ppr muito e sempre demos um jeito.
Assenti. - Demos um jeito até esse louco nos achar e nosso inferno começar. Até essa daí aparecer e atirar em todo mundo!
- Não atirei.
- Ah cala a boca! - Rosnei.
De repente, os zumbis ficaram mais próximos e larguei a mochila, indo na direção deles.
- Usa a faca, poupa a munição. - Escutei Glenn falar.
Comecei matando zumbis e Glenn e Tara se juntaram, acabando com eles rápido. Mas aí, do nada, Glenn caiu no chão, sem dar acordo de si.
Larguei a catana e corri para ele.
- Glenn! - Gritei. - Glenn, acorda! Não faz isso comigo, coreano! Acorda!
Coloquei os dedos no pescoço dele e vi que estava vivo. Toquei na sua testa, ele não parecia ter febre.
Vi um zumbi se aproximando.
- Mata ele, Tara.
Ela o empurrou e bateu na cabeça dele, até ele morrer de vez.
E foi quando percebi um caminhão parando bem do nosso lado. Muito devagar, peguei minha catana e levantei, nunca saindo do lado de Glenn.
- Gostaram do show, seus cuzões? - Gritou Tara.
Olhei o carro e vi três pessoas saindo. Dois homens e uma mulher. Um deles era enorme, ruivo e armado até os dentes. Ela era magra, com um chapéu e cheia de armas. O outro parecia duro, mas sem armas e mais desconfiado.
- Você tem uma boca muito suja, garota. Que mais você tem?
Me aproximei de Tara, segurando a catana e foi quando o ruivo me olhou.
- Ora, ora. Vejam só. Você parece assustadora.