Capítulo 39

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Daryl:

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Daryl:

Era só ele e Beth, sobrevivendo naquele inferno, desde o dia em que a prisão caíra. Correndo, caçando...
Tudo parecia um enorme pesadelo, do qual Daryl não conseguia acordar. Por mais que tentasse e desse voltas para achar uma saída, nada resultava.
E depois tinha Beth, que ele tinha de manter viva porque, por mais que ele achasse improvável, poderia existir a infima chance de Maggie estar viva, e de certo ela queria a irmã viva. Mas não estava sendo fácil. Beth era uma pessoa que não fora feita para um apocalipse, mas incrivelmente ela sobrevivera até agora. E tinha um problema. Ela precisava de falar e encher todos os momentos com esperança e Daryl sabia que isso era errado. Eles não podiam sentir isso. Provavelmente todos os outros estavam mortos... incluindo Eva...
Esse facto tinha deixado Daryl mais fechado do que antes. Saber que aquela garota poderia estar morta, tal como Merle.
Ele perdera ela durante o ataque, ela simplesmente sumira. Daryl tentara achar ela, mas não tinha conseguido. A única pessoa que vira foi Beth.
Ela o acusava de não falar, não sentir nada... Ele sentia sim. Por dentro Daryl estava cheio de raiva, ódio e... medo. Medo de nunca mais ver o grupo. Medo de nunca mais ver aquela baixinha.
Nesse dia, ele e Beth acharam um clube de golfe e entraram, vasculhando tudo, só porque ela queria uma bebida. Por algum motivo, Daryl tinha seguido ela, não dizendo nada sobre ser imprudente e irresponsável. Na verdade, já nada importava naquele momento.
Olhando os corpos mortos, Daryl pensou na hipótese de Eva ter escapado... e acabado como um deles. Um cadáver. Deu por si, olhando os pulsos dos zumbis, na esperança de não achar uma pulseira negra, com um pingente de asas, em nenhum deles.
- Conseguimos.
Daryl olhou na frente, vendo que tinham achado o bar e Beth já caminhava na frente.
Enquanto Beth decidia se tomava a bebida ou não, ele ficou jogando dardos na parede, atingindo fotos. Mas aí Beth começou a chorar e ele olhou ela.
Aquilo o fez lembrar de Eva. Ele tinha visto ela chorar muitas vezes e nunca sabia como lidar com isso. Mas com Eva era mais fácil, porque ela o deixava ser como ele realmente era, não se importando, e o fazendo sentir especial, se preocupando com ele, como nunca ninguém se importara.
- Vem. - Rosnou ele. - Seu primeiro gole não vai ser pinga de pêssego.
Saíram do clube e caminharam pela floresta. Daryl sabia de um lugar, só esperava que não estivesse  cheio de zumbi.
Mas depois algo despertou no seu peito. Eva sabia da existência daquele lugar... Daryl caminhou mais rápido com um sentimento tomando forma no seu coração, um sentimento que ele não queria deixar crescer. Ela poderia estar lá!
Quando finalmente chegaram, o lugar parecia vazio e Daryl teve vontade de socar tudo e todos. Eva não estava ali.
Entrou no barracão e pegou a bebida, entregando para Beth e entrando na casa.
- Vamos fazer um jogo. - Falou ela algum tempo depois. Depois de beber a sua bebida.
Daryl queria mandar tudo para o inferno, mas entendia que Beth precisava ter um pouco de normalidade, mesmo que isso parecesse absurdo.
Beberam e responderam a perguntas sem sentido, com Daryl sentindo a bebida começando a fazer efeito.
Suspirou e se levantou, Beth estava irritando ele e ele precisava se afastar, mas ela continuou.
Daryl avançou para ela, com o ódio tomando conta dele.
- Eu não fiquei cantando como se tudo não passasse de uma brincadeira! - Gritou. - Eu não cortei os pulsos para chamar a atenção.
Começaram a ouvir barulhos de errantes e Beth ficou assustada.
- Cala a boca, Daryl! Vai atrair eles!
Daryl pegou a besta.
- Quer aprender a usar a besta? Então vamos lá, é hora de aprender! - Segurou ela pelo braço e levou na rua.
Ele não costumava ser agressivo com mulher nenhuma, mas o facto de ter perdido Eva e Beth não o deixar ficar quieto, estavam dando conta dos seus nervos.
Ele prendeu un zumbi na árvore com uma flecha e depois pegou Beth.
- Toma! Atira!
- Daryl, para com isso!
- Não queria aprender? Vai, mata ele!
Enquanto o caipira pegava as flechas, Beth foi lá e espetou a cabeça do zumbi com a faca.
- Porque você fez isso? - Rosnou.
- Não tem de ser assim. Eles podem ter sobrevivido.
- Eles morreram, Beth! Todos os que você conheceu estão mortos!
- Você não sabe disso!
Daryl olhou o chão, sentindo as malditas lágrimas no seu rosto.
- Eu podia ter feito algo. Ter procurado mais....
Beth abraçou ele. Não eram os braços que Daryl estava habituado que o confortassem, mas naquele momento não importava.
Nessa noite, depois da raiva passar, Daryl estava sentado com Beth junto da porta. Ele entendia o lado dela e talvez ela não merecesse tudo aquilo.
- Ela pode estar bem. - Disse Beth de repente.
Daryl olhou ela, sabendo de quem ela falava. Deu de ombros.
- Você não sabe disso.
- Eva é forte, ela sobreviveu, tenho certeza. Assim como todos os outros.
Daryl ficou calado.
- Eu sei que ela é a única que você tolera perto de você, mas... ela pode estar viva, e nós vamos achá-la. - Beth sorriu. - Você pensa que eu não vi você checando os pulsos dos zumbis? É. Eu te ajudo. Mas te garanto, você vai sentir a minha falta quando eu morrer, Daryl Dixon.
Daryl ficou olhando ela, com a maldita esperança aparecendo de novo, mas agora algo tinha mudado. Beth tinha razão e ele tinha de enterrar o seu passado. Eva poderia estar viva e ele iria descobrir.
- Eu não vou parar de procurar. Nunca.
Beth sorriu para ele. - Vamos botar fogo nisso tudo.
Eles incendiaram a casa e no final ficaram olhando. Era como se Daryl estivesse realmente queimando seu passado. Beth tinha razão, tinham de continuar. O grupo poderia estar mais próximo do que ele pensava... Eva poderia estar viva.

 Eva poderia estar viva

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