Warrior

Capítulo 32

Algum tempo depois...

Eu estava junto de Carol, ajudando a preparar a comida. Tinhamos muito mais gente na prisão, tinhamos chuveiros, animais... Tanta coisa tinha mudado desde o ataque do Governador.  Tinhamos um conselho, até.
Vi Daryl aparecer e se aproximar, ficando na minha frente e olhando.
- Que cheirinho bom.
Carol me olhou e sorrimos.
- Só para que saiba, eu gostei de você primeiro. - Falei, sorrindo.
Daryl me olhou e balançou a cabeça, fazendo Carol rir.
Um garoto se aproximou, falando com o caipira como se el fosse seu ídolo. Sorri e cruzei os braços sobre o peito. Saí do meu lugar e me aproximei de Daryl.
- Tem uma coisa que precisa ver. - Falei.
Ele me seguiu até o pátio e eu indiquei a vedação. - Tem muitos de novo. Temos de fazer alguma coisa.
Daryl assentiu. - É. Mas hoje tem a ronda, trataremos disso depois. - Daryl baixou o olhar para mim. - Você vem, certo?
- Claro. Qualquer coisa para ajudar e... sair daqui um pouco.
Daryl riu e bateu com seu ombro no meu.
Fui buscar minhas coisas e voltei, colocando no carro. Vi Beth falando com seu novo namorado, Zack. Balancei a cabeça, sorrindo e me aproximei do caipira.
Ele olhou para Beth, que se afastava.
- Parece namoro de novela. - Disse ele.
Eu ri.
Tyresse apareceu e logo Bob pediu para ir junto, e Daryl deixou.
Ty me olhou e sorriu.
- Eva, guardei um lugar para você. - Falou, se apoiando no carro.
Daryl passou por nós e olhou Tyresse.
- Eva vai comigo na moto.
Pisquei o olho para Ty e segui o caipira, sentando na garupa dele.
- Acha que esse lugar vai dar certo?
Daryl me olhou por cima do ombro.
- As chances são boas.
- Ok.
Paramos junto do portão, já que Michonne tinha regressado de sua patrulha e aí a negra decidiu vir com a gente. Sorri para ela. Eu gostava bastante da Michonne.
- Viu? Conseguimos dar um jeito. Coisa que você disse que seria impossível. - Disse Daryl só para eu ouvir.
Era verdade, eu tinha dito para ele, meses atrás, que nunca iriamos conseguir sobreviver com tanta gente e a sombra do Governador pairando sobre nós. Mas ali estávamos.
Sorri. - Ainda bem. Estou cansada de perder pessoas.

O lugar onde paramos era enorme, um acampamento militar que eu e Daryl tinhamos achado na nossa última patrulha, e tinha uma música tocando, que fora ideia de Sasha. Ela estava se tornando uma ótima amiga também, e sorriu para mim, mostrando a lingua. Eu tinha uma aposta com ela, sobre quanto tempo essa ideia de música nos manteria a salvo para procurarmos coisas úteis naquele lugar. Até agora Sasha estava ganhando.
- Vamos.
Segui atrás de Daryl, avançando sobre papéis jogados no chão, caixas e corpos.
Entramos no edifício enorme que tinha lá, onde antes centenas de pessoas foram fazer compras.
Daryl parou junto dos vidros e bateu algumas vezes, dizendo que era melhor esperar para ver. Zack aproveitou para continuar tentando adivinhar o que Daryl fazia antes do apocalipse. Sorri, junto deles, tinha de confessar que também eu já pensara nesse ponto.
Zack sorriu. - Já sei. Daryl pertencia aos homicidios.
Eu ri e um zumbi apareceu no vidro.
- É verdade. Não gosto de falar sobre isso porque é muito barra pesada. - Piscou o olho para mim. - Vamos. - Disse Daryl.
Bati no ombro dele. - Certo, detetive.
- É verdade? Acertei? - Perguntou Zack.
Eu ri de novo e coloquei um braço em cima dos ombros dele.
- Ele está zuando
Zack pareceu desanimado quando larguei ele.
Daryl sorriu para mim. - Vamos às compras.
Balancei a cabeça, sorrindo. Se ele soubesse como eu adorava isso... Shane sabia.... Deus do céu, parecia ter sido á anos atrás, e quem diria que na última vez que eu fora fazer compras, as coisas iam acabar desse jeito?
Avancei pelos corredores, parando junto da comida de bebê, procurando fórmula. Achei algumas latas e coloquei na mochila.
Segui e parei junto de uma consola de jogos. A Eva de antes mataria por aquele modelo novo. Sorri. Agora eu podia ter um de graça mas o mundo tinha acabado e não havia mais energia.
Um estrondo enorme me fez dar um pulo e corri na direção do barulho. Estavam todos ali e vi que Bob estava debaixo de umas prateleiras de garrafas. Guardei a catana e tentei ajudar.
- Poderia ter sido pior. - Falei. - Tyrese, me ajuda aqui.
Ele e Daryl, junto com Zack, me ajudaram a levantar uma das estantes, mas aí eu parei, escutando por entre as vozes deles.
Olhei o teto, sabendo que já escutara aquele som antes. Nem percebi que as vozes do meu grupo tinham se calado, apenas quando a mão de Daryl tocou no meu braço é que eu olhei em volta, vendo que todos me olhavam.
- Eva?
Olhei o caipira. - Vamos tirar o Bob e sair daqui. Rápido!
- Que deu nela? - Perguntou Zack.
Daryl continuava me olhando, como se entendesse que eu sabia de alguma coisa. E sim, eu conhecia aquele tipo de som que eu estava escutando. Já ouvira antes, pelo meio de chamas, mas nunca esqueceria.
Olhei Daryl. - O teto vai cair.
Nesse momento, o teto se abre e um zumbi cai, ficando pendurado.
Todos nos afastamos, olhando com horror.
- Como ela sabia? - Zack continuava.
- Ela era bombeira. - Rosnou Daryl. - Vamos! Eva!
Eu estava respirando muito rápido, pois da última vez que um teto desabara sobre mim, eu tinha perdido meu melhor amigo.
- Vamos embora. - Pedi.
Daryl assentiu mas quando estávamos ajudando Bob, novos buracosse abriram e começaram a chover zumbis.
Tirei a catana da bolsa, matando zumbi. Estava uma confusão naquele lugar e tinhamos de sair dali.
Olhei para cima, para cima da cabeça de Daryl, e vi um maldito helicóptero. Corri para o caipira.
- Sai daí, Daryl! - Gritei.
Ele olhou para cima e depois pulou no chão. Empurrei ele no último momento e ele me segurou pelos ombros.
- Valeu. - Falou.
Fomos até Bob,  Daryl tentou puxar ele enquanto eu matava os zumbis. Zack veio ajudar, mas quando tiramos Bob, escutei ele gritar e olhei para trás. O garoto tinha sido pego por um zumbi. Segurei a catana com força mas Daryl segurou meu ombro.
- Vamos, não adianta.
Saímos dali antes que mais algum de nós fosse morto.
Subi na garupa de Daryl, depois de sairmos do acampamento, e seguimos para a prisão.
Como que iriamos falar para Beth?

Quando chegamos, fui arrumar a fórmula junto das coisas da Judith e Daryl ficou com a tarefa de contar para Beth sobre Zack. Ele não queria, mas eu prometi que iria ter com eles assim que terminasse.
Passei por Rick, que olhava a porca a quem Carl tinha chamado de Violet. Parei.
- Tudo bem?
Rick me olhou e depois indicou a porca.
- Violet morreu. Ela já não estava bem hoje de manhã.
Toquei no seu ombro e segui para dentro da prisão. Tirei as coisas da mochila e arrumei tudo. Entrei no bloco de celas mas parei quando cheguei junto da de Beth.
Daryl estava na porta, junto com ela... Mas ela o abraçava.
Fiquei parada, olhando aqueles dois, sem saber o que fazer. E foi quando Daryl largou Beth e olhou para trás, para mim.
- Eva.
Virei as costas e saí dali. Daryl era livre de fazer o que quisesse, mas por algum motivo aquilo mexeu comigo. Não estava preparada para ver ele com alguém.
- Eva!
Parei e me virei, vendo Daryl correndo na minha direção.
- Não é o que você está pensando.
Eu dei de ombros. - Daryl, não pensei nada e você não me deve explicação alguma. - Sorri. - Mas Beth é uma adolescente.
Ele me olhou de um jeito que eu nunca vira antes.
- Eu não gosto dela. Não desse jeito. - Ele falou.
Assenti e toquei no seu ombro. - Tudo bem.
- Eu... Eu não...
Eu ri e tirei um cabelo dos olhos dele.
- Não se preocupe.
Daryl ficou me olhando durante tanto tempo que pareceu uma eternidade. Depois, me pegando de surpresa, ele tirou algo do bolso do coletee me deu.
Peguei e olhei com atenção. Era uma pulseira preta, com um pingente de duas asas, iguais às que ele tinha nas costas. Aquilo me arrepiou e eu olhei o caipira.
-Isso é para mim?
Ele assentiu. - Vi hoje e lembrei de você.
Sorri. - Obrigada, adorei. Me ajuda?
Estiquei o pulso e Daryl me colocou a pulseira. Fiquei admirando ela.
Olhei Daryl, sem jeito, mas percebi que ele me olhava do mesmo modo.