Capítulo 101

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Coloquei a bolsa com a catana nas costas e peguei as luvas, colocando elas nas mãos, olhando os cavalos, as carroças, as pessoas

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Coloquei a bolsa com a catana nas costas e peguei as luvas, colocando elas nas mãos, olhando os cavalos, as carroças, as pessoas... tudo pronto para deixarmos o Reino e seguirmos para Hilltop antes que a tempestade de neve chegasse.
O Reino tivera vários incêndios e tudo estava desmoronando. Era hora de um recomeço. Pena que tinha de ser em pleno inverno... no pior inverno desde que essa merda de fim de mundo começara.
Fechei o casaco, sentindo minha barriga começar a fazer um pouco de pressão sobre ele. Ainda não tinha aquele barrigão enorme, mas já precisava de roupas um pouco mais largas. Mas ainda dava para me mexer muito bem e matar imensos zumbis.
- Tudo bem? Está pronta?
Olhei para o lado, sorrindo. Aquela voz rouca e funda sempre seria minha salvação, até da minha própria mente.
- Sim e você? E Lydia?
Daryl assentiu.
Franzi o cenho, sentindo algo e percebi Daryl ficando tenso do meu lado. Ele se aproximou, com a preocupação no rosto.
- Eva? O que foi?
Peguei a mão dele e coloquei sobre a minha barriga, ele ergueu o olhar para mim, sem entende nada.
- Tá com alguma espécie de dor? Posso chamar o...
Revirei os olhos. - Só espera, tá bom? Eu tou sentindo.
Daryl franziu o cenho, mas de repente sua expressão mudou e seus olhos voaram na minha barriga, para depois voltarem a encontrar os meus.
- Ele...
Sorri. - Ele mexeu.
Daryl ficou quieto, enquanto meu bebê dava outro chuto na mão dele.

O caminho para Hilltop não foi fácil, algumas pessoas eram contra a presença de Lydia, nomeadamente Alden, que culpava ela pela morte da Enid.
- Acho que... - Falou ele, em cima do seu cavalo.
Andei mais rápido e cheguei na garota, olhando ele.
- Não acha que já chega? - Perguntei. - É só uma garota.
Alden me olhou e negou com a cabeça.
- É... só uma garota que é um deles.
- É uma de nós. - Puxei Lydia pelo braço, para junto de mim, enquanto Alden seguia na frente. - Não liga para ele.
Lydia suspirou. - Ele tem razão. Eu nem deveria estar aqui. Não depois...
- Cala a boca, você escolheu mudar, isso é que importa. O Henry acreditou em você, eu não...- Dei de ombros e sorri para ela. - Mas eu vejo agora, você é uma de nós.
Ela me sorriu e caminhou do meu lado. Olhei para trás e percebi Daryl nos olhando e ele me sorriu.
- Vai piorar. - Falou Ezekiel, parando de repente. - Temos de chegar na estação ou morreremos.
Olhei em volta, com Daryl me alcançando. Não dava tempo.
- Não. - Falei. - Não chegaremos lá. A tempestade está piorando a cada segundo.
Ezekiel bufou de raiva. - Temos de achar um lugar para passar a noite, para nos abrigarmos até isso melhorar. Algum se vocês sabe de algum lugar assim?
Olhei Daryl e percebi que ele tinha pensado no mesmo que eu. Suspirei e olhei o Rei.
- Tem um, sim.

Entrar no Santuário de novo, foi como mergulhar em memórias distantes, que eu não queria lembrar. Suspirei, enquanto Daryl batia com seu ombro no meu, me fazendo olhá-lo, e me sorria, como se dissesse que estava tudo bem.
Fizemos algumas fogueiras, para mantermos todo mundo aquecido, mas eu não acreditava que seria suficiente.
Eu estava olhando uma das carroças, quando Daryl se aproximou.
- O que você está fazendo? - Perguntou.
Suspirei. - Você sabe que podemos ter se ficar aqui por dias, semanas se a nevasca fechar todas as estradas, e não temos comida suficiente.
Ele mordeu o lábio, pensando e depois assentiu.
- Sair lá fora nesse tempo seria suicídio.
Assenti. - É... mas tem de haver um jeito de chegar na estação. Ou em Hilltop antes da tempestade piorar.
- O jeito era a ponte do Rick. - Falou Ezekiel.
- Isso nos pouparia meio dia de caminho. - Concordou Daryl.
Michonne, que estava com a gente me olhou. - Mas não podemos ficar aqui. Morreremos de qualquer jeito.
- Mas temos idosos e crianças... e a Eva está grávida. - Falou Ezekiel.
Eu ergui as mãos. - Eu estou ótima.
Carol, até então calada, como vinha fazendo desde que deixaramos o Reino, indicou o rio no mapa. - Os rios estão congelados, não precisamos de uma ponte.
Todos olharam ela. - E os cavalos, e as carroças? - Perguntou o Rei.
Ela o olhou como se fosse óbvio. - Iremos andando.
- Mas isso atravessa o território dela. - Disse Michonne, se referindo a Alpha.
Carol deu de ombros. - É apenas uma fronteira que ela criou, não nós. Por isso não importa para nada.
Todos acabaram concordando e começamos a reunir as pessoas para sairmos dali.
Eu iria na frente, com Michonne e Daryl, abrindo caminho e matando tudo o que se aproximasse.
Voltar no campo das estacas foi horrível, ainda pior do que ir no Santuário. Tentei esquecer esse facto e seguir em frente, já que a tempestade estava tão forte que quase ficava impossível ver alguma coisa.
Senti algo agarrar minha mão, algo quente, e olhei para o lado, vendo Daryl.
Mas de repente parei, fazendo ele, e todos os outros pararem também. Larguei a mão do Daryl e segurei a catana com força, indicando algo na nossa frente.
Três formas estavam paradas não muito longe da gente, completamente imóveis. Olhei o ponto onde seriam suas mãos e não me pareceu ver armas, mas... não se mexiam. Me aproximei, sentindo Daryl e Michonne se movendo comigo e arqueei as sobrancelhas.
Eram três zumbis... congelados. Aquilo era a coisa mais bizarra de sempre.
Michonne quebrou um, eu o outro e Daryl o último. Olhei eles, com as cabeças partidas no chão, como pedaços de vidro. Nunca pensara ver uma coisa dessas.

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