Capítulo 62

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As horas continuavam se transformando. Quando o som da aparição veio de fora, Harry perdeu a conta - ele estava sentado no canto da sala escura, segurando a mão sangrando no peito, praticando Oclumência na esperança de subjugar as imagens que sua mente masoquista continuava trazendo a superfície. O desânimo estava gradualmente transformando tudo nele em gelo, mas quando Tom entrou na casa e depois no quarto, o gelo se quebrou. As emoções começaram a sangrar, incinerando tudo que o frio ainda não havia matado.

"Harry!" Tom parou. Seu rosto estava desconfiado. Quando ele viu o sangue, a cautela se dissipou e ele deu um salto para a frente, com o rosto contorcido de alarme.

"Fique longe de mim", Harry gritou. Tom parou no meio do caminho, observando-o com olhos arregalados e perplexos.

"O que é?" ele perguntou. "O que há de errado?"

Ele levaria uma vida inteira para explicar o que estava errado. Em vez disso, Harry ergueu a mão, esticando os dedos dela.

"Eu quero saber sobre o meu anel", disse ele. Algo estava enrolando, estalando sob a superfície de sua voz - qualquer pequena coisa poderia empurrá-lo para o limite agora. "Onde você conseguiu isso?"

Realização e cálculo percorreram os traços de Tom, tão rápidos e ainda assim tão perceptíveis que Harry se sentiu enjoado novamente.

"Você falou com Dumbledore," Tom anunciou finalmente. Ele zombou, um sorriso de escárnio estragando seu belo rosto. "Desde quando você confia nas palavras dele?"

"Já que posso confirmá-los." Lentamente, Harry se levantou. O anel estava quente em seu dedo, tentando queimar até o osso. "Você se foi naquele dia. Você foi para o Beco Diagonal. Você voltou com o anel. "

"Como você sabe que voltei com ele?" um sorriso arrogante puxou o canto dos lábios de Tom para cima. "Eu poderia ter comprado semanas antes."

A magia de Harry se mexeu. Sua volatilidade e fúria o espalharam amplamente, transformando-o em um ser vivo e sibilante, algo mais poderoso do que Harry jamais pensava que possuía.

"Pare de mentir para mim," ele sibilou. Tom estremeceu ligeiramente, toda arrogância evaporando de seu rosto. "Diga-me o que aconteceu."

Tom ainda queria mentir - era óbvio por suas expressões, que mudavam como se ele não conseguisse escolher a adequada, por sua postura hesitante, por seus olhos que permaneceram astutos e calculistas. Harry continuou a sustentar seu olhar. Ele não sabia como era sua aparência, mas Tom de repente enrijeceu defensivamente, cruzando os braços contra o peito.

"Eu não posso imaginar por que você acha que isso importa," ele proferiu friamente. "Foi há anos - aconteceu antes mesmo de Beth. Você não pode simplesmente deixar pra lá? O que está feito está feito."

"Deixe pra lá," Harry repetiu. Suas palavras tremiam, e uma histeria lancinante e enlouquecedora surgiu de dentro, misturando tudo o que ele estava vendo, transformando o mundo em um borrão. Somente Tom permaneceu uma imagem clara nele, uma figura de morte e destruição. "Você matou uma criança sem motivo. Você matou minha família. "

𝓸 q𝓾𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝓬𝑟𝓮𝑠𝘤𝑒 𝑝𝒶𝑟𝘢 𝑠𝑒𝑟 ↯ 𝑻𝒐𝘮𝑚𝒂𝘳𝑟𝒚Where stories live. Discover now