•41•

18.2K 1.1K 335
                                    

Deco 🚀

Deco : Tu quer pensar? -Perguntei e ela negou com a cabeça, me olhando. -Única coisa que eu te garanto, é que eu vou fazer valer a pena. -Passei a mão nas costas dela, que passou o cabelo pro lado.

Madu : Não é essa questão e você sabe, eu não tenho cabeça pra ficar aturando a  Andressa, que ela ta esperando um filho seu, eu sei, mas eu não sou obrigada a aceitar isso tudo, e você sabe, Deco, que ela intromete sim. -Ela falou olhando pra mim e eu respirei fundo, passando um braço pela cintura dela e arredando minha garrafa de cerveja pro lado, deixando minha outra mão na coxa dela.

Deco : Eu sei, mas a gente ta falando da gente, esquece a Andressa, pelo menos agora. -Passei o polegar na barriga dela, que tava destampada, por conta da blusa curta que ela tava usando. Dei um cheiro no pescoço dela e subi minha mão pro peito dela, apertando.

Apertei mais a cintura dela e colei minha boca na dela, sentindo ela resistir no início. Dei uma mordida no lábio inferior dela e ela me deu passagem com a língua, colocando as mãos no meu pescoço. Subi a mão da cintura pro pescoço dela e apertei de leve, ouvindo os intervalos da respiração dela.

Meu telefone tocou e eu ignorei nas primeiras chamadas, continuando beijando ela.

Madu : Atende! -Ela falou entre os beijos e eu me afastei dela, passando a mão no rosto. Peguei o telefone e atendi, com a outra a mão ainda na cintura dois.

"patrão, tão invadindo, código 62."

Puta que me pariu, fui em outro mundo quando ouvir o Xt falando. Maria Eduarda mudou a expressão na hora, e eu desliguei, ligando pro Carioca.

Deco : Aciona quinze na barreira de frente e manda sete pra boca principal. Os que estão de segurança na minha goma, deixa la. Tem aval pra fuzilar quem subir armado e não for do comando. -Terminei de passar as ordens e levantei, com a Maria Eduarda no meu lado ainda.

Código 62, é quando a bope ta invadindo. Mas porra, tenho informante la e não fui notificado de nada, nem de suspeita.

Deco : Vou ter que subir, tu fica bem, depois a gente termina de trocar ideia e tu me responde. -Dei um beijo na bochecha dela e voltei pra sala, com ela atrás de mim.

Cadu já tinha sido avisado já, tava na sala, do lado da Luiza, e pela cara dela, dava pra perceber a preocupação.

Deco : Eu prefiro que você fique aqui, eu do conta de voltar sozinho.

Cadu : Tranquilo, mas deve ta lotado de polícia por ai, vai passar pro morro como?

Deco : Eu do meu jeito, vou pelo matagal e passo dentro das favelas até chegar la. -Ele concordou e eu me aproximei da Luiza, que tava mais atrás. -Sem neurose, vai da tudo certo, viu? Amo sua vida. -Dei um abraço forte nela e voltei. Olhei pra Maria Eduarda, que tava sentada no sofá, estalando os dedos e ela me olhou.

Madu : Vai com Deus então, eu explico a situação pro pessoal, não precisa falar com ninguém.

Deco : Amém, fica com Deus também. -Sai pela porta de trás e peguei minha moto, acelerando ela.

-Tô na Barra, vou subir pela CDD, ta cheio de bota nas avenida aqui. Avisa o frente de la, que eu vou subir, pra não da problema e da o toque de recolher pra geral. -Falei no radinho e desliguei, fechei a visera do capacete e acelerei, rápido mesmo.

Entrei pelo matagal e tinha uns envolvidos nas esquinas, mas provavelmente já tinham avisado, então passei tranquilo. O frente daqui é do Cv também, facilitou.

Mas agora pensando mesmo, quem marcou pra Bope subir, sabia que eu ia estar fora do morro hoje, e a única pessoa que eu avisei, foi o Nem, tanto que deixei ele na frente, mas pô, o cara é meu irmão, considero pra caralho, não acho que ele faria isso comigo.

Assim que eu cheguei, os fogos já estavam sendo lançados, estavam atacando especificamente a Vila Cruzeiro. Cheguei no sapatinho e parei na boca da 17.

Deco : Sem tempo pra lero, Bope ta em peso e eu quero geral atento. Aqui, só protege quem é morador e quem é de bem, fora isso, desce bala. Baiano, tu desce e confere as outras favelas pra mim, manda aviso pros representantes de la me falarem tudo. Tu, Carioca, fica na rua da creche, tem facilidade pra entrar la, manda e desmanda em geral, o resto vê onde precisa de mais gente. Tô colado na boca principal, qualquer lance, fala comigo, mas só em último caso, e pelo amor de Deus, honra a facção, não inventa de trocar de lado, a pior escolha todo mundo aqui já fez.

Eles foram saindo e eu entrei na sala, pegando amamento e colete. Carreguei o fuzil e atravessei nas costas, conferindo a glock da cintura também.

Andressa : Eu vou pra onde? -Ela entrou na salinha de coque, armada e eu olhei pra ela sem entender. -Fala Deco, caralho, tão atirando já.

Deco : Tu não vai não porra, ta ficando louca? Por você eu não sinto nada, mas em relação ao meu filho é completamente diferente. -Falei e ela começou a respirar rápido. -Tu não pode ir em campo, Andressa, entende. Vai pro esconderijo, onde as mulheres dos cara tão. -Chamei o Vitim com o dedo e ela continuou parada lá. -Tu não vai, e pronto.

Ela deixou o fuzil na bancada e saiu, atrás dele. Terminei de me preparar e fiz uma oração rápida, pra Nossa Senhora das Graças.

Lopes : Chefe, o MT, da Rocinha, ligou ai, perguntando se tu precisa de reforço, que ele manda os cara dele.

Deco : Por enquanto ta tranquilo, mas agradece e fala que eu não dispenso. -Ele concordou, voltando pra porta, mas eu chamei ele de novo. -O Nem, onde ta?

Lopes : Não sei, chefe. Saiu cedo hoje, levou a moto e mochila com ele. -Respirei fundo e ele me olhou sem entender.

Deco : Manda três atrás dele, mas não espalha, entendeu?

Ele concordou e eu sai da salinha, ouvindo a troca de tiros, peguei minha moto e desci, pra boca principal.

Recomeçar [M] Kde žijí příběhy. Začni objevovat