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Deco 🕊️

Papo reto, minha maior vontade era descer o Cadu na porrada e matar ele na mão. Desgraçado foi capaz de entrar na minha vida, pagar de amigo e de "bom" homem, por ter mudado na marra pela Luiza.

Mas pegar a minha filha, papo reto, foi coisa de louco, porque eu posso entregar sim, esses arquivos pra ele, mas que eu vou atrás desse desgraçado até o inferno eu vou.

E eu não tinha reação nenhuma, bota fé? Eu tinha uma puta de vontade de chorar, por não ter minha princesa aqui comigo, e principalmente pelo fato de não ter protegido ela como eu deveria.

E o foda que a decisão vem mais de cima, bota fé? O comando que decidi, regra de anos, mas por mim, eu já tava com minha menina a muito tempo.

Coringa : Ó Deco, é o seguinte, conversei com os cara, mandei a real mermo e ninguém foi de aceitar não, não querem que tu entregue o morro assim, de mão beijada. -Olhei pra ele na hora né, não tem dessa parada. -Mas como a decisão final é minha, vou me colocar no teu lugar, se fosse meu filho eu não pensaria duas vezes, então faz o que for preciso, pra salvar tua filha, o resto a gente decide depois.

Deco : Valeu mermo cara. Sei que é difícil pra você tomar uma decisão assim, mas te garanto que eu vou fazer o possível, pra pegar a Cecília sem entregar esses arquivos e matar ele.

Coringa : Conta comigo pô, qualquer soldado do comando, de onde você quiser, ta a disposição, me aciona que eu mando a ordem.

Deco : Não vou dispensar, tu sabe.

O telefone tocou e dessa vez quem atendeu fui eu, já tinha uns cara da computação, pra tentar localizar sinal e o caralho a quatro.

Deco : Quero ver se tu é homem na hora de ta frente a frente comigo, em troca da minha filha eu faço o que preciso for, mas espero que tu sustente sua palavra também.

Cadu : Com tua filha que só serve pra chorar? -Riu e eu fechei meu olho, ouvindo o choro da Cecília no fundo. -Localização é o antigo depósito de armamento, não adianta vir querendo subir pra cima, porque qualquer deslize tua filha vai pro saco. Hoje onze da noite, pra troca ser feita.

Ele desligou de novo e os cara começaram a mexer nas parada lá. Doparam a Maria Eduarda, pra ela dormir e sem zueira, eu até achava melhor, porque eu creio que eu não tô sentindo metade da dor dela, pela irmã e pela filha.

-Patrão, ele tá usando celular descartável, todas as vezes. -Suspirei. -Ele falou que quer fazer a troca no antigo depósito, né? Não acho que ele esteja tão longe de lá, não iria se arriscar tanto.

Coringa : Deco. -Voltou pra sala. -Fiz uns contatos la e me passaram a informação que ele tá fechado com o tcp, e que o time tá montado pra hoje. Tô te pedindo na moral cara, tu tá cansado, sem conseguir pensar em muita coisa, deixa eu pegar o controle da missão, mas se tu ficar assim, eu vou perder é você, e é a única coisa que eu não preciso no momento.

Deco : É minha filha, vou até o fim nem que eu tenha que da a minha vida pela a dela. -Falei. -Aceito tua força com todo o prazer, mas que eu vou pra campo eu vou.

Coringa : Ta cara, faz o que tu quiser, mas antes da uma respirada, vai no posto, conversa com sua irmã, que eu vou vê o que dá pra fazer e te passo tudo, o que você achar melhor, a gente faz.

Eu concordei e tentei me acalmar, fui tomar um banho e quando eu saí a Maria Eduarda tava sentada na cama, com o olho inchado de tanto chorar.

Madu : A gente vai conseguir resgatar ela, né? -Perguntou com a voz fraca e eu me aproximei dela, que me abraçou.

Deco : Te garanto, Maria Eduarda. -Ela concordou chorando e eu apertei ela. -Tenta ficar bem amor, vou da um pulo na Lu e depois volto pra saber o que dá pra ser feito, mas de qualquer forma, eu sei que ela é forte.

Eu sai de lá e fui pro posto, a Julia tava ficando com ela, que tava acabada né, se culpando. Mas eu fiquei coisa de meia hora, até o radinho tocar e eu atender.

Coringa : Achamos o lugar que eles estão, so monto o time se tu liberar.

Deco : Marca dois que eu tô subindo. -Falei e ele desligou e papo reto, só fui perceber que eu tinha chego, quando vi os outros frentes na minha frente.

Me passaram tudo e eu fui prestando atenção em cada detalhe. Deu o momento e eu preparei o armamento e o colete, colocando tudo no carro.

Eu desci pra minha casa antes e fui pro antigo quarto da minha mãe, onde eu havia escondido os arquivos.

Na época eu mandei fazerem uma moldura de gesso por cima, de nossa senhora, pra ninguém nunca desconfiar, ficava na instante, no lugar óbvio, mas que era difícil de pensar.

Deco : Desculpa mãezinha, mas eu vou precisar quebrar a senhora. -Murmurei baixo, quebrando ela e peguei os papéis.

Como a gente tá no ataque, creio que nem vai chegar o momento de fazer a troca, mas de qualquer forma peguei.

Desci o morro de moto e vi a Maria Eduarda na porta de casa, eu desci deixando ela estacionada e me aproximei dela.

Deco : Obedece, por favor, só volto pra casa com a nossa menina. Amo você e ela, preciso das duas bem -Ela me abraçou e eu beijei a testa dela. Depois disso os cara desceu e nós fomos em direção ao provável local.

Recomeçar [M] Where stories live. Discover now