Recomeçar [M]

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Deco 🚩

Vê ela ali tava me matando, ta ligado? Eu tentava prestar atenção em outra parada, mas não dava, saber que eu tava no mesmo lugar que ela, me deixava piradão.

A mina que eu tô, é a Luciana, gente fina, eu nem tava rendendo muito papo antes, mas ela era tão de boa e tranquila, que eu acabei comentando com ela que eu viria e ela perguntou se eu podia fazer companhia pra ela, porque é amiga do Xt mas não tem muita liberdade com a galera.

Julia : Ela foi embora né? -Perguntou parando do meu e eu concordei, deixando meu copo na mesa. -Af, nem esperou pro parabéns.

Deco : Pois é né, foda. -Eu sai de perto dela e entrei no banheiro, quando eu voltei, sentei no mesmo lugar.

Luciana : Ta tudo bem? -Perguntou e eu concordei, enchendo meu copo. -Sei não hein.

Deco : Só não tô em um dia muito bom, mas tô tranquila, fica de boa. -Falei. -Aceita? -Perguntei e ela empurrou o copo dela pra frente e eu enchi.

Julia : Gente. -Levantou batendo palma e eu comecei a encarar ela, com uma puta vontade de ri. Julia bêbada é piada demais cara, a mina já é resenha normal, deixa duas latinhas de skol beats na mão dela, pra vê se ela não fica altinha em dois tempos. -Então, hoje é aniversário do meu pretinho lindo!!! -Apontou pra ele que abaixou a cabeça rindo. -Eu sei que eu tô muito trouxa, aqui, fazendo isso, mas amanhã eu coloco a culpa na bebida e ta tudo bem. Mas enfim, eu só queria deixar bem claro, que eu vivi os melhores cinco meses da minha vida do seu lado. -Falou olhando pra ele. -E eu juro que quero continuar passando, sei que eu sou chata, faladeira, mimada, extremamente orgulhosa, mas me sinto muito melhor quando tô com você, namora comigo, vai.

Eu bati palma junto com a galera, que tava gritando e ele levantou, passando por trás das cadeiras até chegar nela, que deu um abraço nele. O que eles ficaram falando eu não sei, mas ele tava todo feliz, empolgado e ela também.

Xt : Fala tu, se eu não ganhei uma nave, de presente. -Abraçou ela de lado que beijou a bochecha dele.

Julia : Esquece galera, agora a mãe ta off, 100% indisponível. -Falou zuando e ele negou com a cabeça, rindo.

(…)

Algumas horas depois

•mensagens

Ronaldo : Opa Deco, boa tarde, td bem?
Voce sabe se a Maria Eduarda ta com a Luiza ai? Tô tentando falar com elas, mas não consigo.

Deco : Ela foi embora ontem a noite, depois disso não vi ela mais.

•mensagens

Eu liguei pra ele, que atendeu no último toque, com a respiração ofegante.

Deco : Ela não foi pra casa ontem a noite? -Perguntei pegando o outro celular e chamando os cara que tava de segurança na barreira ontem.

Rolando : Ela veio, mas saiu de novo, disse que tinha marcado de dormir com a Luiza, pegou os remédios dela...ah, não, espera ai. -Ele desligou o telefone e aí mesmo que eu fiquei pirado. Quando eu vi já tava na minha moto indo direto pra casa dela, assim que eu cheguei eu bati na porta rápido e quem abriu foi a madrasta dela, com o irmão dela no colo.

Deco : Aconteceu alguma coisa? -Perguntei pra ela tirando meu boné e o pai dela desceu as escadas, correndo.

Ronaldo : Frasco de remédio dela ta vazio. -Falou tremendo e eu fiquei encarando ele sem reação nenhuma. -Eu comprei ontem, tava cheio, eram 60 comprimidos.

Na hora que ele falou aquilo, meu mundo acabou, na moral, só me vinha na mente alguma coisa que pudesse ter acontecido com ela e eu fiquei sem chão, sem reação, não sabia o que fazer.

(…)

Depois de um tempo já tinha foto da Maria Eduarda em todos os lugares possíveis, eu entrava nos status e a galera só postava foto dela, pedindo ajuda pra encontrar.

Pai dela chamou a polícia, e eu coloquei os cara pra ir atrás também, de qualquer coisa. Três dias, e eu nesse sentimento, me culpando por tudo o que tava acontecendo com ela.

Talvez se eu não tivesse deixado ela ir embora aquele dia, se eu tivesse insistindo, em saber se ela realmente estava bem...se eu não estivesse com outra, na frente dela.

Eu não dormia, tava neurótico, ao ponto de vê coisa onde não existia, só queria minha branquela, com o drama de sempre dela, pra cima de mim.

O pai dela desceu, outra vez e eu continuei sentando, olhando pra frente, tô dividindo meus dias aqui e no morro, na esperança, de vê ela de novo.

O telefone tocou e eu peguei rápido, pra atender, escutando uma voz feminina do outro lado.

-É da casa da Maria Eduarda Fernandes?

Deco : É sim. -Respondi, mas com meu coração acelerado.

-Nós tivemos entrada, com um corpo que tem as mesmas características que ela, nós gostaríamos de marcar o reconhecimento.

(…)