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Deco 🕊️

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Eu sai do carro rápido depois de ouvir o disparo e vi a Lorena caída no chão e o Coringa com a Cecília no colo, tentando fazer ela parar de chorar.

Foi involuntário, eu corri e tirei ela do colo dele, que continuou chorando, provavelmente pelo barulho do tiro ter doído o ouvidinho dela.

Deco : Na moral mermo, valeu. -Falei com o Coringa, que concordou. -Como você sabia?

Coringa : Imaginei quando vi que só o Cadu havia entrado no carro, ele não ia deixar a única garantia dele assim, sem conseguir o que queria.

Deco : Minha cabeça tava tão quente que eu nem consegui pensar nessa parada. -Ele concordou, e eu dei a ordem pra levarem a Lorena pra uma das salas de tortura também.

O Coringa ficou repassando outros assuntos com os caras e eu subi com o Nem pro morro, com a Cecília no meu colo.

Deco : Ta tudo bem meu amor. -Passei o dedinho no rosto dela. Como pode né, dois meses de vida e ela já passou por várias paradas ruim.

Ela foi se acalmando no meu colo e assim que o Nem estacionou o carro em frente a casa da Lorena. Eu sai com ela e entrei na casa, vendo a Maria Eduarda olhar pra porta.

Ela levantou e veio correndo na minha direção, chorando. Eu passei a mão no cabelo dela, que tirou ela do meu colo.

Madu : Ai meu Deus. -Passou a mão no rosto dela. -Eu pedi tanto por isso. Abraçou ela e eu sorri.

Deco : Te prometi, que ia voltar com ela. -Ela me abraçou e eu beijei a cabeça dela. Pai e madrasta dela estavam aqui também, e eles foram acalmando ela.

Madu : E a Lore? -Perguntou e eu desviei o olhar do dela. -Cadê ela, Deco? O que aconteceu com a minha irmã? -Eu enguli em seco na hora, não sabia como da a notícia, mas também não podia mentir.

Eu expliquei toda a situação e ela não esboçava reação nenhuma, só me olhava como se não tivesse acreditando naquela situação toda.

Madu : A minha irmã fez isso com a minha filha? -Passou a mão no rosto e eu olhei em volta, vendo o pai dela extremamente abalado com aquela situação toda também. A cara era de desgosto. -O que vão fazer com ela?

Deco : Eu não sei. -Fui sincero. -Mas eu te garanto, que não vou deixar fazerem nada enquanto vocês decidiram o que é melhor, mas em casos assim a única opção é tortura ou a morte direta.

Madu : Não quero que ela sofra. -Secou o rosto e eu fiquei quieto. Impossível eu chegar aqui e pedir pra ela deixar que a irmã dela sofra. O amor, carinho, não muda em um dia. Eu falo por imaginar a dor dela, quando sente, ama é diferente.

E por mais que a pessoa tenha sido egoísta pra caralho, altruísta, o ódio não toma conta, é aquilo né, de não conseguir pagar com a mesma moeda, por não desejar que as pessoas sintam o que você sentiu.

Madu : O Henrique já vai fazer nove anos, como eu vou explicar pra ele uma suposta morte do pai e da mãe dele? -Parou pra pensar. -Ele não merece nada disso, não merece.

Eu deixei ela no momento dela, pra compreender a situação, e eu acho que pra tentar ocupar a cabeça com isso, ela preferiu e cuidar da Cecília. Foi dar banho, deu leite e fez ela dormir.

Quando ela desceu as escadas de novo, decidiu que queria conversar com a Lorena, e o pai dela quis ir junto, difícil pros dois né pô.

Antes de tudo eu passei na Luiza, eu contei pra ela sobre a Cecília, e ela ficou feliz na hora. Mas o desgosto em relação a Lorena foi o mesmo.

Pedi opinião em relação ao Henrique e ela disse que nem conseguia imaginar a situação, por ele já entender muita coisa, e falou que o que a Maria Eduarda decidisse, pra ela estaria ok também.

A Julia continuou fazendo companhia pra ela e eu desci. Maria Eduarda entrou no carro com a Cecília no colo e eu segui pra onde ela estava.

Assim que a gente chegou eu deixei a Cecília com o Nem e entrei com a Maria e o pai dela.

Lorena tava sentada em uma cadeira e tinham dois caras armados dentro da sala, eu liberei dos dois e vi ela sorri, como se estivesse contente, assim que viu a Maria Eduarda e o pai dela.

Lorena : Ola, querida família. Gostaria muito de abraçar vocês, mas me amarraram aqui.

Madu : Por que você fez isso em? -Perguntou com a voz falha e ela gargalhou, jogando a cabeça pra trás.

Lorena : Porque eu quis, porque você é uma tola, idiota. -Falou firme e o pai delas passou a mão no rosto, negando com a cabeça.

Ronaldo : Vocês tem um filho, Henrique é cheio de saúde, feliz. Como você foi capaz de se envolver com isso, Lorena? Sabendo que pode ser jurada de morte.

Lorena : Que filho? Henrique? -Continuou rindo. -Vocês são mais burros do que eu pensei, acham mesmo? Que eu teria um filho com o Cadu? Foi tudo parte do plano. -Falou a última parte baixa.

Madu : Do que você tá falando? O que você fez, Lorena? A gente sempre foi tão unida...

Lorena : Se manca garota, você deixou de ter importância pra mim a muito tempo, e foi difícil, me fazer de atriz. -Sorriu. -Viva daqui eu não saio, não é mesmo? Então eu faço questão, de contar tudo e vê vocês perplexos, por saberem que foram enganados.

Deco : Sai daqui amor. -Falei baixo no ouvido dela que negou, segurando pra não chorar, eu tentei tirar ela, que forçou, indistindo pra ficar.

Lorena : Deixa ela. -Falou. -Tudo começou quando nosso pai, Deco. -Olhou pra mim e eu olhei sem entender pra ela. -Surpresa, somos irmãos. -Murmurou baixo. -Enfim, ele forjou a morte dele e por direito, eu teria que assumir o morro, por ser a mais velha, mas ninguém sabia, né? Da filha bastarda, você pegou o posto e foi só progredindo.

Lorena : E te falar, papai não ficou nem um pouco contente, percebendo que o filho dele estava sendo melhor do que ele, e ali começou tudo. Cadu sempre foi soldado dele, a gente se trombou em um dos encontros e montamos esse plano juntos. Henrique é adotado, por que vocês acham que eu fiquei longe durante um tempo hein? Nosso cabeça, morreu, e olha que ironia, pelo próprio filho, né? E nós continuamos, até o fim, pra pegar tudo que um dia, por direito, foi nosso.

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