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Deco 🚩

Loira, 1,63, magra, olho castanho, tudo, tudo batia com ela, não tinham condições nenhuma, de eu ir no hospital, o pai dela foi, e eu subi pro morro, pra vê se era possível eu fazer alguma coisa.

Eu tava mal, mal pra caralho. Eu entrei na boca pra pegar minhas coisas e eu vi a Luiza, conversando com o Cadu.

Luiza : E ai? Alguma novidade? -Se aproximou de mim e eu passei a mão no rosto, respirando fundo -Luan...

Deco : Chegou um corpo no hospital, com as características dela, pai dela foi reconhecer. -Falei baixo e ai não deu, vontade de chorar veio na certa.

Luiza : O que? Não, não é ela Deco, eu tenho certeza, eu tenho certeza. -Começou a falar tremendo e eu olhei pro lado.

Deco : Ela se matou, Luiza, e a culpa é minha, eu não ajudei ela, eu, prometi ficar do lado dela, e eu parei de correr atrás dela, eu tinha que ter percebido, que ela não tava bem. -Comecei a chorar pra caralho e eu sentir ela me abraçando.

Luiza : Para com isso, meu bem, a culpa não é sua. -Falou no meu ouvido. -A gente não tem certeza de nada, torce, pra ela também, pra não ser ela.

O telefone começou a tocar e eu peguei pra atender, mas demorei ainda, não queria ouvir ele falar, que ela havia me deixado, não nessa situação, sem ela saber que eu ainda a amo pra caralho.

Deco : Oi. -Falei baixo e ouvi a respiração do pai dela, do outro lado, como se tivesse chorando.

Ronaldo : Deco...você pode vir aqui, por favor? Vai ser melhor pra gente conversar. -Eu desliguei a ligação, já sentindo aquele aperto no meu coração, tá ligado?

Luiza decidiu ir comigo, ai eu nem liguei, meti freio na moto e quando eu vi já tava no hospital, entrando por trás. Eu vi o pai dela e me aproximei dele, que tava chorando, pra caralho, com a madrasta da Maria Eduarda do lado dela.

Deco : E ai? -Perguntei impaciente já, imaginando a resposta ne, eu tava morto, pro dentro, e na minha cabeça, vinha todos os momentos que eu passei com ela.

Foi ela, a primeira de todas, bota fé? Desde o dia que ela entrou lá em casa correndo com a Luiza pela primeira vez. Desde o dia que ela pediu pra eu ensinar a ela soltar pipa e eu falei que não ia, o que resultou nela virar a cara dela pra mim durante quinze dias.

Foi ela, que me fez ri com as perguntas mais idiotas do mundo, sem saber que tava fazendo me fazendo feliz. Foi ela, a menina que eu passei irritando toda a minha vida, e foi ela, a primeira mulher que eu falei que amava, e ainda amo, pra caralho.

Não tô pronto pra viver sem ela me fazendo acordar de madrugada só pra vê o sol na praia, ou por conseguir fazer com que todos os meus pensamentos mudassem, só pra agradar ela, ficar bem com ela. Minha mulher, minha melhor amiga, única pessoa que eu declarei meu amor, e era foda, aquela sensação.

Não falo que ela me mudou, isso não, porque nunca foi obrigação dela, se fosse pra ser, tinha que ser por querer meu, e eu quis, e mesmo com erros, tentando me adaptar, ela continuou comigo. Mais de três anos, desde que eu comecei a me envolver com ela, e com todos os problemas que surgiram, só por saber, que ela tava ali, comigo, foram os melhores anos da minha vida.

Ronaldo : Não era ela. -Na hora que ele falou, saiu um peso enorme das minhas costas, mas eu não tava entendendo, não sabia o que pensar, onde ela podia estar. -Acharam ela, Deco, ela tá viva.

Deco : E onde ela ta? -Perguntei rápido, ansioso pra porra mesmo, só ia acreditar quando visse ela na minha frente.

Marcela : Quando a gente tava saindo, uma ambulância chegou, com ela, a gente ainda não entendeu muito bem, por ela estar inconsciente, mas os médicos já falaram que o risco maior passou, ta no quarto 413, caso você queira vê ela, a gente só tá aguardando, eles terminarem de aplicar o remédio nela.

Eu decidi esperar também, sei la, se o pai dela não tava la, eu ia te esperar um pouco também, mas tava feliz demais, só sabia agradecer pela vida dela.

Passou um tempinho e eles liberaram a entrada, mas como era de duas em duas pessoas, eu fui com o pai dela, quando a gente entrou no quarto, ela tava acordada, mas meio dopada de remédio ainda.

Ronaldo : Ô minha filha. -Parou do lado dela, segurando a mão dela forte, que começou a chorar. -Por que você fez isso em? -Passou a mão no cabelo dela. -Eu te amo tanto, minha princesa.

Um dos médicos entrou no quarto, com o prontuário na mão, e eu olhei pra ele, que olhou em direção a Maria Eduarda.

-Boas notícias, Maria Eduarda, apesar dos riscos, seu bebê estar perfeitamente bem. -Ele falou aquilo e eu enguli em seco, quando eu olhei pra ela, ela virou o rosto, e ali eu entendi, sabe? Que não era meu. Respirei fundo, fiquei um tempinho ainda, mas não deu, eu tive que sair, tava doendo demais.

(…)

Apesar das ameaças de morte, tô viva kkkkkkkkkkkkkkk amo vcssss

Recomeçar [M] Où les histoires vivent. Découvrez maintenant