Capítulo 6

511 55 9
                                    

07:17

Banho. Era tudo que eu precisava. De um maldito banho. 

Ontem, após levar Kuina ao seu quarto, corri para meu mais novo aposento na intenção de tomar um banho, todavia, eu estava tão cansada que assim que eu sentei na cama, não resisti aquela camada macia e cai num sono profundo.

Encarei meu reflexo e observei a garota solitária. Cabelo na altura dos ombros, alguns fios grudavam na testa e resultante das noites mal dormidas, olheiras fundas e uma aparência cansada. Acordei algumas vezes durante a madrugada por causa dos pesadelos e às cinco da manhã, já havia perdido o sono. Estava com fome então, na ponta do pé, fui até o refeitório e comi boa parte da comida que encontrei. Voltei para o quarto e entrei no chuveiro. 

Após terminar o banho, vesti uma delicada calcinha cor preta e comecei a preparar um curativo. Estava terminado de limpar a ferida, quando ouvi a porta do meu quarto ser aberta. Essa não!

— Kyle? — ouvi a voz de kuina soar no ambiente. Cacete. Levei a mão a boca em um ato de pânico e as presas, puxei a toalha, derrubando o shampoo e o condicionador. Porcaria de toalha! 

Cobri meu corpo com a toalha branca e antes que pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, a porta foi aberta, revelando a imagem perfeita de uma Kuina muito confusa. Fodeu. 

— Quem é você? — a morena perguntou enquanto me encarava de olhos arregalados. Eu mal conseguia falar e tinha quase certeza que também tinha os olhos arregalados.

— Calma, eu posso explicar. — comecei tentando me aproximar, mas a garota recuou me fazendo se aproximar e rapidamente, segurar seu braço. Mas para a minha surpresa ela segurou meu braço, o torceu e bruscamente, me virou contra a parede. Porra.

— Não encoste em mim! — disse enquanto forçava meu rosto contra a parede. — Quem é você? — perguntou de forma ameaçadora.

— Kyle? — respondi um pouco assustada e ela riu. Ela era forte e me mobilizou de forma perfeita, demostrando que tinha técnica. Quem é você?

— Acha que eu sou cega? Eu saberia se você fosse o Kyle! — retrucou e eu senti minha toalha, um tanto quanto folgada no meu corpo.  Percebi que apenas a parede mantinha a toalha no meu corpo.

— Eu posso provar! — comecei a falar. — Ontem, passamos a tarde toda juntas. — comecei com o primeiro argumento que me veio em mente. Isso todo mundo sabe. Idiota!

— Todos da praia sabem disso! — a morena respondeu e se eu não tivesse contra a parede, tenho certeza que bateria na minha própria testa.

— Você tentou me beijar e eu disse que não poderia ficar com você. — tentei mais uma vez e ela fez pressão no meu braço me fazendo gemer.

— Eu contei isso para o Chishiya. — ela disse. Fechei os olhos e respirei fundo antes de abrir a boca.

— Eu posso te mostrar que eu e o Kyle somos a mesma pessoa, mas precisa me soltar. — assegurei.

— Como eu vou saber que você não vai tentar algo. — hesitou.

— Confie em mim! — Disse, levemente angustiada.

— Claro. — disse sarcástica, antes de me soltar. Eu, rapidamente, segurei a toalha para que a mesma não caísse. 

Naquele momento, uma série de planos diabólicos se passava na minha cabeça. Desde planos fáceis, que envolviam a morte da garota, até os mais complexos, que envolviam apaga-lá, amarra-lá e deixá-la viver, sem que ela estragasse meu plano. Eu não queria mata-la, já havia muito sangue nas minhas mãos, da Yuna, do meu grupo, das pessoas que eu não pude salvar e daqueles com quem joguei para chegar aqui. Então num ato totalmente incerto, eu optei pelo plano complexo.

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now