Capítulo 34 - Fúria

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Você está viva.

Está respirando.

Levante-se.

Levante-se mais uma vez.

Você consegue.

Você já fez isso antes.

E sabe como fazer de novo.

Fica mais fácil de lidar quando você já esteve aqui. Quando já passou por aqui. E quando já sangrou por aqui.

Você consegue.

Levante-se.

Abri os olhos vagarosamente e voltei a fechar quando senti minha cabeça latejar. 

Merda.

Aqui me encontrava eu. Mais uma vez, amarrada. Em uma cadeira pouco confortável, com cordas que me machucavam.

Eu sabia que tinha uma pequena chance disso acontecer. Eu sabia que eu poderia ser pega em algum momento. Mas não esperava que fosse pelo mesmo motivo de meses atrás. Por tentar fazer o certo. Por tentar salvar alguém. 

Eu pensei que esse meu lado humano tinha sido enterrado quando ela se foi. Pensei que os atos altruístas não era algo que deveria me preocupar. Mas eu me enganei. Ver o mais novo sendo massacrado daquele jeito foi demais para mim. Bem demais. A fúria tão conhecida por mim, me possuiu, apagando qualquer vestígio de medo e ansiedade que eu estava sentindo. Quando ele sorriu, eu acendi o fósforo. Mas o que me levou a incendiar, foi o outro atiçando a todos enquanto me chamava de assassina. Aquilo me fez ficar em combustão. Me fez explodir.

A muito tempo ouvi dizer que a vida era um ato de coragem e que ela pedia muito isso de mim. Eu só não esperava que fosse tanto.

Eu não estava arrependida por ter tentado ajudar. Nenhum pouco. Ver a expressão de dor no rosto de Yuki e o seu sangue espirrar na parede foi satisfatório demais.

Uma hora ou outra eu teria que assumir os meus b.o. É claro que as coisas não estavam ótimas para mim, afinal de contas eu estava presa novamente. Mas embora eu estivesse de mãos atadas, no fim das contas, segundo a mitologia grega, eram as fúrias quem espantava os homens. E de uma coisa eu tinha certeza, eu não pretendia parar até espantar todos eles. Todos aqueles que dançaram sobre o meu sangue. Eu iria queimar todos eles.

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now