Capítulo 8

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— Você já deveria ter acertado o alvo pelo menos uma vez, nem que fosse sem querer. — Yuki disse sério próximo a mim, fazendo meus músculos se contraírem de forma involuntaria, desencadeando os tão famosos calafrios. 

Chishiya era um desgraçado mesmo. Ele foi pegar os rádios e me deixou com o Yuki. De todos os milicianos ele me deixou com o Yuki. O maldito homem andava de um lado para o outro, mantendo uma distância até que segura ente agente. Ele parecia mais arrogante do que nunca. O corpo bem esculpido e aqueles olhos. Não me lembrava que ele tinha os olhos dela. Não lembrava que o diabo tinha os olhos do meu anjo. Enquanto fazia observações nada pertinentes, ele tentava a todo instante demostrar o que sabia e o quanto ele sabia fazer melhor. O destino nunca foi tão filha da puta comigo.

— Tô só aquecendo, me dá um desconto. — disse na defensiva. Posicionei a arma novamente, respirei e inspirei, antes de disparar. Porcaria. Isso é mais difícil do que parece. Eu era ótima com facas, achei que teria alguma facilidade com isso, mas a verdade era que eu nunca tinha pegado em uma arma. 

— Nunca pegou em uma arma, mas domina as artes marciais muito bem. — ele presume, aumentando a minha vontade de virar aquela arma em sua direção e usá-lo como alvo.— com quem você aprendeu? 

— Meu pai. — Menti, sentindo meu coração bater descompensado. — Ele era do exército. — continuei. — E eu sei atirar. — me defendi.

— Qual força? — errei o alvo. A palma da mão úmida pela ansiedade. Inferno. Aquela sala estava ficando quente.

— Terrestre. — errei novamente.

— Você não sabe atirar porra nenhuma! Você segura a arma como se fosse um maldito brinquedo. — afirmou, numa clara intenção de me intimidar, entretanto aquilo só me fez ficar ainda mais irritada. — Por que você precisa aprender a usar isso? Você luta muito bem e aposto que é bom em atirar facas. — o imbecil pontuou, mais uma vez. Eu estava espumando de ódio, mas tinha que me manter neutra. Eu estava a centímetros daquele babaca e não podia fazer nada contra ele.

— O Chishiya disse que o Chapeleiro insistiu para que ele me trouxesse aqui, para que eu pusesse treinar e conhecer o lugar, assim como meus queridos colegas. — menti. Ele me abandonou aqui, ele quem lide com isso.

— Acho que ele quer que você seja o bode expiatório dele, o Chapeleiro, por isso insistiu para que você entrasse na milícia. — fiquei em silêncio. — Você é horrível nisso! — Yuki declarou, pegando a arma das minhas mãos, após eu errar pela milésima vez.

— Ou vai ver seja o professor. — o moreno histérico apareceu no meu campo de visão, com um sorriso largo e provocador. As pessoas da sala logo começaram a sussurrar coisas quando o viram. — Novato. — me cumprimentou com um aceno de cabeça.

— Vai ser uma manhã daquelas. — ouvi um homem que estava próximo falar.

— Eu quero ver sangue. — ouvi outro comentar. 

— Não estou com tempo para suas gracinhas, Niragi. — Yuki pronunciou o nome do moreno de forma ácida.
Interessante. 

— O quê? Ah, é. Esqueci que você não gosta quando as pessoas te dizem o óbvio a seu respeito. — jogou os braços em volta dos meus ombros. — Se eu fosse você, não daria ouvidos a esse cara. Ele só entrou na milícia por que puxou o saco do Aguni. 

— Isso vindo do cara que só entrou por que cometeu várias atrocidades. — Como se você fosse um anjo. 

— Como se você fosse um anjo, Yuki. — o moreno ao meu lado tirou as palavras da minha boca. — Vem cá, Kyle. — o homem tirou o braço dos meus ombros, foi até a mesa de armas e começou a mexer e analisar algumas.

Fúria In Bordeland Donde viven las historias. Descúbrelo ahora