Capítulo 22 - 2° Acordo

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- Kira? A traidora Akira? - questionou surpreso e começou a gargalhar histericamente. - Cara, isso fica cada vez melhor. - disse para si mesmo.

Eu permanecia sentada, o observado com desprezo, encostada na escrivaninha, enquanto sentia dor e sangrava gradativamente.

Acho que já havia se passado, cerca de uma hora que estávamos ali e apesar de ter dito para mim mesma que o ideal era manter a calma e tentar negociar com ele, a única coisa que eu queria fazer era cortar sua gargante e o assistir sangrar até a morte. Toda a vontade que eu tinha antes de tê-lo como meu aliado, para matar o Yuki, tinha ido para o ralo. Mas contra a minha vontade, eu teria que considerar. Era isso ou uma luta para ver quem sairia vivo e a última opção, dada a meu competidor, seria furiosa, violenta e barulhenta, o que chamaria a atenção dos meus colegas de "casa". Enfim, eu havia lhe contado algumas meias verdades e tinha acabado de lhe contar meu verdadeiro nome, o que resultou em uma crise de riso, o que só aumentou mais a minha vontade de matá-lo.

- Eu acho que sempre duvidei de você, principalmente quando você parecia estar prestes a nos atacar, na primeira vez que esteve na sala de treinamento. - comentou, me fazendo fechar os olhos. - Sabe, eu fiquei bem sentido, pois fiquei pensando que você me queria morto. - riu, como se tivesse ouvido a coisa mais engraçada. - Quando na verdade, você só queria matar o Yuki. - continuou rindo, enquanto eu permanecia calada.

Incrível. De todos da Praia, ele foi o terceiro a descobrir a minha identidade.

Fazendo uma análise de todo esse plano, eu consegui chegar a três conclusões: a primeira era que eu havia ficando tempo demais ali, a segunda era que eu estava ficando sem tempo e a terceira era que eu estava terrivelmente fodida. Muita gente já sabia sobre minha identidade, então eu teria que acelerar um pouco mais as coisas e fazer mais sacrifícios, como me rebaixar a essa lástima de homem, pois era questão de tempo até mais alguém descobrir a verdade.

- Então, deixa eu ver se entendi. - o histérico fez uma pausa, me olhando fixamente. - Você quer que eu te deixe viva para que você mate o Chapeleiro e o Yuki, por causa do roubo que eles interromperam, lá atrás, é isso? - acenti com a cabeça, enquanto continuava fazendo pressão no meu ferimento.

Todos já achavam que eu havia traido meus amigos e o amor da minha vida, por quê não continuar com o rumor para escapar dessa situação? Seria melhor que ele me visse como um mostro, ao invés de ser humano.

- Como você pretende fazer isso? - questionou, empolgado, se agachando a minha frente, me fazendo respirar seu forte perfume.

- Já disse, da maneira mais fria e dolorosa que eu encontrar. - respondi entre dentes.

- Qual é, boneca? Você pode me dizer mais que isso. - tocou minha bochecha, descendo para meu queixo, chamando pelo maldito apelido. - Somos amigos. - sorriu abertamente e eu soltei uma risada cinica, me esquivando de seu toque.

- Você não tem amigos, Niragi. - disse fria. - Na verdade, você é bastante parecido com o Chishiya. Louco, egoísta e solitário. - disse ácida, fazendo ele avançar e apertar minha mandíbula.

Minhas costas tocaram o móvel e meu corpo imediatamente ficou tenso ao seu toque. Completamente diferente de quando eu era a "boneca".

- Olha como fala, eu posso ser muito instável, querida. - brandou perto do meu rosto, como um cachorro com raiva.

- Solta. - mandei entre dentes e ele riu, largando meu rosto com brutalidade, me fazendo virar o mesmo e olhar para qualquer lugar, menos ele.

Ouvi seus passos se afastando e fechei os olhos, respirando fundo, enquanto meus dentes machucava a carne da minha bochecha. Eu estava fervendo de raiva por estar a mercê dele, mas não podia arriscar e estragar tudo. Não quando eu estava quase domando a fera.

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now