Capítulo 45 - Game Over

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No capítulo anterior...

"- Foi tudo uma mentira. Eu apenas usei você. - digo, sentindo o copo prestes a transbordar. - Nada, nada do que vivemos foi real. As conversas, as risadas, os abraços... Nada. - cuspo como veneno, fazendo o ar inteiro pesar. - Foi tudo parte da minha vingança. - digo fria.

A mulher engole em seco e permanece em silêncio. Como se tivesse sido atingida por algo e estivesse petrificada, ela permanece em silêncio e me fita. Apesar da postura inabalável e da fisionomia inexpressiva, a expressão de dor nos seus olhos, revelava o tamanho do seu sofrimento.

Sentindo o ar me faltar e o copo transbordar completamente, eu viro as costas e saio o mais rápido possível daquele maldito lugar.

Uma vez ouvi dizer que os olhos eram as janelas das almas. Mas naquele momento, além de enxergar a dela, eu também vi um reflexo da minha."

♥️

- Kira! - ouço a voz de Chishiya atrás de mim, mas eu o ignoro e apresso o passo.

O vento bagunçava os meus cabelos e a noite estava fria, combinando perfeitamente com aquele clima de merda. Entretanto, mesmo assim, eu retiro o corta vento e o amarro na cintura, desejando secretamente que o mundo caia em desgraça.

- Me deixa. - enxugo as lágrimas e ordeno ríspida.

- Onde você vai, sua maluca? - continuo ouvindo seus passos atrás de mim e fungo, sentindo-me ridícula e exposta por toda a merda que fiz e me prestei a fazer.

- Onde Judas perdeu as botas. - grito, pisando duro.

- Qual é, Kira! - ele se coloca na minha frente, me fazendo parar.

- Me deixa em paz, Chishiya. - digo tentando passar, mas ele me impede.

- Ei, fala comigo. - pede e eu o encaro em chamas.

- Qual é a parte do eu não quero falar que você não entendeu, porra? - questiono sentido as idiotas das lágrimas voltarem. - Você disse que ela jamais me olharia de uma maneira diferente. - o empurro, enquanto lamento. - Você disse que não tinha nada no mundo que a fizesse me olhar diferente. - soco seu peito fazendo ele segurar meus pulsos.

- Fica calma. - pede me fazendo fechar os olhos com força e respirar como se tivesse um peso terrível no meu peito. - Você está com a cabeça quente, não está pensando direito. - abro meus olhos assim que ele começa a falar e me livro de seu aperto, o fitando com ódio.

- Eu não estou pensando direito? Ela me odeia, seu imbecil! - berro aos quatro ventos. - Ela não acredita em mim. Ela acha que eu sou como o monstro do Niragi. Ela nunca teve fé na gente. Ela nunca confiou plenamente em mim. Foi tudo uma grande besteira. Nada foi real. Eu estou sozinha, Chishiya. Eu estou sozinha novamente. - continuo, ficando de cócoras e agarrando nos cabelos. Completamente vulnerável e ao mesmo tempo envergonhada por estar nessa posição.

Merda.

Fecho os olhos com força e sem me importar com nada, deixo a lágrima escorrer novamente, enquanto a dor no meu peito se alastra... Me dilacerando por dentro.

Que merda.

- Você sabe que isso não é verdade. - ele diz e eu sinto sua mão no meu ombro.

Paro de chorar, ao ouvir suas palavras. Respiro fundo, calma e profundamente e depois o fito. Aperto os olhos em sua direção e louca de raiva, me preparo para despejar sobre ele também.

- Onde diabos você estava? - fico de pé no segundo seguinte e questiono, caótica. - Você disse que iria tentar tirar ela daqui. Onde você estava? - continuo e ele desviar o olhar, metendo as mãos nos bolsos.

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now