Capítulo 10

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Empurrei a porta com força, querendo sair o mais rápido possível daquele edifício. Meu coração batia forte e a minha respiração era cortante, eu estava no limite.

— Kira! — ouvi Yuna chamar, todavia continuei andando, enquanto sentia as lágrimas molhar o meu rosto. — Kira! — chamou novamente, mas eu só parei quando senti a areia da praia tocar os meus pés.

Achei que conseguiria me sentir melhor. Que conseguiria respirar. Mas eu ainda me sentia sufocada, presa, de mãos atadas. Comecei a ver tudo girando como em um carrossel, mas menos divertido. Meu peito doía e as lagrimas, continuavam descendo sem parar. Eu estava exausta de tudo aquilo e sem conseguir me manter de pé, cai de joelhos na areia fofa.

— Ei, Kira! — senti as mãos delicadas de Yuna em volta do meu rosto. — Olha para mim! — ela tentava se comunicar comigo, mas eu só conseguia chorar. Tentei me livrar do seu toque, entretanto a morena menor, pulou no meu colo e me puxou para um abraço caloroso e apertado.

 Tudo bem, Kira, está tudo bem. — começou fazendo um carinho no meu cabelo, mesmo comigo tentando sair do seu abraço. — Você está viva. — Continuou levando uma mão para as minhas costas e ali, continuou o carinho. — Está respirando. Continue respirando. — e assim ela continuou, até eu me acalmar. Repetindo aquelas palavras e fazendo carinho nos meus cabelos e costa. 

— Eu não posso mais continuar aqui, não assim, Yuna. — disse me afastando para a olhar.

— Vamos seguir o plano, em breve não estaremos mais aqui. — me encorajou.

— Quando? Quando for um de vocês naquela mesa? — questionei a vendo se calar. — Você não viu como ele o matou. Ele não me deixou cuidar dele, disse que era perca de tempo e material e logo depois atirou na cabeça dele, Yuna! — tentei me controlar, afinal não era culpa dela. — Eu poderia ter salvado ele, Yuna! — suspirei derrotada. Eu havia estudado para salvar vidas, mas eu não podia. Não na utopia.

— Só aguente firma, Kira. — disse tocando o meu rosto. — Vamos sair daqui, está bem! — disse convicta. Concordei com a cabeça e resolvi soltar o que tanto me incomodava nas últimas semanas

— Yuna. — chamei seu nome com receio. — Eu acho que o Yuki está escondendo algo. — soltei contra a minha vontade.

— O quê você quer dizer, Kira? — a morena pergunto se afastando um pouco.

— Podemos confiar nele? — perguntei a deixando em silêncio. — podemos confiar nele, Yuna?

— Confie em mim, ok? — a encarei e demorei alguns segundos, antes de balançar a cabeça. — confie em mim. — ela repetiu, antes de me puxar para outro abraço.

— É esse lugar, Yuna. Apertei meus braços contra seu corpo.

— Não se preocupe, vamos sair daqui, juntas. Só aguente mais um pouco.

13:00

"Aguente mais um pouco."

"Vamos sair daqui."

Abri os olhos e senti uma vontade enorme de vomitar. Havia sido só um sonho, uma maldita lembrança. Fechei os olhos com força e limpei as lágrimas que correram sem minha autorização. Continue respirando, kira. Tentei me mover, mas parei quando senti minha barriga doer.

— Merda. — gemi e logo minha mente foi invadida por memórias da noite passada. — Aquele filho da p...

— Você fala enquanto dorme. — Ann disse me fazendo estremecer pelo susto. Merda, esqueci que eu estava aqui. — Ainda vai me deixar cuidar de você? — perguntou bem humorada enquanto se aproximava com material de cuidado. — Aqui. — me ofereceu um copo com água e alguns comprimidos que eu julguei ser analgésicos. 

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now