Capítulo 28 - Eu Estou Chegando, Assassino!

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11:20

Esperar. Esperar não era um problema para mim. Eu sempre fui muito paciente. Mas na Utopia, nessa realidade, desde que eu cheguei, sempre foi ou você age ou você morre. Mas com aquele muleque eu decidi arriscar.

Eu sabia que era arriscado, mas eu não conseguiria mata-lo. Assim como Kuina, eu o conhecia, eu conheci seus amigos e torci, ingênua, para que eles ficassem vivos. Eu não poderia mata-lo. Eu já tinha conseguido chegar aqui. Eu não iria precisar matar mais ninguém, além dos verdadeiros culpados. Eu não precisaria mais derramar sangue inocente.

Eu estava sentada na cama, inquieta, olhando da porta para a adaga ao meu lado, totalmente tomada pela ansiedade e angústia de não saber o que me esperava. Mordia as unhas incessantemente, enquanto minha cabeça trabalhava sem parar.

Ele não vai contar. Ele não vai conseguir. Não depois daquele drama. Ele não poderia. Poderia? Se ele contar, eu terei que fugir. Mas não posso ir sem terminar o que comecei. E quanto a Kuina? Eu não conseguiria ajudá-la, não se eu fosse descoberta. Merda. Merda.

A porta foi aperta e automaticamente eu fiquei de pé.

Meu olhar logo se encontrou com o do homem de fios brancos, que adentrou ao cômodo e fechou a porta atrás de si. Com a postura relaxada de sempre e uma expressão de desgosto no rosto, Chishiya suspirou, levou as mãos aos bolsos e negou com a cabeça.

- O que houve? - questionei firme, mas sentindo meu estômago revirar.

- O que houve é que você é sortuda pra caralho. - soltou contra a gosto, abrindo uma carranca e me olhando torto.

Sorri vitoriosa, tentando esconder o alívio.

- Eu disse que tinha tudo sob controle não disse? - assumi uma postura mais relaxada e convencida, enquanto o fitava.

- Claro, sob controle. - desdenhou, se aproximando, deixando uma risada nasal escapar. - Você acha que tem tudo sob controle, Kira. - frizou o acha e eu engoli em seco, empinando o nariz. - Mas o que você não consegue ver... - levou uma mão a boca e desviou o olhar pensativo. - Ou melhor, o que você não quer ver é que a sua torre está desmoronando, peça por peça. - me encarou, parecendo estar furioso.

- Isso não é problema seu, Chishiya. - retruquei irritada por ele estar certo.

- É sim, porque nós temos um trato e para tudo funcionar, você precisa estar viva. - declarou, voltando a por as patas nos bolsos do seu casaco, me olhando com cara de poucos amigos.

- Eu estou viva não estou? Tudo vai correr como você quiser e eu vou fazer exatamente tudo como o combinado. - respondi, me controlando para não meter a mão na cara dele.

- Você é inacreditável. - mordeu os lábios e desviou o olhar.

- E você é um idiota. - retruquei irritada Com seus comentários e suas observações.

- Idiota? - me encarou incrédulo. - Você estar a ponto de ser descoberta por todos e eu é quem sou o idiota? - riu, com escárnio, completamente irritado. - Sabe o que eu acho, Kira? - questionou, entre dentes e eu andei até ele. - Você é tão...

- Eu não dou a mínima para o que você acha, Chishiya. - o cortei, parando na sua frente, fazendo ele se calar. - Vem cá, Arisu desistiu por si só, né? Você não fez nada contra ele não, né? - acusei, tentando mudar de assunto e ele apertou os olhos.

- Eu não fiz nada. - se defendeu, abruptamente, quase que ofendido. - Mas eu deveria. - disse frio.

- Estou surpresa que não o fez, já que é capaz de tudo para conseguir o que quer. - atirei, fazendo ele apertar os punhos em volta do corpo.

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now