— Ariasu? — observei, confusa, o Cascão parado na minha porta, prestes a bater.— Oi. — me cumprimentou e me fitou como se pudesse ver a minha alma. — Não achei que você fosse se lembrar de mim. — coçou a cabeça.
Como não lembrar de você? Acabou de chegar e já sentou na janelinha! Eu tive que lutar contra três!
— Está tudo bem? — questionei, pensando se tratar da milícia.
— Sim. — assentiu com a cabeça.
— Precisa de algo? — questionei e mais uma vez ele concordou.
— Sim. Não. Sim. — se contradisse, negando com a cabeça e depois concordando, me fazendo ficar mais confusa.
Suspirei, largando a maçaneta e me apoiando em um dos pés, me encostando na porta.
Ótimo. Mais um doido.
— O que quer? — fui direto ao ponto, cruzando os braços, já ficando impaciente.
— Na verdade, eu vim te agradecer. — apertei os olhos. — Por nós defender.
Quase suspirei aliviada, mas me controlei.
— Não foi nada. — dei de ombros, fingindo não ter importância.
Eu estava começando a me preocupar novamente e não é que sentimentos fosse algo ruim. Mas criar laços nesse lugar, não deveria ser algo que pudéssemos fazer. Não quando eu tinha objetivos totalmente opostos a fazer amizade.
— Ele iria quebrar as minhas pernas, você me salvou. Como isso pode não ser nada? — questionou, me fazendo sentir algo estranho no peito.
Merda de sentimentos mundanos. Primeiro o Chota, depois a Kuina, então o Tatta e agora ele. Céus.
— Então disponha. — pedi séria, voltando a ficar ereta.
— Se você precisar, eu vou. — respondeu, também sério.
— Ótimo. — sorri sem mostrar os dentes.
— Tem mais uma coisa. — colocou uma mão na porta, quando eu fiz menção de fechar a mesma.
— O que é? — perguntei o olhando atravessado.
Arisu era astuto e bastante observador. Eu lembro dele questionando o motivo de jogar separado dos amigos como se fosse hoje. Ele foi o único que de fato me ouviu. E eu deveria tomar todo cuidado com ele. Ele poderia reconhecer a minha voz ou até a minha cara. Para falar a verdade, o mas sensato a se fazer era evita-lo. Mas ele não facilitava.
— Soube que você foi quem sobreviveu mais tempo lá fora. — voltei a apertar os olhos, desconfiada.
Ele andou perguntando sobre mim?
— E? — o encorajei a continuar, levantando uma sobrancelha.
— Nunca soube de ninguém que pudesse ser o mestre do jogo? — questionou, fazendo os meus neurônios esquentar.
— O mestre do jogo? — o olhei, querendo saber o que ele queria dizer com aquilo.
— Sim, o cabeça por trás de tudo isso, o culpado pela morte dos meus amigos. — me olhou intensamente. — a única pessoa capaz de tirar Usagi daqui. — disse fazendo as engrenagens na minha cabeça trabalhar.
O cabeça por trás daquilo? Mestre? Ok. Eu nunca tinha pensado nisso antes. Quando eu voltei eu só ligava para a minha vingança, não tinha pensamentos para outra coisa, até agora.
— Usagi? — repeti o nome, em dúvida. — A garota que veio com você? — ele assentiu com a cabeça. — E você? Não quer ir embora? — questionei, curiosa.
YOU ARE READING
Fúria In Bordeland
FanfictionApós caminhar um pouco, entrei na primeira casa que encontrei e corri para o banheiro pronta para começar meu plano. A milícia estava atrás de mim, então não iria demorar para eles me encontrarem. Me olhei no espelho e encarei o meu reflexo. Roupas...