Capítulo 18 - Resultado Do Teste

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Adentrei na sala de treinamento e imediatamente, todos os olhares foram direcionados a mim. Bando de abutres. 

O caminho até aqui foi feito em completo silêncio. Por mais que eu estivesse curiosa a respeito do que o homem mais velho queria comigo, eu me recusava a falar com o moreno histérico, ele estava estranho desde hoje de manhã. E eu achando que ele não podia ser pior.

Torci o nariz e cruzei os braços, não me deixando intimidar pelos brutamontes sanguinários que me encaravam como se eu fosse um pedaço de carne. Eles estavam se preparando para o jogo de hoje e pareciam bem determinados, mas havia algo diferente no ar. O grupinho de Yuki e ele, estavam quietos e concentrados, diferente de Niragi e seu grupo, esses não estavam concentrados no treino, mas pareciam bastante atentos ao movimentos de todos ali presentes. Entretanto eu não me prendi aqueles comportamentos. Meu foco era Aguni.

O homem estava treinando tiro ao alvo, quando NIragi o interrompeu, notificando minha chegada. Ele se virou e me olhou de cima a baixo, deixando a arma junto das demais. Me aproximei para falar com ele, todavia ele fez um sinal de pare e negou com a cabeça. Estaquei no lugar e comecei a temer o pior. Será que Yuki me viu ontem? Será que Niragi sabia de algo? Será que eu havia caminhado para minha morte? Eram muitas as perguntas, mas voltei a mim quando Aguni passou por mim e me chamou para fora.

— Espero que quando eu voltar, esse lugar ainda esteja de pé. — O homem soltou ameaçadoramente, olhando sério para cada um ali, mas principalmente para Yuki e Niragi. Ui, o chefinho ta bravo. Que bicho mordeu ele? — Kyle. — chamou e eu o segui, sem perder tempo. 

— Para onde estamos indo? — me arrisquei a perguntar quando percebi que ele estava subindo de andar, todavia ele não me respondeu, permaneceu em silêncio e continuou andando como se eu nem existisse. Ele estava extremamente sério e tenso. Os punhos cerrados e as veias dos braços visíveis. Parecia bravo, como se pudesse matar alguém a qualquer momento, no entanto também parecia levemente preocupado. Mas com o quê me perguntava eu.

Aquilo só serviu para que pensamentos distorcidos tomassem conta da minha mente, me deixando ansiosa e terrivelmente angustiada. O homem estava indo em direção do telhado e a cada passo que ele dava, meu pequeno café revirava no meu estomago. Eu nunca havia tido problemas com ansiedade, mas depois que eu vim parar aqui, as coisas foram de mal a pior.

Chegamos na cobertura e eu fui recebida por uma rajada de vento, que me fez fechar os olhos e respirar fundo, na tentativa de me acalmar. O homem parou próximo o parapeito e contra a minha vontade, eu andei até ele, ficando a um metro de distância. Não muito perto, para que eu tivesse uma chance, caso ele tentasse me jogar dali e próxima a saída, caso eu precisasse correr.

— Eu fiz algo de errado? — perguntei, timidamente. Se ele me atacar, eu vou atacar. 

— Você é esperto, Kyle. — me olhou sério e eu gelei. 

— Obrigada. — sorri, me fazendo de bobo, o vendo descer o olhar para a pequena  multidão abaixo de nós.

— Mas eu não entendo muitas algumas coisas sobre você. — soltou e eu engoli em seco. — É um bom lutador, mas não se juntou ao Yuki, quando ele lhe deu um ultimato e ainda lutou contra ele. Por que? — abri a boca para lhe responder, mas ele continuou sua avaliação sobre mim. — Você tem total acesso a armas e ainda assim não as usa para se promover. — se virou para mim. — Por que?

— Eu sou diferente das pessoas daqui. — comecei minha atuação. — Eu quero voltar para casa e não acho que vou conseguir fazer isso brigando e matando meus colegas. — afirmei o olhando. — Ter armas não me faz estar no direito de usa-las contra meus colegas. Isso seria covarde da minha parte. — continuei e meu Deus, eu poderia ser uma atriz. Eu odiava mentiras, mas era uma boa mentirosa quando necessário.

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now