Capítulo 35 - Bandeira Branca

200 19 59
                                    

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Como você está? — perguntou, num tom sério e eu o fitei com cara de poucos amigos. 

Inacreditável. 

Ele estava realmente me perguntando aquilo? Já vi gente cara de pau, mas não como Aguni. Ele conseguia zombar de mim de uma maneira indescritível.

Desgraçado. 

Eu nunca deveria ter ajudado ele com o amigo defunto. Maldito coração. Eu deveria ter deixado ele se virar sozinho ou o matado. 

Se arrependimento matasse, eu estaria dura no chão.

— Ótima, Aguni. Você me agrediu, mas eu estou ótima. — respondi sentindo o sarcasmo escorrer por meus lábios.

Aquilo foi doloroso, eu estava tão focada em acabar com Yuki, que nem o vi chegar e quando vi, já era tarde. Tudo aconteceu muito rápido.

— Eu estava protegendo você. — explicou, cruzando os braços.

Era difícil saber o que ele estava sentindo. O homem estava sempre carrancudo. Entretanto naquele momento, ele parecia mais transparente. O militar não estava tão sombrio como quando me nocauteou mais cedo e também parecia bem afetado por minhas palavras. 

Forcei uma expressão de surpresa. 

— Ah, me protegendo. — comprimi os lábios e fiz uma cara de pensativa. — Eu nem percebi, estava ocupada demais desmaiada no chão. — atirei novamente.

— Qual é! Você sabe muito bem que se eu não tivesse interferido, nós nem estaríamos tendo essa conversa agora. — comentou rude, me fazendo revirar os olhos e desviar o olhar. — Eu salvei a sua vida. — apontou, me fazendo ficar totalmente séria.

— O que disse? — questionei, o desafiando a repetir novamente. O militar abiu a boca para responder, atrevido, mas eu o cortei, irritada. — Você nunca me deu nada, Aguni. Nem quando eles abriram fogo contra mim e os meus. — cuspi, totalmente ressentida, sentindo minhas emoções se aflorarem pelas lembranças dolorosas. — Então não diga que me salvou, seu hipócrita. — atirei sem me importar.

Ele engole em seco.

— Acredite, eu fiquei tão surpreso quanto você com o que houve naquele dia. — respondeu simples, mas com os olhos carregados de emoção.

— Não dou a mínima para como você se sentiu. Na verdade, eu não me importo com merda nenhuma daqui. — retruquei, sentindo meu coração furioso se despedaçar novamente. Eu odiava voltar para aquele momento. — Eu perdi pessoas naquele dia, Aguni. Perdi o amor da minha vida. — engoli em seco, sentindo meu olhos queimar e meu rosto esquentar pela raiva. — Então foda-se você e seus malditos sentimentos. Eu não preciso disso e nem da droga da sua proteção. — retruquei amarga.

Fúria In Bordeland Where stories live. Discover now