𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋

008

—Fiquei sabendo que vamos pra balada mais tarde — Tentei com o Bryan, achando que ele era o melhorzinho.

—Quem te contou? — Ele quis saber — A gente já não falou nada por um motivo — O safado me mostrou um sorriso de lado.

—Tenho minhas fontes — Sorri de lado também, na verdade não queria contar que tinha sido o Gabriel, imagina caguetar o Gabigol? Tá repreendido.

—Não importa porque você não foi convidada e obviamente não vai — Bryan estalou a língua no céu da boca.

—Não sabia que tinha que ser convidada pra ir pra balada — Ergui uma sobrancelha;

—Nem vem, Ali — Falou já mudando o tom de voz — A balada é daquelas barra pesada, gente riquinha, baseado e os caralho a quatro — Continuou — Sem contar que eu e o Breno votamos e achamos melhor você não ir.

—Espera aí — Parei no tempo — Vocês votaram?! — Quase gritei, um tanto quanto surpresa com essa descoberta — Vocês votaram para saber se eu iria ou não pra balada com vocês? Como se EU fosse a pessoa com quem se preocupar caso fosse, como se fosse EU que iria beber, passar mal e dar trabalho? Vai se ferrar, Bryan — Lhe mostrei o dedo do meio, mas quando olhei pra cara do meliante... Ele estava simplesmente RINDO. Rindo... DE MIM!

Foi aí que eu surtei.

Avancei como tudo nele.

Quem esses idiotas acham que são? Nem meus pais faziam mais esse tipo de coisa e os bonitões achavam que podiam mandar e desmandar na minha vida da forma que desejassem?!

Eles podiam ir pra casa do caralho sem mim, mas pelo menos o Bryan, que tinha abrido o bico, ia com o olho roxo. Ah, se ia...

—Ei, parem com isso! — Minha mãe gritou, se enfiando no meio pra tentar acabar com a confusão.

Eu não sabia nem em qual parte do corpo dele estava batendo, só sei que ele tentava me segurar e não conseguia, foi uma coisa de louco. De repente minha família estava toda no meio da cozinha e meu pai estava me segurando pelos cotovelos como se eu fosse nada.

Olhei pro Bryan com toda minha raiva e só consegui me acalmar quando percebi que ele estava com um dos olhos roxos. Não tanto quanto eu gostaria, mas...

—Dá pra alguém explicar que porra foi essa? — Minha mãe perguntou — Desde quando apoiamos a violência nessa casa?

—Vocês acham que são meus pais caralho? — Falei quando meu pai finalmente me soltou — Acham que decidem para onde eu vou? Querem decidir que roupa devo usar também? Com quem eu não devo conversar, talvez?

—E você acha que é quem pra me bater, pirralha? — O Bryan me encarou — Como que eu vou pra balada com a porra do olho roxo agora?

—Fala direito com sua irmã ou você fica com o outro olho roxo também — Meu pai avisou cruzando os braços.