—Gabriel — O cutuquei.
—Hum? — Ele murmurou sem abrir os olhos.
—Você precisa ir, acho que o Breno já acordou — O cutuquei de novo.
—Que que tem? Deixa eles me verem, não tem nada — Virou pro outro lado e voltou a dormir.
Meu Deus... Eu não podia simplesmente sair do meu quarto com o Gabigol depois da discussão que tivemos da última vez, já estava até imaginando a ladainha que ia ser.
—Ei... — O cutuquei uma terceira vez — Eu sei que minha cama é muito boa...
—É mesmo — Ele se virou pra mim de novo, mas continuava com os olhos fechados — Meu treino é só de tarde hoje e eu queria aproveitar só mais um pouquinho.
—Ué pai, pegou carro pra consertar depois que eu saí? — Escutei a voz do Breno do lado de fora, levantei num pulo e abri uma brechinha da janela pra curiar.
O carro da Dhiovanna estava lá, o Mini Cooper. Eu tinha decorado a placa e agora meu pai estava gaguejando. Aposto que minha mãe tinha dito pra manter em segredo, ela sabia o quanto o Breno podia ser um porre quando queria.
—É o carro da amiga da Alice — Minha mãe pareceu se intrometer — Ela tá dormindo aí hoje. Noite das meninas, sabe como é, né? — Soltou uma risadinha.
Minha mãe é simplesmente incrível, é isso.
—Volta pra cama, Alice — Gabriel murmurou de lá — Tava quentinho.
Olhei pra ele. Será que algum dia eu ia me acostumar com essa visão? Sério, vocês precisavam ver pra ter a prova. Se existe um paraíso para cada pessoa depois que morre, o meu ia ter essa vista. Estava usando só a cueca e meu edredom só cobria suas pernas.
Eu me aproximei e voltei a deitar, ele abriu os olhos.
—Vai brigar comigo se eu não quiser pular a janela? — Perguntou meio grogue.
—E o que ela tava fazendo? — Escutei a voz do Allan lá fora — Escutei um barulho estranho vindo do quarto dela, parecia que ela tava arrastando os móveis de lugar — Ele disse, alguém se engasgou, provavelmente meu pai.
—É isso mesmo — Minha mãe mentiu por mim mais uma vez — Teve que colocar o colchão, né?
O Gabriel soltou uma risada.
—Amo sua mãe — Falou aconchegando o corpo no meu.
—Só ela, né? — Perguntei, brincando.
—É. Você eu só suporto — Riu contra o meu pescoço.
—É sério que você vem mais tarde? — Perguntei sem acreditar.
—Porque? Você não quer que eu venha? — Quis saber.
—Não é isso, só fiquei surpresa. Naquele dia na sua casa... Seus pais pareceram surpresos por você me apresentar pra eles e sua mãe disse que você não costuma levar ninguém pro seu quarto — Comentei. Tinha pensado muito naquilo, a ponto de ficar paranóica. Será que a última a ter ido lá tinha sido a Mar ponto Riana? Ou a Rafaella vulgo Cheetos Gigante?
YOU ARE READING
𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋
RomanceAlice Bueno escreve fanfics. Pois é, aos 23 anos e formada em Letras, ela sonha como qualquer outra garota, a diferença é que bota tudo pra fora em forma de histórias fantasiosas. Mas o que acontece quando sua maior inspiração está parada em sua fre...