Alice Bueno escreve fanfics. Pois é, aos 23 anos e formada em Letras, ela sonha como qualquer outra garota, a diferença é que bota tudo pra fora em forma de histórias fantasiosas. Mas o que acontece quando sua maior inspiração está parada em sua fre...
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(Obs: esse capítulo possui múltiplas narrações e passagem de tempo, fiquem atentas!)
NARRAÇÃO : GABRIEL
DIA SEGUINTEAO VÍDEO DO JOHN
Eu sabia que isso ia acontecer, ela sabia que isso ia acontecer, mas acho que nenhum de nós dois estávamos prontos pra isso.
Depois do vídeo publicado pelo John e as fotos que eu mesmo publiquei, a Internet virou um pandemônio e na verdade ninguém merece ler essas coisas absurdas que as pessoas falam na Internet e eu simplesmente não suportava ver ela do jeito que estava.
Observei ela caminhar de um lado pro outro da sala, o cabelo soltando do coque que ela tinha acabado de fazer, os braços levantando pra fazer o penteado mais uma vez.
—Tô ficando tonto só de te ver andando de um lado pro outro — Comentei, vendo ela parar e me olhar.
Realmente parecia outra mulher.
Depois dos problemas com os pais e os irmãos ela tinha perdido mais de 6 quilos e parecia que tinha ganhado-os de volta agora. Os quadris largos apertavam o tecido jeans do short que eu tenho certeza que ficava folgado antes, os seios, sem sutiã, quase saltavam para fora do cropped marrom. Mesmo estressada ainda era a mulher mais bonita que tive a chance de ter.
—Também tô tonta — Ele gemeu, caminhando até onde eu estava e sentando ao meu lado, com o celular ainda em mãos.
—Melhor ficar longe disso por enquanto — Peguei o celular da mão dela.
—Tô com vontade de chorar — Ela disse, a voz já ficando embargada.
O foda é que eu não tinha muito o que falar e não podia controlar os comentários na Internet.
—Não, Alice — Passei o braço por seus ombros e ela se virou, escondendo o rosto na dobra do meu pescoço — As pessoas nem sabem o que falam, nem te conhecem.
—Elas me odeiam — Falou, soluçando enquanto apertava os braços ao redor — Me odeiam.
—Não te odeiam, só não te conhecem ainda — Falei começando a fazer um cafuné pra ver se ela se acalmava.
A sensação que eu tinha era que eu não conseguia viver direito. Se eu voltasse com a Rafaella eu seria julgado na Internet, se estivesse solteiro e indo a festas, seria julgado na Internet, se estou com a Alice... Sou julgado na Internet.
Odiava a sensação que isso me trazia e odiava mais ainda saber que isso afetava as pessoas ao meu redor.
Alice se afastou, o rosto inchado por conta do choro. Observei ela secar as lágrimas e se levantar, sem conseguir dizer nada.
