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NARRAÇÃO : GABRIEL

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NARRAÇÃO : GABRIEL


Dormir com a Alice era difícil demais.

Ela não parava aquela bunda gostosa quieta, mano.

Devia ser umas três horas da manhã quando acordei com ela se mexendo.

Primeiro abri só um olho, pra confirmar se ela estava mesmo dormindo, quando percebi que ela estava acordada, o fechei.

E ela estava chorando.

Desde que ela tinha saído de casa e estava ficando aqui, não tinha conseguido dormir bem, ela acordava muito noite adentro passando mal, mas nunca tinha escutado ela chorar.

Ela chorava pouco quando estava comigo, mas hoje...

Até conseguia imaginar o porquê. Depois que chegamos da clínica ela me contou que encontrou com a Emily, com o pai e com o Allan.

Disse que a Emily contou que o Breno não estava mais em casa, mas o próprio pai não tinha contado. Nem o irmão.

E o jeito que ela travou na hora de fazer o exame...

Eu me aproximei dela, passando o braço por sua cintura e trazendo seu corpo pra perto do meu.

Não falei nada, ela também não.

Acho que não precisávamos mais de tantas palavras assim.

Ela chorou e eu fiquei ali, abraçado com ela, beijando seu ombro nu, até ela finalmente se acalmar.

—Você não precisa se sentir assim — Sussurrei com a boca colada em seu pescoço.

—Eu não consigo não me sentir assim — Ela fungou.

—Amanhã é outro dia — Lhe dei alguns beijinhos, sentindo a pele dela arrepiar embaixo da minha boca.

—É. E eu vou estar grávida — Disse de um jeito estranho.

—Bom... Você pode estar grávida desde agora, então... — Respirei fundo, inalando seu cheiro.

—Você não entende, Gabriel — Ela se remexeu na cama e virou, ficando de frente pra mim — Eu não acho que seria uma boa mãe, eu não quero ficar dependendo de você pra sempre e eu sei que você é rico e tudo mais e que se eu tivesse um filho com você, ele teria uma vida boa, mas eu não quero essa vida pra mim. Não quero ficar dependente, morar de favor, ficar devendo o conserto do meu carro pro meu pai. Ficar devendo o conserto do seu carro pra você — Falou ficando sem ar e enfiando o dedo indicador no meu peito.

—Como assim você não seria uma boa mãe?

De repente, eu vi um pouco da Rafaella nela. A mesma frase, um pouco da futilidade, o desespero ao saber que poderia ser mãe.

—Eu não sei, não sei — Ela suspirou.

—Alice — Falei, sentindo um medo da porra de perguntar o que deveria perguntar — Você não pensaria em abortar se estivesse grávida... Não é?

𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora