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Tinha jeito melhor de me vingar do que enchendo o carro dele de multa? Tinha, mas isso era assunto pra resolver olhando na cara dele, ele mal sabia o que o aguardava quando chegasse em casa

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Tinha jeito melhor de me vingar do que enchendo o carro dele de multa? Tinha, mas isso era assunto pra resolver olhando na cara dele, ele mal sabia o que o aguardava quando chegasse em casa. Mas enquanto isso... Passei num farol vermelho. Bom... Talvez tenha sido mais do que um, mas não consigo lembrar com certeza.

Não sei nem como cheguei viva, já não dirigia tão bem assim, cega de raiva então... Meu coração estava batendo muito acelerado e eu estava contendo a vontade de gritar e de bater em alguma coisa desde o estádio. Minha vontade era não voltar pra casa, ma ir pra outro lugar agora, era comprar uma briga que talvez eu não quisesse pagar pra ver depois. 

Apertei o controle para colocar o carro pra dentro e ainda pensei em quebrar o retrovisor do carro de novo, dessa vez de propósito, mas... A garagem estava cheia.

Droga. Tinha esquecido que os pais e os amigos do Gabriel tinham vindo passar a semana aqui em casa. Estacionei o Porsche logo atrás da Gertrudes e desci do carro.

A Lindalva foi a primeira a me ver quando adentrei a casa, os outros provavelmente estavam na piscina, daqui dava pra escutar o som ligado tocando Matuê. Tia Linda me olhou estranho, já sabia o que ela ia perguntar antes mesmo de abrir a boca.

—Ué, o Gabriel não veio com você, filha? — Foi o que ela quis saber.

—Não, mas ele deve estar chegando, tia. Vou subir, não tô me sentindo muito bem — Falei, já subindo as escadas, mesmo assim ela veio atrás de mim.

—Meu Deus, tem chances de ser gravidez? O que você está sentindo? — Ela perguntou.

Tudo era gravidez. Essa família era mais traumatizada com isso do que a minha. E olha que a minha era pirada das ideias.

—Não. Eu tô bem, eu só... Só preciso ficar um pouco sozinha — Olhei pra ela, estávamos duas vezes mais próximas depois das férias, eu gostava muito dela e acredito que a recíproca seja verdadeira. Ela pareceu me analisar.

—Oh filha, aconteceu alguma coisa que eu preciso saber? — Ela perguntou, tocando meu braço, parecendo preocupada.

—Não, não se preocupa — Lhe mostrei um sorriso e me afastei, entrando no quarto.

Eu não conseguia tirar a porcaria da imagem dele se aproximando da mulher todo sorridente, como se estivesse prestes a fazer uma proposta indecente.

Estava terminando de tirar a roupa quando o Gabriel entrou.

—Posso saber que porra foi essa? — Colocou as mãos na cintura e me encarou, continuei tirando a calça, em silêncio, se ele fosse inteligente o suficiente, ficaria calado, mas homem é bburro, então ele continuou falando — Alice, porque me largou lá desse jeito?

—Deve ter sido porque você estava dando em cima da bandeirinha. Em campo. Todo mundo viu, a torcida ficou gritando "vai pegar, vai pegar". Porque não pegou? Devia ter ficado lá, pegado uma carona e ido com ela pra casa do caralho — Falei, sem olhar na cara dele. Era melhor não olhar, mas a gata aqui fez o que? Olhou.

𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Where stories live. Discover now