A Ameaça

912 83 12
                                    

Enquanto corria pela floresta escura, tentava ouvir qualquer movimento diferenciado

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Enquanto corria pela floresta escura, tentava ouvir qualquer movimento diferenciado. No entanto, era difícil distinguir estes barulhos dos que os lobos faziam. Levava minha mente em diversas direções, mas as únicas imagens que haviam se projetado eram dos caninos gigantes. Então parei, para que minha mente focalizasse em pontos ainda mais longe. Isto depois de conferir se não havia nada diferente, próximo a mim.

Minha mente vagava em apenas uma direção, quando Leah Clearwater apareceu em outra, assim me surpreendendo. A loba gigante de pelagem branca me observava em alerta.

-Estou tentando ajudar. –expliquei-me.

Ouvi um uivo e subitamente ela embrenhou-se na mata a minha frente. Desconfiei daquele movimento e pensei que talvez os outros lobos houvessem achado algo. Assim que fiz menção em seguir Leah, senti meu corpo estremecer, seguido do ruído de alguns gravetos sendo quebrados, há um metro atrás de mim.

Virei-me lentamente, ainda pensando na possibilidade de ser um lobo. No entanto esta última ideia foi absolutamente descartada quando pude ouvir um ronco que, mesmo baixo, era intimidador. Novamente meu corpo tremeu quando vi surgir os olhos brilhantes, da escuridão, numa altura que poderia passar da minha naquele momento, se se aproximasse o suficiente para isso.

Tentava distinguir as formas do animal, enquanto o mesmo encurtava nossa distância, lentamente, sem medo.

“Ele quer me provocar.”

Eu me encontrava sozinha e minimamente fraca pela sede que aumentara nas últimas horas, em minha garganta. Minha consciência estava aflita pela paz que tirara de Edward e o vazio havia se tornado inalcançável naquele momento. Meu lado vampírico estava vulnerável, abrindo então a porta para que o outro saísse.

-Vá embora! –rosnei, enquanto não podia evitar estar recuando alguns passos.

Mas o animal desconhecido não sofreu receio algum e continuou seu movimento.

“Não”. Eu tentava retomar o controle. Aquilo não poderia acontecer. Pelo menos não tão perto dos Cullen e Quileutes. Mas meu subconsciente devia saber que não havia mais nada a ser feito. A ameaça que o animal a minha frente emanava era um forte contribuinte ao agravamento do meu estado.

Então, não aguentando mais os tremores, o animal dentro de mim eclodiu e o que estava a minha frente, parou. Minha pelagem negra e extremamente luminosa com a luz da lua tornou-se a mostra e, mesmo estando de quatro patas, os olhos brilhantes do animal a minha frente ficaram abaixo dos meus vermelhos, que com tempo se tornariam dourados. Logo, na intenção de intimidar meu adversário que ainda se ocultava nas sombras a certa distância, soltei um rosnado ameaçador que havia aprimorado em muitos anos e aquilo surtiu o efeito desejado por mim. Após eu escutar um rugido estridente, os olhos brilhantes sumiram em meio a escuridão, junto com a presença do dono. Porém eu não tinha a intenção apenas de intimidá-lo. O lobo transfigurado dentro de mim, que no momento se encontrava livre, ansiava por correr novamente e uma caçada era a oportunidade perfeita para aquilo. Logo a aproveitei.

Eu seguia leves rastros. Meu adversário era extremamente cauteloso. Eu estava seguindo um objetivo, portanto não poderia ter desvios. Mas após quase meia hora correndo, os rastros pareciam ter sumido completamente.

Não havia mais nada a que seguir quando inesperadamente fui golpeada com um peso enorme a minha direita, me fazendo cair por baixo do autor do golpe. Com uma rápida olhada, percebi que era Sam Uley como lobo. Ele então tentou abocanhar meu pescoço, mas ao tentar fazer isso, eu lhe empurrei para quase três metros longe de mim. Fiquei novamente em quatro patas e corri o mais rápido que pude para longe daquele lugar, já ouvindo os outros lobos se aproximando.

A chuva fina ia moldando o rumo da situação inicial. Em todas as minhas teorias, nunca poderia imaginar que a reunião no território dos Quileutes tomaria aquele caminho. Eu me encontrava correndo pela floresta, em forma de lobo, na tentativa desesperada de guardar meu segredo. Porque era necessário.

"Concentre-se!"

Esforçava-me para achar ou lembrar-me de algum esconderijo natural em que eu pudesse me esconder e me destransformar.

Foi quando senti minhas patas molharem que parei, percebendo que estava no riacho da divisa entre o território de lobos e vampiros. Ainda olhando para a água correndo sobre minhas patas, pensei, por um segundo, para onde ir antes que os Quileutes transfigurados me achassem. Então olhei para minha frente e ali se encontrava Emmett Cullen, em posição de ataque.

-Que coisa é essa? –perguntou, encarando meus olhos vermelhos.

Quando tentei recuar, ao olhar para os meus lados, vi os outros lobos me observando ameaçadoramente, com seus dentes caninos enormes expostos, com Sam Uley logo atrás de mim. Minha única alternativa seria enfrentar Emmett, tentando ao máximo não machuca-lo. Instantaneamente formulei estratégias para aquilo. Porém, quando retornei meu olhar ao esposo de Rosalie, ele não estava mais sozinho, mas sim acompanhado por toda a família Cullen e Jacob, exceto Bella que deveria ter ficado com Renesmee.

Não poderia fugir. Aquele animal de olhos brilhantes me entregara. Imaginei que talvez ele soubesse o que estava fazendo e no que aquilo iria resultar. “Agora eles pensam que eu sou ele”.

Mais de um século em segredos absolutamente meus, foram distribuídos em um mês, para as pessoas que eu menos queria que soubessem. Pensei em mais uma possibilidade de eu conseguir fugir pela continuação do riacho a minha direta, enfrentando e talvez machucando o lobo que ali se encontrava. Mas o canino que estava posicionado ali era justamente o puro e honesto, Seth Clearwater. Se eu conseguisse liberar o vazio, não teria problemas em tirá-lo do meu caminho. Entretanto, ao invés disso, estiquei minhas patas dianteiras para frente, flexionei as patas traseiras, assim encostando minha barriga nas pedras do rio, permitindo que minha pelagem fosse sendo molhada. Rendida.

Então olhei para Edward e liberei meus pensamentos ao telepata.

Depois de certificar que eu ficaria naquela posição, Paul se posicionou para o ataque, quando foi interrompido pela repentina presença de Edward em sua frente.

-Não ataquem. –Edward falou de forma calma e confiante, chamando a atenção de todos –É a Anne.

Assim que vi cada olhar, duvidoso ou espantado, passar de Edward para mim, eu soube que a minha passagem com os Cullen havia terminado.

Where I Go?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora